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OS. Pestana : —- Então peço a V. Ex.* que pergunte se a matéria está discutida.

•/fssim se resolveu , e em seguida deliberou a Camará que a Commissão Diplomática 'podesse ouvir as Coni'inissocs de Legislação e Fazenda, mas não

ficando com a obrigação expressa de as ouvir.

O Sr. Jernis ddtouguia: — (Para uma explicação). Sr. Presidente, infelizmente nestas questões apparecem personalidades, que obrigam o Deputado c mais pacato, o mais socegado, e o mais decidido a não tomar tempo á Cornara, a responder a arguições injustas e infundadas que se lhe fazem. O illustre Deputado poi; Aveiro, que eu já d'ante-muo declaro que de certo não me queria directamente insultar nas expressões que soltou, rnas que 'directamente , insultou os Membros da Commissão Diplomática, disse — u desejo que o «negocio vá a muitas Commisòões, porque indo a « muitas Commissões, não se faz nada?? — Sr. Presidente, taes palavras sentencearam muitas opiniões daqueijc lado da Camará, sobre'alguns objectos que se traclararn aquixna Sessão passada, (apoiados), mas a proposição e''verdadeira ; o facto e' esse: o negocio a mais de urna ou duas Com-missões morre: no entanto o'illustré Deputado desenvolveu a sua idea, e essa-ide'a levou o insulto mais flagrante a todos os homens que são Portugueses; e eu desafio o illustre Deputado , que apresento mais provas de que eu tenha dado na -minha carreira publica (apoiados): o ilhislre DP-.putado disse—-«as minhas convicções não podem «ser levadas avante nesta Camará, por consequen-

v « cia o meu fim é, que aquellas matérias que eu «quizeru que 'se decidissem de certa forma, não « entrem ern discussão 55 — sendo o illustre Depu-' tado um dos principaes do-partido q.ue hoje appa-rece em publico, declarando-se somente patriota, somente capaz de defender a Nação, somente cheio de razão, de justiça e de força, quiz o illustre Deputado dizer—r «essa Commissão não e capaz de «dar uma decisão patriótica; não e' capaz de fa-«zer justiça á Nação; essa Commissão finalmente «e' demasiadamente prudente, como já chamou «aos Srs. Ministros j?— quer dizer, a essa Com-» IDÍSSHO falta o• patriolismo^necessario' para"decidir corn justiça — Sr. Presidente, não apresentarei aqui as minhas convicções a respeito do negocio,

'porque sou Membro da Commissão; no entanto

. poderia -fallar tão livremente , ou talvez rnais de que o illustrc Deputado, que apresenta aqui as suas opiniões, e eu tenho-as dito nesse Paiz que clíe stigmalisa; e o illustre Deputado sabe que ás vezes no calor da discussão,, ern sociedades particulares,. corre-se o risco cie vida em apresentar proposições atrevidas: portanto, Sr. Presidente, tomei algum tempo á Camará, mas não podia deixar de o fazer, porque o illustre Deputado tendo talvez pensado mal, 'fez um insulto directo aos Membros da Commissão Diplomática, a essa Commissão a que já estava afíec.to o negocio. Tendo dado esta explicação, chamando o illustre Deputado a todas as comparações que queira, na eii-nha -vicia publica e .particular, desafio-o-para que uie mostre um só facto em que não lenha mostríi-do que sou quanto posso verdadeiramente Por-;tuguez.

O Sr. José Estevão: — Se o que eu disse foi to-

mado pelo illustre Deputado como allusao pessoal? o que S. S.* acaba de dizer e' personalíssimo; não foi só allusao á minha pessoa, mas á minha cabeça , ao meu coração, aos meus pensamentos de hoje, de amanhã, aos que tive, e aos que nunca hei de ter: nunca se fez uma alluáão rriaispessoalj e permitta?me S. S.a que o diga, mais assazmente pessoal. Eu nem sabia que o Sr. Deputado era Membro da Commissão Diplomática, nem eu-podia alludir a uma pessoa que não conhecia, como fazendo parte da Commissão.

Ora, Sr. Presidente, eu não fiz allusao a ninguém, e desde que, diante das convicções e prin- ' cipios de um homem se apresentam os homens e as convicções, desde esse tempo um parlamento e um impossível, ou uma arena de gladiadores, e eu não entendo que se enthronise similhante principio de civilidade, porque e o meio indirecto de acabar com a liberdade das discussões.

Portanto, Sr. Presidente, repito, que nas minhas expressões não houve a menor prova de pouca 'confiança, nem na Commissão Diplomática, nem nas outras, nem na maioria da Camará (rumor). Perdoem ; eu não podia confiar que a maioria dês- L ta Camará julgasse em conformidade com as minhas convicções, e seria taxado de atrevido se tivesse concebido tal esperança; tenho-me sempre sentado nestas cadeiras/, e nunca tenho visto cá nenhum desses Srs., ou se cá se têem sentado foi para tomarem o fresco ; e portanto, depois dos últimos-su-ccessos do Paiz, fora um homem estúpido se esperasse que^ as minhas convicções se ajustassem com as daquelle lado sobre uma questão tão importante. Então, se desconfiasse, não era das Commissões, mas da maioria desta Camará, e faço a justiça a mim , e aos outros de que só temos convicções sinceras, e se o são,'e' preciso que permaneçam na 'sinceridade.

Quanto a Pareceres patrióticos, e' a primeira vez que lhes- ouço dar similhante epitheto: tudo pôde ' ser . patriótico , menos o. Parecer de uma Commissão, que não pôde ser senão justo, e. neste caso só pôde ser o resultado do exame dos Tra-ctados, e da Legislação : ainda não vi questão.em que menos possa haver sentimentalismo.

Sr. Presidente, eu não insultei o illustre Deputado , mas se tivesse tido essa desgraça , o sentimento profundo que e!ia ,me produziria, seria at-tenuado ha pouco ; porque S. S.a tomou occasião para fazer urna inanifesiação de sentimentos, de . que a Camará não devia duvidar a seu respeito, e de que eu sou o primeiro a não duvidar; não duvido da sinceridade desses .sentimentos, porque, tenho certa tendência de confiança para S. S.a particularmente sobre esta questão',* que espero s-e-não desminta ; e fico por aqui. Alguma oecorren» cia particular teve logar entre o Sr. Deputado, e míin a este respeito, sobre a qual espero que se explique, porque me tinha entibiado a crença qne "s eu tinha em S- S.a-da sua doutrina'orthodoxa a este respeito. ' ,