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2506 - SÉRIE - NÚMERO 68

aos partidos aqui presentes e ao povo que, se o Programa não encontrar maioria e consenso nesta Assembleia, solicitará nessa altura a dissolução da Assembleia. É ou não legítimo que um partido diga que quer governar? É ou não legítimo que diga que quer um consenso e uma maioria? É ou não legítimo que diga, que, se não encontrar essa maioria, pedirá, a dissolução, ocultação da vontade popular?
Diz o Sr. Deputado «o Governo está a governar mal», se assim é, o Sr. Deputado José Luís Nunes não tenha medo da consulta popular, porque essa dará razão nessa altura à sua opinião.

O. Sr. Carlos Brito (PCP):'- E a moção, de confiança?

O Orador: - Ou será que é o contrário? Que os senhores reconhecem que o Governo está ai governar bem e por isso têm medo da consulta popular?

Aplausos do PSD.

O Orador. - Pergunta final: quem temi medo da voz do povo? Somos nós ou os senhores?
É por isso, Sr. Deputado José Luís Nunes, que não teve coragem de responder ao Sr. Deputado, Carlos Brito, quando perguntou - com muita pertinência. «será que o Governo não sabe que nesta Câmara e, com base nos resultados das últimas eleições, há alternativas a este Governo»? Há! E o S.º Deputado sabe-o. Mas, por isso, não respondeu; porque, se respondesse, debilitar-se-ia ainda mais.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para dar explicações, o Sr. Deputado José Luís. Nunes.

O Sr. José Luís Nunes(PS): - Não tinha direito algum de usar agora da palavra, porque o Sr. Deputado Ângelo Correia não foi ofendido, não houve aqui nada.
Tenho o meu direito, mas já que ele usou da palavra em nome do princípio' do contraditório vou também fazê-lo.
Em primeiro lugar, não houve nenhum governo maioritário do Partido Socialista, não vale a pena dizer o que é que houve, pois o senhor sabe muito bem o que é que houve.
Em segundo lugar, não baixei de tom, de forma nenhuma, o Sr. Deputado é que baixou dê tom. Portanto, quando me dirijo, ao Sr. Deputado - que de forma tão civilizada e, tão parlamentar me põe uma série de questões - não uso um tom diferente daquele que uso quando o Sr. Primeiro-Ministro usa um tom não parlamentar, mas «para lamentar» segundo a consagração.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - No que respeita aos problemas que acaba de pôr, o que o Sr. Deputado Angelo Correia mais uma vez, e com grande brilho, faz é transformar-se numa espécie de S. Mateus do Governo: há o Evangelho segundo S. Mateus e há também o discurso do Sr. Primeiro-Ministro Cavaco Silva segundo, o Sr. Deputado Angelo Correia.

Risos do PS e do PCP.

Mas acontece que a questão é completamente diferente, pode V.ª Ex.ª aguçar arestas, limar pontas, tentar mudar, as coisas, mas as coisas e as realidades estão lá, foram escritas, vêm impressas. Quando faço estas intervenções tenho sempre a cautela de pedir a imprensa e de ver o que é que lá vem entre aspas ou escrito e da responsabilidade do seu autor e se,, não foi, desmentido.
Agora a questão que se põe é a seguinte: o Sr. Deputado que não responde - nem tem de responder, tiro-lhe o meu chapéu, pois não é a si que lhe compete responder - à questão da moção de confiança . . .

O Sr. Carlos Brito (PCP): - Não é Primeiro-Ministro!

Risos do PS e do PCP.

Portanto, o Primeiro-Ministro responderá na altura própria.
Ainda uma última pergunta quanto às questões do Sr. Deputado Carlos Brito. Respondi a todas as questões do Sr. Deputado Carlos Brito e julguei que tivesse ficado claro quando disse que em qualquer Assembleia há sempre alternativas e nesta Assembleia também há alternativas. Devo ter muita cautela quando dialogo com um parlamentar hábil como o Sr. Deputado Angelo Correia, porque quando nós hão reconhecemos ou hão afirmamos a evidência - porque nos: parece desproporcionado estar a afirmar a evidência - o Sr: Deputado Ângelo Correia acusa-nos de desconhecer a evidência. Vou atendendo á que se trata de quem se trata, reafirmaria evidência: como em qualquer Assembleia, nesta também há outra alternativa!

Aplausos do PS.

O Sr. Angelo Correia (PSD): - Agora, já, fico mais contente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para uma intervenção, o Sr. Deputado Carlos Matias.

O Sr. Carlos Matias (PRD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados até à 2ª Guerra Mundial por termalismo quase, só se entendia, o aproveitamento terapêutico das águas minero-medicinais (isto é, a crenoterapia), aplicadas como qualquer outro fármaco, em função, da sua composição físico-química.
O aparecimento dos antibióticos, o progresso da medicação anti-inflamatória fez entrar em regressão o valor, terapêutico das águas.
O abuso dos medicamentos e os efeitos colaterais destes, o aparecimento em termos preocupantes das chamadas «doenças, da civilização», o alargamento dos grupos etários ditos da terceira idade, a, poluição dos grandes centros urbanos, o desenvolvimento do trabalho industrial, as lutas da produção e sobretudo da «produtividade» o inconforto das florestas de cimento, vieram realçar e valorizar os factores «inespecíficos» do termalismo; a dietética, os exercícios ao ar livre, o contacto com a natureza, as marchas e os jogos em áreas arborizadas fizeram alargar o seu campo de acção, limitado até uma certa altura ao tratamento de um certo número de doenças, o termalismo passou a

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