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1011 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

Internacional e outras instituições credíveis confirmam que Portugal, em 2005, vai crescer e pode até crescer mais do que a média da zona euro? Como enfrentar um País que quer pensamento positivo com o "discurso do coitadinho"?
É nesse exacto sentido que o debate orçamental revelou uma oposição sem discurso, ou melhor, com um discurso estranho, uma oposição animicamente abatida, uma oposição politicamente sem rasgo.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Risos do PS.

Este Orçamento demonstra que, como disse um dia o Sr. Presidente da República, há vida para além do défice. O problema, depois deste debate, é saber se há oposição depois da crise.

O Sr. António José Seguro (PS): - Se há Governo depois do Congresso do PSD!

O Orador: - Confiada na recessão, a oposição parou no tempo, mas agora que o crescimento económico chegou, mas agora que o défice não disparou, mas agora que os salários e as pensões vão melhorar, mas agora que os impostos, para a maioria das famílias, vão baixar, estar na oposição não será uma tarefa tão fácil. Ora aí está uma medida de equidade! As dificuldades não podiam ser sempre para o lado do Governo!

Risos do PSD e do CDS-PP.

Estamos em tempo de vésperas. Se neste debate orçamental a oposição já sentiu o "terreno fugir-lhe debaixo dos pés", durante o ano económico de 2005,…

O Sr. José Magalhães (PS): - Vai ser um terramoto!

O Orador: - … à medida que a esperança visível nas estatísticas for chegando a casa dos portugueses, a oposição sentirá que o ciclo político mudou e que o tempo económico virou. Dentro de um ano será verdadeiramente interessante ouvir o Eng.º José Sócrates pregar restrições num País que tem direito a viver melhor.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: Este debate orçamental não era apenas um teste ao Governo, era também a primeira prova de fundo do novo líder do maior partido da oposição. Creio que o Eng.º José Sócrates terá percebido o dilema político que acabei de enunciar: ser líder da oposição exactamente quando a economia começa a crescer e a palavra crise ameaça tornar-se um substantivo do passado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O problema é que o Eng.º José Sócrates procurou a saída errada para a sua peculiar circunstância. Sem margem para fazer prognósticos reservados, sem rede para poder criticar a descida de impostos ou a melhoria de salários, sem pé para negar a redução da carga fiscal, sem horizonte se se colocasse em negação do crescimento económico, o Eng.º José Sócrates apareceu neste debate com um impressiva dependência e uma iluminante originalidade.
A dependência é que o Eng.º José Sócrates não rectifica o passado.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - É verdade!

O Orador: - Podia tê-lo feito, diria até que precisava de o fazer, para ganhar o seu lugar no futuro.
É irónico, é até ligeiramente confrangedor, ver o líder do Partido Socialista contestar a credibilidade do Orçamento pretendendo manter perante o País, sem um arrepio na consciência, a credibilidade dos orçamentos que ele próprio escreveu e subscreveu.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

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