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1355 | I Série - Número 033 | 24 de Junho de 2005

 

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - … perante uma população assustada com o fenómeno crescente de aumento da criminalidade grupal - e, tudo isto, com esse sorriso na cara!

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, peço-lhe que seja muito breve, uma vez que já esgotou o tempo de que dispunha. Queira sintetizar.

O Orador: - É o que farei, Sr. Presidente.
Sr.ª Deputada Ana Drago, termino com uma nota acrescida: na política não vale tudo e, seguramente, não vale mentir. Esta é a primeira regra.
A Sr.ª Deputada até pode invocar outros debates, mas não pode pôr na minha boca o que quer que seja que eu não tenha dito, porque não lhe admito. Se quiser recorrer ao que foi dito nesse outro debate, recordará que não houve um único momento em que tivesse ligado a intervenção que fiz à questão da imigração. Um único momento!
Mais: demarquei-me dela, expressa e premeditadamente. Portanto, repito, não houve um único momento em que tivesse justificado em razões étnicas o que quer que fosse que aqui tenha dito. Nesse debate, fiz uma única distinção entre dois tipos de portugueses (mas todos portugueses!): os que cumprem a lei e os que não a cumprem; os que trabalham e que, naquele dia, gozavam legitimamente o seu direito ao descanso e a horda de criminosos que invadiu uma praia para os insultar, roubar e agredir.
Tal como naquele debate, eu e todos os demais desta bancada continuamos do lado dos cidadãos honestos e da polícia que está aqui para nos defender; continue a Sr.ª Deputada do lado dos criminosos, porque irá por bom caminho… Mas essa é uma distinção que só nos honra, Sr.ª Deputada.

Vozes do BE: - Aldrabão!

O Sr. Presidente: - Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Ana Drago.

A Sr.ª Ana Drago (BE): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo, é verdade que na política não vale tudo. E o que o senhor fez, nesta Câmara, há uma semana atrás, é indefensável: jogou com o pânico social, jogou com o alarmismo social.

Vozes do BE: - Muito bem!

A Oradora: - O senhor veio aqui apresentar números e factos que não estão atestados, porque não é capaz de travar um debate sério sobre a matéria.
Sobre a questão de estarmos ou não contra a polícia, basta ter presente a experiência que o Sr. Deputado Nuno Magalhães e eu própria tivemos ontem, frente à manifestação dos polícias: os Deputados do Bloco de Esquerda foram aplaudidos e conversaram com os dirigentes sindicais; já o Sr. Deputado Nuno Magalhães, que foi Secretário de Estado da Administração Interna e trabalhou directamente com as polícias e as forças de segurança, foi assobiado!

Aplausos do BE.

Tal significa que os senhores não estão de acordo com a polícia no que diz respeito aos problemas fundamentais, às respostas que devem ser dadas aos problemas da delinquência urbana.
O que os senhores querem, de facto, é expulsar quem não é português mas que sempre viveu em Portugal; o que os senhores querem é reproduzir o mesmo que acontece nos Açores: jovens portugueses que nasceram nos Estados Unidos e que cometeram delitos nos Estados Unidos são "chutados" para os Açores, onde nunca viveram, ficando numa situação de exclusão social absoluta.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): - A Sr.ª Deputada gostava que tivéssemos dito isso, mas não dissemos!

A Oradora: - Os senhores querem prender estes jovens em prisões, de onde saem meros criminosos, com a escola toda, "doutorados" em criminalidade!
A sua solução é impossível e politicamente inaceitável, Sr. Deputado.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Aldrabona! Estou a usar a mesma expressão e, portanto, não ofendo!

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): - Os senhores são desonestos!