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nhã feito o meu calculo em relação a um volume do Diário da Camará, e era em relação a isso que aconselhei ao Sr. Deputado que se informasse com os ofliciaes da Secretaria que lêem essa empreza ; nada havia pois que admirar nisto, nem razão pa-raexdamar « remettem-nos para os empregados da Secretaria, como se elles soubessem a despeza de uma impressão» sabem, sim; porque-pagam a do Diário da Camará. Se o Sr. Deputado fosse á Imprensa Nacional , como eu , haviam de ter-lhe dito o seguinte -— que uma folha do Diário da Camará, na hypothese actual, e não na de uma impressão completa , porque a maior parte dos eleitores não são recenseáveis senão por urn titulo de contribuição, ou pelo de ordenado , e então não é preciso preencher todos os dizeres; dir-lhe-hiam—que cada folha do tamanho das do Diário da Camará custaria 2:000 réis de impressão, de tiragem 600 réis, prémio á imprensa 600 réis; e o papel, quero que seja a 1400 n resma; o Sr. Deputado achava-o a 1300; ia está o do Diário da Camará, que é excellente , e custa isso. Tenha a bondade de fazer a conta com estes dados todos, e tirará a consequência de que cada um daquelles volumes lhe custa pouco mais ou rne-nos um conto déreis, isto é, se a totalidade dos recenseamento? lhe levasse seis volumes, importava a despeza em seis contos de réis, e era no formato do Diário da Camará : mas no do Diário do Governode-ve ser muito menos; porque n'utna só pagina deste »e pôde fazer mais do que o que se faria em duas do Diário da Camará: cada pagina do Diário do Governo levaria talvez quatro paginas do Diário da Camará, porque todos os dizeres cabem n'oma lauda e então não é preciso passar para a outra: o Sr. Presidente da Commissão devia »abel-o , porque é governador civil, por cuja repartição se teem expedido mappas assim organisados para os eleitores eele-giveis ás camarás rnunicipaes. Se a despeza pois era de seiscentos naquelle formato, neste outro, em que »?e economisa papel, não seria menor? Certamente. Por consequência, quando fallei em 6 ou 8 contos, tinha razão para o dizer. Ponha a Camará a concurso esta despeza, e verá que alguém lha fará por muito menos.

Sr. Presidente, se eu fosse auctor do projecto do Sr. Silva Sanches, sabe V. Ex.a o que fazia l Pedia licença para retirar essa parte delle; e tinha muito boas razoes para o fazer ; porque depois, que o Sr. Silva Sanches o apresentou, veiu o Governo propor a eliminação da decima predial e industrial, e por consequência cahiu cnmpletarnente a base do recenseamento, e o Governo não pôde deixar de vir propor, quando levar n e (Te i Io a auclorisação que pediu, uma nova base para a classificação dos elei-lores e elegíveis; por consequência a impressão que o Sr. Júlio Gomes pedia no seu projecto, já não é necessária , porque e evidente que por esta impressão não se pôde fazer obra para as próximas eleições , mas só para as futuras; e para essas já necessariamente o Governo ha de ler proposto a mudança da base da lei. Por consequência repito, no logar do Sr. Silva Sanches, retirava e»ta parte, para se ver claramente o que ha nislo , visto que a Com missão de Legisl 'cão diz que terri a sua opinião formada sobre todo o projecto , menos nesta parle. O que eu quero e que se faça uma lei elei-loral, e se evite o escândalo de «e fechar o parla-

mento, e dizer ao Governo: fazei vós a lei eleitoral. E aqui está a verdadeira causa das iras desenvolvidas conlra rn i m, iras, devidas aos esforços que tenho empregado para tornar esla questão clura , esforços de que me honro, (apoiados) Eu tenho trabalhado para fazer ver que não ha lei eleitoral; V. Ex.a é testimunha da repugnância com que esla idea foi recebida. Eu fui obrigado a interpellar o Sr. Ministro do Reino, visto ler elle declarado que estava protnplo a ir a uma conferencia pura discutir se havia ou não lei eleitoral ; e tendo leito mais ainda, porque veiu aqui pedir á Commissào que se reunisse no dia seguinte, e a Cotninissão nào se reuniu, não convidou o Sr. Ministro, poz p»-ciru em cima sobre urna questão gravíssima; questão gravíssima, sim; porque desde quo um Deputado veiu aqui denunciar a não existência da lei eleitoral, e o Governo hesitou em se declarar, que devia fazer o parlamento? A primeira questão a (radar era essa. E a Commissão de Legislação o que fez ? Não convidou o Sr. Ministro do Reino, apesar de elle mesmo pedir essa conferencia! S. Ex.a nisto mostrou que prestava mais homenagem aos princípios do Governo Representativo do que a Commissão de Legislação. Não parou o negocio; eu precisava de fazer sahir a Camará desta situação difficil cm que a Commissão de Legislação a estava collo-cando ; por is»o interpellei o Sr. Ministro do Reino ; e o que fez S. Ex-a? Veiu aqui, e mereceu os meus louvores pela maneira leal e franca, com que declarou, que não havia lei eleitoral ; mas que se o parlamento a nào fizesse, havia faze-la o Governo. Oh ! Sr. Presidente, pois não ha lei eleitoral , e o parlamento não a ha de fazer? Ha de dizer scientemente ao Governo — excedei as vossas atlribuiçòes, e legislai ! O que e' fazer o Governo a lei eleitoral s^não exercer outra dictadura? Que quer a Camará que diga o Paiz ? Que nós começámos por approvar actos dictatoriaes , e acabámos abdicando as nossas atlribuiçòes.

Tomo calor, Sr. Presidente, porque respeito e amo sinceramente o systema representativo ; e magoa-me quando vejo homens, que fizeram serviços a este systema, como o Sr. Deputado que combateu valentemente e perdeu uma perna na sua defeza , despregarem os princípios pelos quaes exposerarn a sua vida no campo. Nào posso vencer a emoção que de mirn se apossa , quando vejo tractar de resto princípios tão eminentemente couslitucionaes como este, quando vejo pegar na Carta, e rasga-la! Isto não hei de eu consentir sem levantar a minha voz, embora fraca, e para protestar ao menos contra este desprezo dos princípios constitucionaes. (apoiados)