16 DE ABRIL DE 2016
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que acha que pode continuar na oposição a enganar os portugueses, quando, durante quatro anos e meio,
aquilo que fez foi não cumprir as promessas, empobrecer o País e desgraçar as famílias portuguesas.
Mas quero saudar o Sr. Deputado Pedro Passos Coelho porque, pelo menos, consegue dizer que há
legitimidade democrática nesta bancada governamental, e, por isso mesmo, bem-vindo à democracia
parlamentar.
Aplausos do PS.
Mas os Srs. Deputados do PSD continuam a dizer que o que vêm agora fazer é apresentar um conjunto de
propostas. Bom, eu diria que nenhuma proposta é relevante, é mais do mesmo ou, então, é a tentativa de
regressar às propostas que foram chumbadas pelo povo português e que deram origem a este Governo e a esta
opção.
Aplausos do PS.
O PSD quis fazer-de-conta que era social-democrata ou que tinha regressado às suas origens. Mas sejamos
sérios também aqui, Sr. Deputado Luís Montenegro, que hoje escolheu falar de casos de faits divers e não da
vida concreta dos portugueses.
Vozes do PS: — Muito bem!
Protestos do PSD.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — Em relação à devolução da sobretaxa, o PSD vota contra!
Reposição integral dos salários, contra! Aumento do complemento solidário para idosos, contra! Aumento do
rendimento social de inserção, contra! Aumento do abono de família, contra! Propostas até apresentadas pelo
PSD-Madeira, contra! — tal era a fúria do PSD de ser contra. Redução do IMI, contra! Proibição da penhora das
famílias, contra!
Pergunto, Srs. Deputados: que social-democracia é esta?
Aplausos do PS.
Mas já não nos iludimos. Os Srs. Deputados foram, assim, governando contra os portugueses, sempre contra
os portugueses.
No final do Congresso do PSD, tive oportunidade de convidar o seu líder a apresentar propostas ao País. E
fico absolutamente espantada porque pensei que tinha sido bem-sucedida neste meu pedido, eis senão quando
o PSD apresenta as seguintes propostas (façamos um exercício, Srs. Deputados): reduzir a tributação autónoma
sobre o rendimento variável que tome forma de participação no capital da empresa. Traduzo, Srs. Deputados:
benefícios fiscais aos prémios e bónus tipicamente dados aos gestores e aos trabalhadores mais bem
remunerados. Trata-se, afinal, não de pensar nos que mais necessitam…
Vozes do PS: — Muito bem!
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça Mendes (PS): — … mas, sim, de premiar fiscalmente os rendimentos mais
elevados.
Aplausos do PS.
Mas como se o ridículo não bastasse, Srs. Deputados, propõem reduzir em sede de IRS — note-se, reduzir
em sede de IRS — a tributação dos dividendos e das mais-valias para os escalões mais baixos de rendimento,
também a definir, para incentivar à poupança. Ó Srs. Deputados, mais-valias de títulos de capital?! Ações de