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6 DIARIO DA CAMARA DOS SENHORES DEPUTADOS

anno passado, relativo ao fomento agricola do Traz os Montes, e ultimamente o projecto relativo aos caminhos do ferro, em cuja discussão eu não pude usar da palavra, como queria, porque desejava referir-mo á necessidade da viação accelerada n'aquelle districto, viação que se impõe, e que deve ter logar primeiro que qualquer outra.

Mas não basta a viação accelerada, como é o prolongamento do caminho de ferro do Mirandella a Bragança, é preciso não esquecer a viação ordinaria para, como alguns deputados aqui disseram, ligar as differentes povoação com as estações principaes das linhas ferreas, para dar facil saida ás suas producções agricolas e industriaes.

Ha varias estradas no districto do Bragança, cuja construcção foi ordenada pelos poderes publicos, mas não se tem pagado do alguns kilometros, quando o seu prolongamento hoje se impõe, sob pena de ficar tudo prejudicado ou de não se fomentar certas producções agricolas importantes, que ha em muitos pontos, e outras que se podem crear.

Quero referir-me principalmente, á estrada que vae de Bragança á Iseda, que é a povoação mais importante que se encontra n'aquelle concelho, povoação riquissima e notavel pelos seus productos oleiferos e cerealiferos, a maior parte dos quaes não podem ser aproveitados, e trazidos para os differentes mercados, pelo facto de a construcção d'aquella estrada estar parada.

Os trabalhos desta estrada estão paralysados, sendo absolutamente necessaria a sua continuação.

Preciso tambem referir-me á estrada que vae de Bragança a Vimioso, e de que falta construir apenas um lanço de 8 kilometros entre Pinello e Vimioso.

Ora esta villa é uma das mais ricas do districo. V. exa. conhece perfeitamente quaes ae condições agricolas e economicas do concelho de Vimioso, que é notavel pelos seus productos cerealiferos.

O anno passado tive occasião de percorrer estes terrenos, e, notei que, se prestavam a essa cultura. Vi quanto era intensiva ali a cultura dos cereaes, e o que daria aproveitando no todos os terrenos que se podem prestar a essa cultura.

A producção dos cereaes é mais do que sufficiente para as necessidades do concelho, sobejando muito para ser exportado por outros concelhos.

Mas e claro que para o trigo ser exportado, é necessario que o agricultor encontre preços convidativos, e para isso é preciso que haja transporto facil e barato, o que não succede n'aquelle concelho.

Ha tambem ali o commercio importante de gado vaccum e a industria tambem importante de cortumes, muito notavel em duas aldeias d'aquelle concelho.

Esta industria não se tem desenvolvido, em virtude de não ter sido concluida esta estrada.

Por outro lado, a 10 kilometros da capital do concelho encontra-se essa região tão conhecida sob o ponto de vista das suas riquezas mineraes, e que offerece a qualquer observador notaveis conhecimentos scientificos, pelas descobertas archeologicas ahi observadas.

Pois o que é verdade é que as minas d'essa região, que fornecem marmores e alabastros, estão muito pouco exploradas, nada se faz ali porque quem só mette em quaesquer trabalhos fica prejudicado.

Toda a gente sabe que esses marmores e alabastros podem vantajosamente comparar-se, não só com outras nacionaes, mas até com muitos estrangeiros, mas os das minas do Santo Adrião, devido á falta de communicações, não têem saída.

Impõe-se, portanto, a conclusão da estrada.

Ao sr. ministro das obras publicas, que tanta attenção tem prestado ás provincias de Traz-os-Montes, peço que não descura tudo que respeita a esta provincia.

Torna-se necessario que s,. exa. faça porque sejam construidas as duas importantes estradas que vão de Bragança a Vimioso e a Izeda, as quaes servem importantes interesses publicos, o que se iniciem os trabalhos do prolongamento da linha ferrea do Mirandella.

Tenho dito.

O sr. Francisco Machado: - Sr. presidente, tinha pedido a palavra para quando estivesse presente o illustre ministro das obras publicas, porque queria referir-me a um assumpto que reputo deveras importante, qual é o da exportação dos nossos vinhos, sobre que já ha dias fallou com muita proficiencia o meu illustre collega, o sr. Campos Henriques.

Com certeza que não posso tratar este assumpto, tão bem como s. exa, mas elle é dos mais importantes e vitaes de que um parlamento se póde occupar, porque póde dizer-se que o nosso principal genero de exportação é o vinho, a nossa producção agricola é a mais importante e se não talvez a unica de que, podemos tirar resultados mais satisfactorios. É necessario, portanto, que o governo tome providencias para poder collocar os nossos vinhos, porque a colheita futura promette ser abundante, e a maior parte dos vinhos da colheita passada estão por assim dizer por collocar. Desejava tratar d'este assumpto na presença do sr. ministro das obras publicas, e como s. exa. não está presente, fal-o-hei quando s. exa. comparecer.

(S. exa. não reviu.)

O sr. Ferreira de Almeida: - Mando para a mesa o seguinte

Requerimento

Podendo, não obstante a rectificação feita no Summario n.° 58, deprehender-se da resposta do exmo. ministro da justiça na sessão de 9 do corrente, ao sr. deputado conde de Paçô Vieira, que as accusações feitas ao sr. juiz do 1.° districto criminal do Porto eram offensivas da sua honra o probidade pessoal, roqueiro sujam enviadas a esta camara por copia: a queixa que contra elle foi dada, o relatorio do juiz syndicante e o parecer da procuradoria geral da corôa e fazenda, a fim d'este assumpto ser devidamente esclarecido. = J. B. Ferreira de Almeida.

Mandou-se expedir.

O sr. Arnaldo de Novaes: - Mando para a mesa, por parte da commissão de guerra, varios requerimentos, pedindo que vão a informar ao ministro da guerra.

O sr. Francisco Sotto Maior: - Apresento a seguinte

Declaração

Declaro que não tenho comparecido nas sessões por motivo de doença. = O deputado pelo circulo 36, Sotto Maior.

Para a secretaria.

O sr. presidente: - Está esgotada a inscripção. Vão passar-se á ordem do dia, discussão do capitulo 2.° do projecto n.° 25 do orçamento das despezas do estado. Continua com a palavra, que lhe ficou reservada da sessão de hontem, o sr. Luciano Monteiro.

O sr. Luciano Monteiro: - Continuando o seu discurso, começado na sessão anterior, recorda que, na sua resposta n'um aparte, indicou, como meio de só preencher o deficit do orçamento, economias nos ministerio da marinha e da guerra, reduzindo se a marinha, ao estrictamente necessario para o serviço colonial, e o exercito ao indispensavel para se manter a ordem.

Succedeu, porém, que, por ter tido tal ousadia, foi verberado por ambos os lados da camara; a todos desagradou; e reflectindo então que seria da sua parte um demesurado orgulho querer manter uma opinião singular contra a opinião do paiz inteiro, manifestada pelo seus representantes, resolveu vir fazer amende honrable, pedindo perdão ao sr. presidente, á camara o ao paiz por ter praticado o erro do pretender tocar n'aquellas arcas santas.

Postas, porém, do parte as economias indicadas, quaes são as outras a que se póde recorrer para se conseguir a