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8 DE ABRIL DE 1992 1515

Como cidadão fez da sua vida uma vida de luta pelos ideais da liberdade e da solidariedade, não desvanecendo mesmo quando as suas forças começaram a fraquejar. Fez questão de continuar ao serviço até há cerca de 15 dias, em condições de grande debilidade física. Nunca ninguém lhe ouviu uma queixa!
Não teve benesses ou recompensas de qualquer espécie e nem a sua reconhecida capacidade e rectidão de carácter o lançaram numa carreira militar valorizada, o que não o impediu de, nos postos secundários que lhe foram confiados, manifestar os seus dotes de competência e camaradagem, o que muito o prestigiou perante superiores e subordinados. Também neste aspecto, o tenente-coronel Salgueiro Maia simboliza o muito daquilo que se passa com os capitães de Abril!
Salgueiro Maia morreu, mas a sua mensagem continuará viva nos seus camaradas de armas e os Portugueses não o esquecerão! É da nossa responsabilidade ajudar a construir o Portugal democrático e solidário para que o 25 de Abril, pelo qual Salgueiro Maia lutou, seja cumprido. É essa a melhor forma de o homenagear!

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Também para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Amaral.

O Sr. Fernando Amaral (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Entendemos que a vida dos grandes homens deve sempre ser posta de manifesto aos olhos de toda a gente para que dela se possam tirar as lições da sua vivência e, sobretudo, para que se possam colher os exemplos que hão-de constituir fundamento para a nossa continuada vivência e identidade como povo que somos.
Desses homens a Assembleia da República distingue hoje, numa homenagem justa e oportuna, as figuras de Salgueiro Maia e do padre Moreira das Neves.
São duas personalidades que marcaram sulcos profundos na história da nossa vivência: um na nossa vivência política, outro na nossa vivência da cultura.
O tenente-coronel Salgueiro Maia, que, pela sua heroicidade, lutou pela liberdade e ganhou, ao virar uma página da nossa história, a certeza de abrirmos caminhos para a democracia pluralista que estamos vivendo. Para de vão as nossas homenagens, o sentido profundo da nossa gratidão e, sobretudo, o respeito que lhe devemos pela autenticidade do seu comportamento.
Ao padre Moreira das Neves, pela sua cultura, pelo seu saber como ensaísta, como jornalista e, sobretudo, como orientador que foi de uma das nossas principais emissoras, onde o sentido da dignidade humana sempre se manteve na fasquia mais alta, devemos também o respeito da nossa homenagem.
Por isso, o PSD associa-se de uma forma veemente e sincera ao voto de pesar que o PS aqui apresentou, como manifestação também sincera do quanto devemos aos homens que vão marcando a história que vamos percorrendo.

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carvalho.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente: A morte do tenente-coronel Salgueiro Maia, a cujo voto de pesar todos acabámos de associar-nos, não poderia deixar de ser registada nesta Assembleia. Se esta Assembleia existe hoje deve-se a homens como Salgueiro Maia, que, com os seus companheiros de Abril, se empenhou de forma desinteressada e corajosa na Revolução do 25 de Abril.
Os Deputados do Partido Comunista Português foram surpreendidos pelo seu falecimento durante as jornadas parlamentares que estavam a realizar este fim-de-semana e, desde logo, tiveram oportunidade de evocar o seu desaparecimento.
Evocar, hoje como sempre, o papel de Salgueiro Maia é evocar aquele dia 25 de Abril e, em particular, a acção no Terreiro do Paço, porventura decisiva para a vitória da revolução democrática, assim como evocar a acção simbólica, mas também determinante, do Largo do Carmo. Mas é também lembrar que a melhor homenagem que, hoje, podemos prestar a Salgueiro Maia é assegurar que a liberdade e a democracia sejam um facto para sempre adquirido no nosso regime e no nosso país e que o desenvolvimento económico e social e o bem-estar dos Portugueses continuem a ser um objectivo permanente da nossa acção e do nosso trabalho.

Aplausos do PCP, do PS e de alguns Deputados do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Casimiro Tavares.

O Sr. Casimiro Tavares (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A morte fez terminar a vida de um homem a quem a liberdade em democracia tanto deve. Puro nos intentos, orgulhoso na sua acção, Salgueiro Maia não se misturou na turbamulta pós-revolucionária. Esquecido ontem talvez, hoje orgulhamo-nos por vermos um dos puros da Revolução de Abril homenageado nesta Assembleia, símbolo da liberdade.
Bem haja, Salgueiro Maia!

Aplausos gerais.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Sérgio.

O Sr. Manuel Sérgio (PSN): - Sr. Presidente, Sr.ªs e Srs. Deputados: Eu subscrevo inteiramente (e com aplauso) tanto as palavras do Sr. Presidente da Assembleia da República como as do comunicado do Partido Socialista e, afinal, as de iodos os oradores que me antecederam, ao mesmo tempo que sublinho a poesia na vida, tanto do tenente-coronel Salgueiro Maia como do monsenhor Moreira das Neves. O homem é um ser auto-poético, ou seja, que a si mesmo se faz, que a si mesmo se constrói. É consolador poder saudar-se pessoas que a si mesmas se fizeram na subordinação a ideais especificamente humanos e declaradamente humanizantes.
Se me permitem, quero saudar ainda nos capitães de Abril a poiesis de uma arma encimada por um cravo ao serviço da liberdade.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma declaração de voto, tem a palavra o Sr. Deputado Mário Tomé.

O Sr. Mário Tomé (Indep.): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Quero associar-me ao voto de pesar do Partido Socialista pela morte de Salgueiro Maia e começar por dizer que também gostaria de tê-lo subscrito.

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