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10 DE MAIO DE 2017

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plataformas a abarrotar de pessoas, facto para o qual contribuiu a decisão, em 2012, da circulação de comboios

com apenas três carruagens, ao mesmo tempo que o turismo explodia na cidade de Lisboa.

Parece não haver lugar para grandes dúvidas: o serviço está cada vez pior e isso acentuou-se nos últimos

meses. O inegável desconforto dos utentes, obrigados a esperar mais tempo em plataformas apinhadas e,

depois, a viajarem apertados, é já o retrato mais fiel da realidade diária que se vive no metro de Lisboa.

Se quisermos percorrer a Linha Verde completa, ou seja, de Telheiras até ao Cais do Sodré, o tempo

estimado da viagem é de 20 minutos. No entanto, atualmente em hora de ponta, com os tempos de espera

intermináveis e as carruagens e cais sempre sobrelotados, demoramos pelo menos o dobro do tempo a fazer

este percurso. Na prática, mais vale ir de automóvel, visto que o tempo em hora de ponta é praticamente o

mesmo e é muito mais confortável. É necessário inverter esta situação porque o metro é um transporte público

coletivo, que tem de assegurar um serviço de qualidade e ser promotor de deslocações coletivas e não

individuais.

Sendo a Linha Verde uma das linhas com mais passageiros, visto que nesta existem várias correspondências

com outros serviços de transporte, como barcos, comboios e inúmeros autocarros, não é compreensível a

redução do número de carruagens.

O PAN considera que o metropolitano de Lisboa traz à cidade um contributo social e ambiental determinante

ao promover a mobilidade coletiva. Mas é preciso que proporcione um serviço cómodo aos seus utentes. Assim,

consideramos determinante a reposição da quarta carruagem em todos os comboios da Linha Verde, assim

como o reforço das carreiras da Carris que circulam na zona de Arroios durante o período das obras de

requalificação daquela estação de metro.

Talvez desta forma deixemos de ouvir todos os dias avisos como: «O tempo de espera pode ser superior ao

normal. Pedimos desculpa pelo incómodo causado».

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem, agora, a palavra, para apresentar o projeto de resolução

n.º 842/XIII (2.ª), o Sr. Deputado Heitor Sousa, do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Heitor Sousa (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Os transportes públicos são uma das

garantias do direito à cidade, sendo, por isso, determinante pensar soluções que devolvam essa condição de

igualdade e cidadania.

Infelizmente, nos mais de quatro anos em que o anterior Governo, PSD/CDS, esteve no poder a preparar a

privatização dos transportes públicos urbanos de Lisboa e do Porto, assistiu-se a um enorme desinvestimento

no transporte público coletivo, o que levou a uma degradação do serviço.

Um dos serviços que mais perdeu qualidade foi o do metro de Lisboa. A política de desinvestimento

desencadeada pelo anterior Governo levou o metropolitano a um nível de degradação nunca antes conhecido.

Quem se movimenta em Lisboa sabe a dificuldade que é utilizar o metro. Tendo sido, por diversos anos,

considerado pelos seus utentes como a melhor empresa de transportes, a Metropolitano de Lisboa é hoje um

dos maiores alvos de críticas e de reclamações da população.

Hoje, são evidentes a sobrelotação, a imobilização de carruagens, que provocou a retirada temporária de

serviço de 21 carruagens, a falta de manutenção de escadas rolantes ou elevadores, o tempo de espera muito

alargado ou o insuficiente número de carruagens na Linha Verde, ao que acresce o elevado preço das viagens,

a multiplicação de títulos de transporte que impede a promoção da intermodalidade na Área Metropolitana de

Lisboa, a falta de articulação entre transportes públicos na cobertura de horários e a desastrosa estratégia de

expansão da rede que se anuncia.

A Metropolitano de Lisboa sofreu particularmente com este processo, sendo que a particular falta que se

revela hoje é de trabalhadores, quer na área da condução, quer na área da manutenção.

Foram muitos os que foram convidados a rescindir os seus contratos de trabalho, o que teve como

consequência a redução de 50 maquinistas que agora fazem falta.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É verdade!

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