O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 33

18

direito de as famílias escolherem qualquer outra escola que não a escola pública, mas o que a Constituição não

faz é dar a obrigação ao Estado de pagar a frequência de escolas privadas por parte dos filhos destas famílias.

Portanto, o que os peticionários querem é que o Estado pague um valor para a frequência de

estabelecimentos de ensino, sejam eles do Estado ou privados. Ou seja, os peticionários querem que o Estado

crie um mercado de educação, através do chamado «cheque-ensino», um modelo que, na verdade, não permite

cumprir os objetivos da Constituição, relativamente à educação, um modelo que acaba por criar a discriminação

de quem frequenta a escola, um modelo que acaba por criar uma escola de segunda para os filhos dos pobres

e uma escola de primeira para os filhos dos ricos.

Ora, nem o Estado nem a Constituição, alguma vez, poderiam permitir isto.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Palmira Maciel.

A Sr.ª Palmira Maciel (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O exercício do direito de petição,

enquanto instrumento de participação política democrática, é uma louvável expressão de cidadania, razão por

que saúdo, em nome do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, muito particularmente neste momento, os Srs.

Peticionários, relevando o empenho para que a presente discussão do tema aconteça agora e neste patamar.

Sr.as Deputadas, Srs. Deputados, consagra a Lei Fundamental o seguinte: «Todos têm direito ao ensino com

garantia do direito à igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar» e que, «na realização da política de

ensino, incumbe ao Estado: (…) Assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito;» e «(…) Criar um

sistema público (…)» de ensino. Institui igualmente a nossa Constituição: «O Estado criará uma rede de

estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população». Estes comandos

constitucionais são pressupostos inevitáveis em qualquer abordagem em matéria de educação.

A Sr.ª Susana Amador (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Palmira Maciel (PS): — A educação e a formação — sublinhe-se — são alicerces fundamentais numa

sociedade e numa economia baseada na aprendizagem, no saber e na qualificação. A educação é condição

para a realização pessoal dos cidadãos e para a consolidação de uma sociedade mais justa e mais coesa.

Para nós, sublinhamos, a educação e a escola pública são, antes de mais, um meio determinante de

promoção da inclusão e da igualdade de oportunidades para todos os cidadãos.

A Sr.ª Susana Amador (PS): — Muito bem!

A Sr.ª Palmira Maciel (PS): — A igualdade de acesso de todas as crianças à escola pública, designadamente

ao longo dos 12 anos de escolaridade, é, pois, o inevitável compromisso que temos com a Constituição da

República e um desígnio nacional para o Partido Socialista.

Refira-se, contudo, que ao Estado incumbe o desenvolvimento de uma rede pública de ensino para todos os

portugueses.

Reconhecemos a importância do ensino particular e cooperativo ao longo dos anos, mas entendemos que

não incumbe, ao mesmo Estado, fomentá-lo.

Como bem invocam os Srs. Peticionários, a Constituição da República Portuguesa, do mesmo modo que a

impõe uma rede escolar que garanta a prestação do serviço público de educação, consagra também o direito

das famílias a decidirem a educação das suas filhas e filhos, ou seja, declara que aos pais pertence a prioridade

do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos.

Entendemos, contudo, que a liberdade de escolha pode funcionar como elemento de redução da equidade,

dado que não assenta em condições de acesso iguais.

Não podemos deixar de sublinhar que, por força de investimentos significativos nas últimas décadas e pelo

envolvimento de todos os agentes educativos e das autarquias, a escola pública portuguesa atingiu níveis de

excelência nas aprendizagens dos alunos de que todos nos podemos orgulhar, níveis esses reconhecidos em

contexto internacional.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 3 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr.as e Srs. F
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 33 4 O Sr. JoséSilvano (PSD): — Sr. Presidente, Sr.a
Pág.Página 4
Página 0005:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 5 O combate aos maus-tratos a animais é uma exigência de civ
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 33 6 A questão em concreto foi tratada nos tribunais
Pág.Página 6
Página 0007:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 7 os direitos comuns à água e à propriedade pública da água
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 33 8 O contexto legislativo alterou-se e hoje não de
Pág.Página 8
Página 0009:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 9 âmbito da tarifa social para o setor da água, de modo a qu
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 33 10 Posso referir aqui várias dificuldades. A sabe
Pág.Página 10
Página 0011:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 11 O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, peço-lhe que continue a
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 33 12 necessariamente com o interesse público». Conc
Pág.Página 12
Página 0013:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 13 A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Aquilo que pretend
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 33 14 A Sr.ª Secretária (Emília Santos): — Sr. Presi
Pág.Página 14
Página 0015:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 15 O Sr. Luís Graça (PS): — Sr. Presidente e Sr.as e Srs. De
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 33 16 que se querem apropriar de uma riqueza que é d
Pág.Página 16
Página 0017:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 17 A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e
Pág.Página 17
Página 0019:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 19 Sr.as e Srs. Deputados, tal como sempre assumimos, em con
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 33 20 Ninguém tem liberdade se é obrigado a aceitar
Pág.Página 20
Página 0021:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 21 A Sr.ª Ana Virgínia Pereira (PCP): — A educação é um elem
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 33 22 as crianças e jovens a essa educação de excelê
Pág.Página 22
Página 0023:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 23 O Sr. Presidente: — Para uma segunda intervenção,
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 33 24 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputa
Pág.Página 24
Página 0025:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 25 escola pública, promover o sucesso escolar e tornar os ór
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 33 26 Sr. Presidente, Srs. Peticionários: O PS não c
Pág.Página 26
Página 0027:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 27 O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 33 28 A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Até na qu
Pág.Página 28
Página 0029:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 29 aplicadas as mesmas normas que se aplicam no ensino públi
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 33 30 isso que tivemos os resultados que tivemos no
Pág.Página 30
Página 0031:
24 DE DEZEMBRO DE 2016 31 Protestos do PSD. Mais: tiveram oportunidad
Pág.Página 31