O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

36 | I Série - Número: 021 | 15 de Janeiro de 2010

Por outro lado, encontramos relatos públicos, conhecemos casos, sabemos que o que se faz em Portugal está ao mesmo nível do que se faz no estrangeiro,»

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP: — O Sr. Deputado Ricardo Gonçalves é que falou no estrangeiro!

O Sr. Jorge Manuel Gonçalves (PS): — » sabemos que somos tão bons nesta área, e em muitas outras, como são os que estão lá fora, no estrangeiro. Porém, parece que, na discussão, dizemos ao País que não nos orgulhamos daquilo que somos capazes de fazer e que «tudo vai mal no reino dos deuses»!» Gostaria de citar parte de uma entrevista feita ao Sr. Prof. Hernâni Lopes, no final do ano passado, na qual diz o seguinte: «Foi-me diagnosticado um linfoma em 2005, na sequência de uma lesão na cara que nunca mais passava e até se alastrava. Depois de tanto insistirem comigo para ir ao médico, submeti-me a uma biopsia. Foram detectadas células cancerosas. Fui tratado no Instituto Português de Oncologia (IPO), que para mim é uma instituição que numa escala de uma a cinco estrelas tem sete.»

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Refere-se aos profissionais do IPO!

O Sr. Jorge Manuel Gonçalves (PS): — Este costuma ser o relato das vítimas dessa doença.
Sr.ª Deputada, o Sr. Prof. Hernâni Lopes teria, com certeza, possibilidade de ir tratar-se ao estrangeiro ou a uma entidade particular nacional, mas quis fazê-lo num instituto da rede de cuidados de saúde pública.
Gostaria de vos dizer que tudo isto é possível com o esforço dos profissionais, nomeadamente dos mçdicos, dos enfermeiros,»

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Exactamente!

O Sr. Jorge Manuel Gonçalves (PS): — » do pessoal auxiliar, dos voluntários, porque, como disse a Sr.ª Deputada Isabel Galriça Neto, infelizmente também ando no IPO há quatro anos e conheço o que é esse Instituto.
Portanto, para os profissionais é precisa essa palavra de ânimo e de estímulo, mas também para o Governo, que tem a responsabilidade de definir as políticas nesse âmbito.
É por isso que não consigo perceber como é que o CDS se retira do consenso à volta do respeito pela dignidade dos doentes num debate desta natureza dizendo que o Governo em cinco anos nada fez nesta área.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira.

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Olhamos com algumas reservas para as intenções do Governo nesta matéria, desde logo porque o objectivo de concentrar serviços para rentabilizar recursos e prestar serviços com maior qualidade foi exactamente o argumento invocado para o fecho das maternidades e dos serviços de atendimento permanente.
No que diz respeito à oncologia, creio que todos reconhecemos que os avanços foram insuficientes face às necessidades reais do País, já para não falar no que ficou pelo caminho, como seja o caso da chamada rede de referenciação oncológica, sobre a qual, apesar de estar prevista desde 2002, pouco sabemos.
O mesmo se diga do Plano Nacional de Prevenção e Controlo das Doenças Oncológicas, com o prazo de 2007-2010, que deixa pelo caminho muitas das metas, onde o caso do rastreio ganha proporções pouco recomendáveis.
Os números não podem continuar a ditar o nosso destino colectivo, porque, mais do que os números, o fundamental é que as populações em geral saiam beneficiadas com eventuais alterações e que estas constituam também um passo em frente no que diz respeito à resolução deste grave problema de saúde pública.

Páginas Relacionadas
Página 0026:
26 | I Série - Número: 021 | 15 de Janeiro de 2010 desqualificação e encerramento de serviç
Pág.Página 26