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DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS 267

do julgamento de João Brandão. Julgo porém que similhante noticia não é exacta.
V. ex.ª e a camara sabem, pelo que disseram os jornaes, que foi assassinado um cidadão que tinha sido testemunha de accusação no processo daquelle criminoso, e consta que os implicados ou aquelles que são apontados como implicados no assassinato do padre Portugal, protestaram vingar-se em todos os que concorreram para a condemnação do seu intitulado chefe, e procuram levantar o império do trabuco e do punhal.
Não sei se o governo tem conhecimento disto, e se está disposto a tomar todas as providencias para pôr cobro áquelles attentados, o que eu espero confiado plenamente na solicitude dos srs. ministros.
Desejava tambem que estivesse presente o sr. ministro das obras publicas, porque tencionava chamar a attenção de s. ex.ª para o estado da viação publica no districto da Guarda, e principalmente para a conveniência e necessidade urgente da conclusão da estrada de Mangualde a Gouveia. Esta estrada é da maior importância, porque liga os centros fabris dos concelhos de Ceia, Gouveia, Guarda, Manteigas e Covilhã com o mercado mensal de Mangualde, aonde se apresentam e vendem os productos das fabricas daquella zona.
Não é estrada de uma só localidade, nem ainda mesmo só do círculo que tenho a honra de representar. Approxima ao mercado consumidor os productos fabris de uma zona muito extensa e muito importante; e todos sabem o que vale para a industria a facilidade e barateza na conducção dos seus productos (apoiados).
Pediria ao illustre ministro das obras publicas, que tomasse em consideração este negocio, mas como não está presente, espero que se dignará ler estas poucas palavras, e cuidará em satisfazer uma tão instante necessidade daquelles povos.
Mando para a mesa uma nota de interpellação a este respeito, e peço a v. ex.ª que lhe dê o destino conveniente.
Como estou com a palavra, seguindo o exemplo que ha dias nos deu o meu sympathico amigo e collega o sr. Francisco Mendes, o qual a propósito de um projecto de lei, apresentado pelo sr. deputado Eduardo Tavares, antecipou o seu juizo e mesmo o seu voto com respeito a essa medida, peço licença para declarar a v. ex.ª e á camara, que não estou muito disposto a votar o augmento do imposto pedido nas propostas apresentadas nesta casa pelo iilustre ministro da fazenda, emquanto se não apresentarem propostas de reducções e de economias; tanto mais que o sr. ministro da fazenda declarou no seio da representação nacional, que essas reducções e economias, quando não trouxessem uma vantagem material considerável, trariam necessariamente a grande vantagem moral de predisporem os contribuintes a aceitar de bom grado o augmento do imposto (apoiados). Bastava esta consideração para eu me achar por ora pouco disposto a votar o augmento do imposto, emquanto senão apresentarem as economias e reducções que julgo possíveis e indispensáveis (apoiados).
O sr. Minintro da Justiça (Saraiva de Carvalho): - Pedi a palavra para responder a uma interrogação que acaba de ser formulada nesta casa pelo illustre deputado, o sr. Almeida Rainha, a respeito do estado de segurança da província da Beira; mas antes de dar a explicação de vida á interrogação de s. ex.ª, peço vénia para dizer que, não estando presente o sr. ministro das obras publicas, não posso encarregar me de responder á interpellação que o illustre deputado fez a respeito da estrada de Mangualde a Gouveia, cousa que, não sendo da minha especial competência, não admira que não tenha presente.
Disse s. ex.ª que sabe por noticias que tem, que hoje se procura estabelecer na província da Beira o reinado do punhal e do terror. Digo ao illustre deputado que o governo já tomou as providencias necessárias para que, em vez do reinado do punhal e do terror, se estabeleça naquella província o reinado da lei e da justiça (apoiados). Mandaram se cassar já licenças a delegados e juizes para voltarem às respectivas comarcas; combinou o ministerio da justiça com o do reino, para que se fizesse marchar uma força para ali, e se usasse de todos os meios repressivos, a fim de que os povos tenham segurança e que os assassinos que infestam uma parte daquella província sejam perseguidos, mas perseguidos dentro da orbita da lei, aquella perseguição que se deve fazer a assassinos, para que se possa manter a ordem e tranquillidade indispensáveis e por uma vez fique segura a vida, bens, respeito da lei e tranquillidade publica (apoiados). Creio que estas explicações são sufficientes (apoiados).
O sr. Júlio Rainha: - V. ex.ª dá-me a palavra?
O sr. Presidente: - Não póde haver discussão sobre isso, nem mesmo ha interpellação em forma, por consequência não lhe posso dar a palavra.
O sr. Júlio Rainha: - É simplesmente para agradecer ao sr. ministro.
O sr. Cândido de Moraes: - Quando hontem se suscitou aqui um incidente que deu logar a que viesse á discussão o comportamento de diversas categorias militares que têem tomado parte em sedições, ou as têem promovido, o meu illustre collega e camarada o sr. Quintino de Macedo verberou uma censura extremamente enérgica e cheia de acrimonia contra aquelles que, esquécendo-se de perseguir os principaes fautores desses acontecimentos deploráveis, exerciam comtudo uma [...]contra os pobres sargentos, palavras de [...] viu. V. ex.ª e a camara comprehenderão de [...], attendendo á minha situação especial, deveria [...] máximo empenho em pedir desde logo a s. ex.ª algumas explicações, que de certo se não recusaria a prestar-mas.
Tive a honra de sujeitar á apreciação do parlamento, ha já algumas sessões, um projecto em que conjunctamente com alguns collegas, ao lado dos quaes eu tenho o prazer de me sentar nesta casa, propúnhamos que fossem declaradas nullas as promoções feitas pelo governo, em 21 de julho do corrente anno. Não era minha intenção fazer perseguição alguma (apoiados}; nem me parece que da intelligencia illustrada e esclarecida do meu illustre collega e camarada, se possa entender como perseguição um projecto que se apresenta ao parlamento o se submette á sua discussão, approvação ou rejeição; contudo todos os meus collegas reconhecerão que é extremamente desagradável ficar perante o publico, perante muitas pesaoas que ouviram a accusação por s. ex.ª dirigida, de que eu perseguia os sargentos, collocado numa situação duvidosa em que me collocaram as palavras do nobre deputado, porventura ainda na mais desagradável situação de ser julgado como perseguidor (apoiados). Repito ainda uma vez; não está no meu caracter perseguir ninguém.
S. ex.ª apreciou, se se podia referir a mim a sua apreciação, por uma forma menos vantajosa, às qualidades do meu coração; e eu tenho immenso prazer em declarar á camara, que o meu coração não tem as qualidades que lhe attribue nem deixa de as ter quando trata de apreciar questões á luz da rasão e dos principios da justiça (apoiados). Espero que o meu illustre camarada e collega se não recusará a dar as explicações que peço; e espero que a camara me desculpe agora o ter eu insistido tanto com v. ex.ª em solicitar que me concedesse a palavra, que com bastante magua minha v. ex.ª, cumprindo o seu dever, me recusou: e peço desculpa tambem a v. ex.ª pela minha insistência, que desejo que seja apreciada convenientemente como uma manifestação do meu desejo, que tenho de ver desde logo esclarecida uma duvida, que confesso a v. ex.ª pesava pela forma mais desagradável sobre mim.
O sr. Pereira de Miranda: Mando para a mesa um projecto de lei que tem por fim auctorisar a camara da cidade de Elvas a fazer uma determinada applicação da verba denominada «obras urgentes», e uma representação da

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