O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE MARÇO DE 2020

11

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Luís Ferreira, de Os

Verdes.

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, a empresa CTT tem cerca de 100 anos,…

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Tem 500 anos!

O Sr. José Luís Ferreira (PEV): — … mas eu acho que podem passar mais 100 anos que ninguém há de

compreender os reais motivos que levaram o Governo PSD/CDS a privatizar uma empresa que prestava um

serviço público de altíssima qualidade, que respeitava os seus trabalhadores e que todos os anos contribuía

com importantes receitas para os cofres do Estado.

Hoje, sete anos após a privatização dos CTT, é perfeitamente notória a crescente degradação dos serviços

de correio. A saber: encerram estações e postos de correios; foram vendidos os edifícios; foram despedidos

trabalhadores; os vínculos precários aumentaram, bem como os percursos de cada giro de distribuição e os

tempos de espera para atendimento; há falta de dinheiro disponível nas estações para pagamento de pensões

e de outras prestações sociais; registam-se atrasos substanciais na entrega de vales postais e as situações em

que o correio deixou de ser distribuído diariamente acabaram por se generalizar.

Em resumo, a privatização trouxe menos qualidade, menos estações de correios, menos distribuição, menos

receitas para o Estado, delapidação do património, mais encargos para as pessoas e os trabalhadores viram as

suas condições de trabalho sofrer um substancial retrocesso.

É este o resultado da decisão do Governo PSD/CDS de privatizar os CTT.

O nobel do interesse público não seria desajustado para esse Governo e, já agora também, uma medalha

de lata para o campeão do interesse público, o ex-secretário de Estado Sérgio Monteiro, também não ficaria mal

neste contexto!

Protestos do PSD.

Mas, como se fosse pouco, vem agora a auditoria da IGF dizer: primeiro, o serviço público alimenta ou

engorda os ganhos dos CTT; segundo, as alterações legislativas que o Governo PSD/CDS promoveu em 2012

instalaram a dúvida sobre a titularidade dos bens da concessão, após terminar o contrato; e, por fim, que o

interesse público não foi tido em conta, não foi, de todo, acautelado.

Sr. Ministro, destas conclusões, apenas uma é novidade. Já todos sabíamos que o interesse público esteve

ausente neste processo, como também sabíamos, de resto, que o serviço público estava a engordar os ganhos

dos CTT. O que não sabíamos era do «jeito» que, consciente ou inconscientemente, o Governo PSD/CDS

acabou por atribuir aos privados.

Incógnitas ou incertezas legais sobre a titularidade dos bens da concessão que integram a rede postal, depois

de terminar o contrato? Mas o que é isto, Srs. Deputados? Isto não lembra a ninguém, muito menos a pessoas

com responsabilidades governativas.

Garantir a esta empresa privada a possibilidade de se eternizar num monopólio que só não é natural porque

foi construído pelo Governo PSD/CDS é absolutamente estranho num Estado de direito.

Mas, Sr. Ministro, não é apenas o interesse público que está em causa neste processo, são também os

padrões de qualidade que são exigidos e que se degradaram de forma acelerada, depois da privatização. Ou

seja, a privatização trouxe menos qualidade, menos postos de trabalho, menos estações de correio, menos

distribuição, menos receitas para o Estado, delapidação do património e mais encargos para as pessoas.

Já são, portanto, razões de sobra para trazer novamente os CTT para a esfera pública, como Os Verdes têm

vindo a defender.

O que eu pretendia saber, Sr. Ministro, é se essa possibilidade está a ser equacionada pelo Governo, no que

diz respeito ao futuro dos CTT, sobretudo depois de o Governo reconhecer, como o Sr. Ministro hoje fez quando

da sua intervenção na tribuna, que a privatização foi um erro grave e que não acautelou o interesse do povo

português.

