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emendas, ou additamentos, que tiver sobre esta materia para irem á Commissão deuma vez, quando não nunca se acaba este negocio o Sr. Deputado entende que faz um grande serviço ao seu paiz em estorvar que haja vapores, elle ha de agradecer lhe, não tenha duvida.

O Sr. Presidente: - Eu devo declarar ao Congresso que o additamento do Sr. Barjona veio para a mesa no fim da discussão, e não houve occasião de ser lido, porque a hora já estava muito adiantada.

O Sr. Valentim dos Santos: - Não sei como se possa dizer que não se querem barcos de vapor!!! Como se sofisma deste modo semelhante discussão! Esses argumentos de terror devem ser excluidos, não ha direito algum de marcar a qualquer Sr. Deputado tempo, ou logar para poder apresentar qualquer emenda, substituição, ou additamento, e em quanto durarem as discussões podem os Srs. Deputados, em qualquer logar que querem, apresentar as suas ideas; logo o Sr. Barjona está no seu direito, querer no meio de uma discussão tirar tal direito, é isin atrentado inaudito, e ainda maior o é semndo se do despreguei argumento, que é nariz de cera para as questões = quem manda additamentos não quer barcos de tapar!!! O que tem a companhia pedido, que nós não lhe tenhamos concedido11 Não lhe concedemos o direito dos cáes por quarenta annos. Examinamos alguma
cousa a respeito desses cáes? Estabelecemos porventura o modo como elles deviam ser construidos? E examinámos tambem se para o futuro viariam a ser úteis á nação Examinamos alguma cousa destas? Nada disto decidiu-se tudo a favor do que a companhia pediu; logo não se pode dizer por principio algum que nós não queremos vapores, pode ser que depois de passados esses quarenta annos já não haja nem um pão nesses cáes; por consequencia não está fora do direito exigir-se da companhia algumas garantias, porque e cousa, que a o Congresso não estabeleceu, logo o Congresso por todos os direitos deve estabelecer uma garantia qualquer, porque não se deve contractar sem haver alguma garantia, que assegure esse contracto, senão marcarmos o tempo, em que essa empresa deve começar, segue-se que póde não principiar senão passados os annos, que quizer, e nós ficamos sem direito de os obrigar a cumprir o contracto, e bem poder contractar com outros, e por tanto sem esses, nem outros vapores senão marcarmos algumas condições para a construção dos cáes na sua generalidade, segue-se que podem faze-los de tabuas telhas, e que acabarão no mesmo praso dos quarenta annos, logo ficaremos sem cães, nem vapores se seguirmos a doutrina rigorosa dos devotos fanaticos desta empresa. Voto por tanto pelo additamento do Sr. Barjona, porque quero vapores, e cáes na realidade.

O Sr. Gorjão Henriques: - Sr. Presidente, eu creio que se tem entrado na discussão da materia...

O Sr. Presidente: - Está em discussão a materia, um Sr. Deputado pediu que fosse a uma Commissão, outros Srs. Deputados impugnara esse requerimento.

O Sr. Gorjão Henriques: - Pois bem, nessa parte pouco tenho a dizer, senão; que maior garantia queremos nós do que aquella da grande despesa, que a companhia vai fazer em comprar vapores, machinas, em construcção de cáes. depois defeitos os quaes é que ella pode começar aperceber os lucros (Apoiado) O Sr. Vasconcellos já disse mui fundamentalmente que a companhia estava muito desanimada, e que estavam resolvidos a não pôr a navegação dos barcos de vapor, e então não venha agora este peditorio das garantias servir talvez de pretexto para dizerem que já não querem tomar conta da empreza.

Sr. Presidente, eu sempre ouvi dizer que o maior inimigo é o official do mesmo officio, e que o maior invejoso é o que tem as mesmas pertenções, e guiado por estes rifões antigos, eu tenho colligido que é necessario não fazer desanimar estes emprehendedores, porque tendo fallado com alguns dos accionistas da actual companhia de vapor, e com os mesmos, que dirigem a economia dessa navegação, todos longe de me dizerem que os novos emprehendedores vão ter lucros de mundos, e fundos, e de tractarem empecer este novo estabelecimento, todos me tem dito que a maior desforra, que elles podem ter, e o maior mal, que se pode causar aos novos emprehendedores, é deixa-los verificar a empreza, porque elles não sabem em que se mettem, pelas grandes despezas a fazer, pela difficuldade, e dispendio, que demanda a navegação, em consequencia da irregularidade das correntes das aguas do Tejo, e muitas outras, e eu accrescento que até porque elles certamente não conhecem o gemo do geral da, população do reino, que quer antes privar-se de certas commodidades, do que pagar qualquer cousa mais, como ha de tambem acontecer com as estradas (Apoiado, apoiado.) Assim, torno a repetir, receio que não venha esta garantia exigida servir-lhe de pretexto para não porem em campo a sua empreza, por tanto peço que se não tracte deste objecto, e que se decida quanto antes esta questão, porque o additamento do Sr. Barjona não tem logar agora nesta occasião voto por tanto contra o additamento.

O Sr. Presidente: - Eu peço attenção aos Srs. Deputados o Sr Barjona propoz que o seu additamento foste a uma Commissão, peço que mande para a mesa esta moção por escripto. (Rumor.) A hora deu por consequencia esta questão fica para ser tractada amanhã na hora da correspondência. A ordem do dia para amanhã é a continuação da discussão da constituição sobre o modo de organisar a segunda camara. Está levantada a sessão.

Eram quatro horas da tarde