O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

27 DE NOVEMBRO DE 2014

9

Sr.a Presidente, Sr.

as e Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado, o Governo, apoiado por esta bancada, é

o garante de que a segurança social continuará a cumprir a sua missão e a honrar o disposto na Constituição

e na lei.

O Partido Socialista transporta para este debate uma ameaça que merece ser seriamente debatida e,

sobretudo, clarificada.

Afirma o Deputado Ferro Rodrigues, no requerimento que apresenta, que «é também o futuro da segurança

social pública que está em causa».

Sabem o que é que ameaça verdadeiramente o futuro da segurança social? É a vossa recusa sistemática

aos apelos do Sr. Primeiro-Ministro para um entendimento capaz de produzir um debate urgente sobre o futuro

e sobre a sustentabilidade da segurança social.

Mas não só, Srs. Deputados. O sistema da segurança social ficou ameaçado quando os senhores

colocaram o País de mão estendida, sob um resgate internacional. Esse resultado de uma governação

desastrosa traduziu-se num ajustamento doloroso que transportou com ele uma quebra do crescimento

económico, um aumento do desemprego e uma quebra no emprego.

O sistema de segurança social ficou ameaçado quando, com o Governo de José Sócrates, em 2009 — ano

eleitoral, só por acaso…! —, os saldos excedentários da segurança social que seriam imprescindíveis para

ajudar os que menos têm foram completamente gastos.

Mais: em 2007, o Partido Socialista fez uma reforma da segurança social, já na altura extremamente

necessária, mas, dois ou três anos depois, ficou demonstrado que os cenários não eram reais ao nível do

crescimento económico, do aumento do desemprego e da destruição e não criação de emprego.

Sr.ª Deputada, pela primeira vez, o Fundo de Estabilização Financeira tem dinheiro para pagar um ano de

pensões! Ora, isto não é de somenos importância.

Prevemos continuar neste caminho de boa gestão que leve a uma sustentabilidade das contas da

segurança social.

Para isso, em 2015, contribuirá o aumento das contribuições, o crescimento da economia e, sobretudo, o

aumento do emprego.

Sr.as

e Srs. Deputados, sabemos que estes requerimentos do Partido Socialista têm uma razão óbvia:

pretendem a todo o custo fazer esquecer o facto de o debate do Orçamento do Estado vos ter corrido muito

mal, como reconheceu, aliás, o vosso líder parlamentar.

Protestos do PS.

Mas queria lembrar a todas e todos Srs. Deputados do Partido Socialista que o PSD não se furta ao

debate, muito menos sobre um assunto tão caro aos portugueses, e não só participa com sentido de

responsabilidade como renova o apelo do PS no sentido de aceitar debater em conjunto uma matéria tão

importante.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para proferir a próxima intervenção, do Bloco de Esquerda, tem a palavra a Sr.ª

Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Secretário de Estado: As pessoas que

estão na lista dos despedimentos da segurança social têm vindo a público dar a cara, não têm tido qualquer

medo, porque cada despedimento, cada pessoa que vai para a chamada requalificação é uma vida, é um

rosto.

Ao Gualter Machado, da segurança social do Porto e deficiente visual, à Ana Palmira Coelho, a todos estes

e a todas estas trabalhadoras que vieram para a imprensa dar a cara, contando a sua história de 30 anos de

serviço enquanto educadores de infância, contando a sua história de 18 anos de serviço enquanto assistentes

operacionais, até a fazer funções de motorista, o senhor devia hoje dizer que acautelou as suas situações, que

tem sítio para estas pessoas irem trabalhar e que estavam lá a mais.