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17 DE JANEIRO DE 2019

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Sr. Deputado Bruno Dias, sobre os encerramentos, à data da privatização, os CTT detinham a maior rede de

presença territorial no País, constituída por 2300 balcões. Hoje, é o que se sabe!

Por isso, não se estranha que durante todo este processo tenhamos assistido a uma incansável luta por parte

das populações, dos trabalhadores no sentido de reivindicar um serviço de correio à medida das necessidades

do País.

Portanto, a nosso ver, aquilo que importa é reverter este processo, tal como o Sr. Deputado Bruno Dias

defende, mas consideramos que, para além disso, era importante apurar as responsabilidades pelos prejuízos

causados ao País e às populações com esta decisão de privatizar os CTT. Queria saber se o Sr. Deputado nos

acompanha neste propósito.

Aplausos de Os Verdes.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Hélder Amaral para pedir esclarecimentos.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Deputado Bruno Dias, queria

começar por citar o Secretário-Geral do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa, que utiliza

expressões como «lágrimas de crocodilo». Foi isso que o Partido Comunista Português veio aqui fazer: chorar

lágrimas de crocodilo. Não é novo esse ódio, esse ataque ao capital. Não é nova essa intenção de o Partido

Comunista Português fazer esse exercício de lágrimas de crocodilo e, até, de algum — vou tentar encontrar um

termo simpático — embuste, para ser cordial, ao eleitorado e ao povo português.

O Partido Comunista Português não precisa de uma declaração política destas para dizer que vai apresentar

uma iniciativa, que não é nova, ou para dizer que está contra a privatização, o que não é novo, e que defende

uns CTT, um serviço postal público.

O que já não consigo perceber é como é que o Partido Comunista Português consegue votar três

Orçamentos, fazer o negócio de apoio ao Governo e não pôr como condição para o apoiar a reversão da

privatização dos CTT.

Aprova tudo, vota tudo, aceita a degradação da qualidade dos serviços públicos, mas, depois, passa o

Orçamento, rasga as vestes e ai, ai, ai que há um problema.

Mas vou mais longe: a troica nacional, de que V. Ex.ª faz parte, não teve a coragem para citar todos os

números, mas foi em 2018 que se deu um aumento significativo de encerramentos nos CTT.

Diz a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) — naquele princípio de que todos tinham de estar

de acordo em haver, pelo menos, um posto de Correios em cada sede de concelho — diz que, no primeiro

trimestre de 2018, encerraram 6 concelhos, no terceiro trimestre de 2018, 10 e, no final de 2018, o número de

concelhos sem estação de correios passou para 33.

O que é que fez o PCP? Nada! Lágrimas de crocodilo! Passado esse tempo, vem agora dizer: «Isto não pode

ser!» e falar do capital, dos lucros… Mas onde é que os senhores andavam?! A aprovar o Orçamento deste

Governo!

O problema não é do capital da empresa, Sr. Deputado, mas, sim, da incompetência do Governo que não

controla o contrato de serviço público…

A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … e do regulador, porque um regulador mau e incompetente sai muito

caro aos portugueses.

O que devíamos estar a discutir, porque em 2020 termina o contrato de concessão, é quais são os critérios

de qualidade de serviço que queremos ter, quais são os postos que devem existir.

Sr. Deputado, o Partido Comunista Português é, ou não, a favor da autonomia do poder local?

O Sr. Presidente: — Peço-lhe para terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Termino, Sr. Presidente.