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I SÉRIE — NÚMERO 52

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O Sr. Bruno Dias (PCP): — Os senhores não sabem que, durante anos, tivemos ligações semanais entre

Palmela e a Alemanha em ferrovia de mercadorias e que essa ligação não tinha qualquer problema relativamente

à mudança de caixas de uma bogie para a outra, que o problema estava precisamente na insuficiência do espaço

de canal horário, nomeadamente no corredor a partir dos Pirenéus, justamente em França onde a bitola já não

era problema nenhum?

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Então, os Srs. Deputados não sabem que já não é de agora, nem deste mês, nem do anterior, que existe

uma ligação regular internacional, ferroviária, de mercadorias, a ligar — vejam lá! — China à Espanha? E se

chega à Espanha podia chegar cá, porque a bitola é a mesma que em Espanha e há quatro mudanças de bitola

na ligação transcontinental que se verifica regularmente.

Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, deixo também um alerta para o Sr. Secretário de Estado para

que não se esqueça e tenha em conta que o problema do transporte ferroviário de mercadorias, em Portugal, é,

acima de tudo, a falta de fiabilidade e de regularidade do transporte.

O problema não é o transporte ferroviário de mercadorias chegar mais depressa, é saber-se a que horas

chega. É com isto que as empresas precisam de contar, com a regularidade e a fiabilidade que hoje

substancialmente não têm, em larga medida pelo desinvestimento e a degradação que também o PSD e o CDS

contribuíram para agravar de uma forma incontornável.

Os afrouxamentos, as interdições, os encerramentos de linhas, o problema da falta de capacidade da rede

ferroviária nacional, até pela sua obsolescência por falta de investimento, é o que faz com que um comboio de

mercadorias não consiga ter a fiabilidade e a regularidade para que os próprios clientes saibam concretamente

a que horas vai chegar.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — É isto que os Srs. Deputados precisavam mesmo de entender.

Sr. Presidente, para terminar, apesar de tudo, é digno de registo, e tem de ser feita esta nota, o seguinte: é

que numa altura em que não faltam problemas, infelizmente, na ferrovia portuguesa, numa altura em que as

pessoas não conseguem entrar nos comboios à hora de ponta porque há supressões, o problema que o PSD

encontra, com caráter de máxima urgência, é a bitola ferroviária. Está tudo dito, Sr. Presidente!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Heitor de

Sousa, em nome do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda.

O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, apenas para concluir a nossa intervenção

sobre esta matéria, não posso deixar de comentar a intervenção do Sr. Deputado Hélder Amaral…

O Sr. Carlos Silva (PSD): — Ó diabo!…

O Sr. Heitor de Sousa (BE): — … sobre o programa Ferrovia 2020 e sobre a interrogação misteriosa acerca

da função primordial da linha ferroviária que está a ser construída entre Sines e Badajoz ou Caia.

O Sr. Carlos Silva (PSD): — Não está, não!

O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Sr. Deputado Hélder Amaral, o projeto que está no Ferrovia 2020…

O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Perguntei ao Governo, mas, já agora, diga lá!

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