Páginas Relacionadas
Página 0003:
13 DE MARÇO DE 2020 3 O Sr. Presidente: — Boa tarde, Sr.as e Srs. Dep
Pág.Página 3
Página 0004:
I SÉRIE — NÚMERO 40 4 317/XIV/1.ª (PAN) — Recomenda ao Governo a disp
Pág.Página 4
Página 0005:
13 DE MARÇO DE 2020 5 das estações em agências bancárias do Banco CTT
Pág.Página 5
Página 0006:
I SÉRIE — NÚMERO 40 6 todas, sem discriminações, sem olhar para a car
Pág.Página 6
Página 0007:
13 DE MARÇO DE 2020 7 Quinta ideia: a privatização de empresas públic
Pág.Página 7
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 40 8 medir; noutros casos, os custos são visíveis e
Pág.Página 8
Página 0009:
13 DE MARÇO DE 2020 9 legítimo ter dúvidas nesta matéria. Mas agora u
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 40 10 tem a motivação de fazer serviço público. Nunc
Pág.Página 10
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 40 12 Aplausos do PEV e do PCP.
Pág.Página 12
Página 0013:
13 DE MARÇO DE 2020 13 períodos de descanso e não pagamento do subsíd
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 40 14 E qual é a resposta do Governo perante a indig
Pág.Página 14
Página 0015:
13 DE MARÇO DE 2020 15 Aplausos do PS. Será també
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 40 16 A Sr.ª Márcia Passos (PSD): — Por sua vez, a e
Pág.Página 16
Página 0017:
13 DE MARÇO DE 2020 17 empresa CTT privatizada, porque nenhuma outra
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 40 18 O problema é que essa clareza com que falou so
Pág.Página 18
Página 0019:
13 DE MARÇO DE 2020 19 O Sr. Bruno Dias (PCP): — Isso não é verdade!
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 40 20 O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): —
Pág.Página 20
Página 0021:
13 DE MARÇO DE 2020 21 O Sr. João Dias (PCP): — Era para a pri
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 40 22 O Sr. Ministro das Infraestruturas e da
Pág.Página 22
Página 0023:
13 DE MARÇO DE 2020 23 Risos do BE. O Sr. Bruno
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 40 24 O Sr. Ministro das Infraestruturas e da
Pág.Página 24
Página 0025:
13 DE MARÇO DE 2020 25 A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Isso não é desculp
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 40 26 Existindo inação do Governo, pelo menos aparen
Pág.Página 26
Página 0027:
13 DE MARÇO DE 2020 27 Sr.as e Srs. Deputados, no passado, quando foi
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 40 28 Percebemos bem até onde vai a ortodoxia ideoló
Pág.Página 28
Página 0029:
13 DE MARÇO DE 2020 29 Protestos do Deputado do PSD Duarte Marques.
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 40 30 Aplausos do PSD. O Sr. Luís Monte
Pág.Página 30
Página 0031:
13 DE MARÇO DE 2020 31 do serviço diminuiu nos prazos de entrega, na
Pág.Página 31
Página 0032:
I SÉRIE — NÚMERO 40 32 Mais curioso ainda é que foi o próprio PS que,
Pág.Página 32
Página 0033:
13 DE MARÇO DE 2020 33 Contudo, e apesar de o contrato de concessão s
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 40 34 Parece que queremos passar do mau para o péssi
Pág.Página 34
Página 0035:
13 DE MARÇO DE 2020 35 A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Mas também temos u
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 40 36 O líder da extrema-direita portuguesa mais uma
Pág.Página 36
Página 0037:
13 DE MARÇO DE 2020 37 Aplausos do PS e de Deputados do BE.
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 40 38 O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Não é connosco,
Pág.Página 38
Página 0039:
13 DE MARÇO DE 2020 39 Os senhores não compreendem isso, porque não e
Pág.Página 39
Página 0040:
I SÉRIE — NÚMERO 40 40 Essas exigências assumem particular importânci
Pág.Página 40
Página 0041:
13 DE MARÇO DE 2020 41 A Sr.ª Isabel Pires (BE): — Isso é só u
Pág.Página 41
Página 0042:
I SÉRIE — NÚMERO 40 42 que era preciso fazer aquilo e agora respeitam
Pág.Página 42
Página 0043:
13 DE MARÇO DE 2020 43 Em 2018, Francisco Lacerda, que foi aqui tão b
Pág.Página 43
Página 0044:
I SÉRIE — NÚMERO 40 44 pessoas a oferecer crédito ao consumo?! É que
Pág.Página 44
Página 0045:
13 DE MARÇO DE 2020 45 Portanto, deste ponto de vista, as motivações
Pág.Página 45