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para dar uma explicação, visto que por parte dos illustres deputados que tomaram parte no debate, se quiz notar uma differença entre um paragrapho da resposta ao discurso da corôa e o que lhe corresponde no mesmo discurso. Pedi pois a palavra para dizer que me parece, visto que não se notou onde estava essa differença, não estou habilitado a mostrar onde está a harmonia.

Não digo isto com animo de provocar a discussão; pelo contrario folgo que a resposta ao discurso da corôa seja considerada simplesmente como mero cumprimento á corôa. Sei que as opposições parlamentares têem occasiões opportunas para discutir os diversos actos do governo sem aproveitarem esta occasião.

Não quero entrar nas considerações partidarias que levaram a opposição a tomar esta questão n'este terreno; e mal o podia eu fazer, que entro pela primeira vez na vida politica, e que sou um humilde soldado. No entretanto o que digo é que se a opposição entendeu que não devia escolher este campo para dar batalha ao governo, devemos nós todos folgar e applaudir esta sua resolução.

Agora direi unicamente que não acho differença essencial entre os dois paragraphos a que se alludiu; pôde talvez haver differença de palavras, mas não ha differença quanto á essencia. Quanto ao pensamento, ha a interpretação do mesmo discurso da corôa e nada mais, mas não me demoro sobre este ponto, porquê não quero prolongar o debate.

Quanto aos esclarecimentos que faltam sobre as contas, já o sr. ministro da fazenda deu as devidas explicações; e em todo o caso a discussão podia abrir-se sobre qualquer dos outros de que se compõe a resposta ao discurso da corôa, deixando para outra occasião a discussão especial d'este ponto; mas repito de novo — nada tenho com as causas que levaram a opposição a não aproveitar esta occasião para discutir os actos do governo. A mim, como deputado, se me resta simplesmente applaudir a sua resolução.

O sr. Presidente: — Como não ha mais algum sr. deputado inscripto, vou pôr á votação o projecto de resposta ao discurso da corôa na generalidade e na especialidade.

Foi approvado unanimemente.

O sr. Presidente: — Como ha ainda uma commissão a eleger, a de commercio e artes, convido os srs. deputados a formularem as suas listas, para se proceder á chamada.

O sr. Barros e Cunha: — Peço a palavra.

O sr. Presidente: — Tem a palavra.

O sr. Barros e Cunha: — Achando-se presente o sr. ministro da justiça, e desejando verificar a interpellação que v. ex.ª mandou annunciar ha dias, pedia a v. ex.ª para me dizer se o sr. ministro já se deu por habilitado.

O sr. Presidente: — O sr. ministro ainda se não declarou habilitado.

O sr. Ministro da Justiça (Gaspar Pereira): — Para responder á interpellação do nobre deputado, preciso de esclarecimentos que pedi; esses esclarecimentos ainda não vieram, e é a rasão por que não me tenho dado por prompto para responder; mas espero que com muita brevidade virei á camara dar-me por prompto para responder á interpellação do illustre deputado.

O sr. Barros e Cunha: — Agradeço a s. ex.ª a sua delicadeza; mas peço instantemente a s. ex.ª o favor de proceder ás investigações officiaes que o habilitem a responder á minha interpellação; e previno a s. ex.ª de que hei de ao mesmo tempo interpella-lo sobre a manifestação dos parochos e clero de Braga, que representaram ao seu arcebispo, declarando que = aceitavam sem restricção a doutrina da encyclica de 8 de dezembro ultimo, e que condemnavam e reprovavam tudo quanto na mesma encyclica se achava condemnado =.

O sr. Ministro da Justiça: — Persuado-me de que na segunda ou terça feira estarei habilitado para dar todos os esclarecimentos ao nobre deputado, não só sobre o primeiro objecto da interpellação, mas tambem sobre o segundo objecto que acaba de referir.

O sr. Lampreia: — Participo a v. ex.ª que a commissão de saude publica se acha já constituida, tendo nomeado para presidente ao sr. Antonino Vidal, a mim para secretario, havendo relatores especiaes para as diversas questões.

Corrido o escrutinio para a eleição da commissão de commercio e artes, verificou-se terem entrado na urna 86 listas, e saíram eleitos os srs.:

José Pedro de Barros e Lima, por............ 67 votos

Francisco da Silva Mello Soares de Freitas.. 66»

Luiz Xavier do Amaral Carvalho.............. 66»

Manuel José do Sousa Junior................. 63»

José Guedes Coutinho Garrido................ 60»

João Antonio de Sousa....................... 60»

Carolino de Almeida Pessanha................ 58»

O sr. Presidente: — Sua Magestade recebe na segunda feira ao meio dia a grande deputação que ha de apresentar ao mesmo augusto senhor a resposta ao discurso da corôa. A deputação será composta, alem dos membros que com, põem a mesa, dos srs.: Anselmo José Braamcamp, José Maria do Casal Ribeiro, Mathias de Carvalho e Vasconcellos, Antonio de Serpa Pimentel, Rodrigo Lobo d'Avila, José Carlos Sette, Antonio Gomes Brandão, José Barbosa e Silva, Antonio José de Barros e Sá e Antonio Pinto de Magalhães Aguiar.

A ordem do dia para segunda feira é trabalhos em commissões, e para terça feira — na primeira parte a discussão do projecto n.° 6, que fixa a contribuição pessoal para o seguinte anno economico; e na segunda parte a eleição da commissão de petições.

Está levantada a sessão.

Eram tres horas da tarde.