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7 DE NOVEMBRO DE 1990 213

O PS pretende, a todo o custo, dominar a RTA, partidarizando-a e transformando este organismo em pura correia de transmissão dos seus interesses partidários, num verdadeiro centro de emprego para a clientela socialista na região.
A legítima inquietação que se vive no Algarve em tomo deste problema, e que abrange todos os sectores e subsectores da economia que directa ou indirectamente dependem do turismo, tem a sua fonte na intenção, já publicamente manifestada pelos responsáveis socialistas na região, de tudo fazerem para inviabilizar o funcionamento da RTA e fazê-la cair.
Esquecem-se, mais uma vez, os socialistas algarvios que este órgão vital para a gestão da política de turismo no principal destino turístico do nosso País não pode nem deve-a nosso ver-ser objecto de uma mera partidarização e de uma inconsequente luta do PS.
A RTA deve ser constituída -tem de ser constituída- por uma equipa de homens capazes, tecnicamente competentes, que representem, de forma equilibrada, os vários subsectores de actividade ligados ao turismo.
Procurar colocar meros comissários políticos do PS na RTA para pô-los ao serviço do partido e da sua insaciável clientela é, para o Algarve e para os Algarvios, um acto inqualificável, que, no mínimo, reputamos da mais retinta irresponsabilidade.

Vozes do PSD:- Muito bem!

O Orador: - O Partido Socialista no Algarve, com esta estratégia, continua a não entender o que deve pertencer aos partidos, em termos de actuação na coisa pública, e o que deve pertencer à sociedade civil, na sua afirmação como motor criativo, dinâmico, actuante,...

O Sr. Silva Marques (PSD): -Muito bem!

O Orador: - ...participante e interventivo na vida de uma comunidade, de uma região e de um país.

Aplausos do PSD.

Continua o PS a fazer transparecer os seus ancestrais e congénitos tiques de intervencionismo em tudo quanto possa fazer uso para proveito das suas estratégias partidárias e dos seus homens de mão.

O Sr. Silva Marques (PSD): -Muito bem!

O Orador:- Compreendemos que custe a digerir a derrota que esta estratégia já sofreu com a recusa, na última eleição, do seu candidato para a presidência da RTA. Não compreendemos é que o PS, através da sua direcção política regional -que recentemente foi reconduzida-, continue, patológica e obstinadamente, a prosseguir essa estratégia de guerrilha e de desestabilização permanentes num sector de economia vital para o Algarve e para o País, em geral.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Como representante neste Parlamento da maioria dos algarvios e de todos aqueles que trabalham no turismo" e para o turismo, tenho o dever indeclinável de fazer sentir aqui as preocupações e os protestos dos inúmeros cidadãos que me exigem uma tomada de posição, na qualidade de deputado e também de dirigente político regional, protestando, verberando e desmascarando a actuação lesiva e a estratégia partidária
dos socialistas no Algarve, sem cuidar dos efeitos manifestamente desestabilizadores e altamente perniciosos para a nossa economia. Alertamos todos os agentes económicos para a verdadeira face do PS, que, não raras vezes, pretende fazer crer a sua apressada conversão ao desintervencionismo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador:- O PS, também no Algarve, apenas se afirma como um partido do contra: está contra tudo e contra todos!
Está contra a Via do Infante, porque é uma iniciativa colonialista e um muro da vergonha; contra o Plano Regional de Ordenamento do Território do Algarve (PROTAL), porque é limitativo do crescimento; contra a celeridade e a modernização, contrapondo sempre, para tudo quanto é obra, que é preciso mais um estudo, mais um projecto, mais uma análise, mais um debate público.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador:-Nós entendemos as preocupações do PS, dos seus dirigentes e dos seus deputados pelo Algarve. Mas desenganem-se e, como diz o nosso povo, «tirem o cavalinho da chuva» porque nós não embarcamos nem no vosso discurso nem na vossa prática e, muito menos, nos vossos propósitos.

Vozes do PSD:-Muito bem!

O Orador: - O nosso compromisso com os Algarvios e com o Algarve será cumprido até ao último dia dos nossos mandatos, ao contrário dos que pretendiam a dissolução da Assembleia da República, exigindo ao Governo ponderação e equilíbrio, mas, simultaneamente, capacidade de decisão e firmeza de propósitos nos objectivos a alcançar, sem ceder à hipocrisia da vossa «política do empata».

O Sr. Silva Marques (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Finalmente, Sr. Presidente, Srs. Deputados, o PS tem a mania de que é o partido do diálogo.

Vozes do PS: - Tem a mania?!

O Orador:- Procura afirmar-se como o paladino do diálogo e do debate. A teoria, ridícula pela insistência e pela contradição na prática - e até na prática interna vejam-se as queixas das suas próprias estruturas ao longo do País! -, é mais uma manifesta hipocrisia política, mas que facilmente é desmascarada.
Desde há seis meses que o PSD/Algarve vem propondo ao PS/Algarve um debate público sobre os grandes temas de interesse para a região: PROTAL, regionalização, Via do Infante e política de turismo.
A estas repetidas propostas, o PS nada tem respondido.
Na passada semana, o reeleito coordenador distrital do PS no Algarve volta a renunciar a tal debate de grande importância para a região. É que dizer mal, criticar, é fácil. Porém, propor soluções alternativas, discutir problemas é bem mais difícil.
Imagine-se, Sr. Presidente e Srs. Deputados, qual é o argumento válido do actual coordenador do PS no Algarve? Diz que não faz um debate com o PSD/Algarve

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