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1094 DIARIO DA CAMARA DOS DIGNOS PARES DO REINO

que extinguio grande parte do deficit é tudo ficticio, e a prova é que não metteu no orçamento todas as despezas que devia metter, como muito bem disse e provou o sr. Barjona de Freitas.

Temos capital barato, é verdade, obtemos dinheiro para a divida fluctuante em muito boas condições; mas, não obstante isso, o nosso déficit approxima-se muito de réis 6.000:000$000. Esta cifra tem sido a media do déficit, n’estes ultimos annos; portanto, nada tem feito de valor que se veja e que mereça menção. Com a Europa toda em paz, com os capitães baratos e abundantes, com o cambio do Brazil favoravel, devia ter extinguido completamente o deficit, se não fosse a vertigem esbanjadora e perdularia que se apoderou de todo o ministerio, que tem feito despezas loucas e injustificaveis. Mas que querem mais, pergunta o sr. Marianno? Não se contentam com os faiados a 64! Temos fundos a 64, e oxalá que mais tarde esta subida apparente, esta pura ficção, não venha mostrar a realidade das nossas finanças, e o cancro, em toda a sua nudez, que nos roe e mina interiormente.

Oxalá que eu não seja propheta. Oxalá que ao mais leve abalo ou perturbação na Europa, esse pedestal de barro, que conserva os fundos a 64, não desappareça, e não venha a realidade com as suas cores funebres apontar-nos para a ruina e para o abysmo aonde nos conduz a loucura e desatino d’este ministerio nefasto.

Iria muito longe n’uma ordem de considerações que as circumstancias e o interesse publico exigiam, se a camara não estivesse prorogada; mas, como não me quero alongar mais infructiferamente, termino, dizendo que voto contra o projecto de lei.

O sr. Conde do Bomfim: — É simplesmente para fazer uma declaração de voto.

Eu voto a lei de meios, para que o governo fique dentro da orbita legal, e possa constitucionalmente administrar os negocios publicos; mas voto contra a proposta apresentada pelo sr. Franzini, porque ella comprehende uma generalidade muito vaga; porque as suas idéas relativas á organisação militar não estão definitivamente enunciadas.

(O digno par não reviu.}

O sr. Presidente: — Está extincta a inscripção. Vae ler-se o projecto e votar-se na generalidade e especialidade.

Leu-se o projecto de lei n.° 166, e posto á votação foi approvado.

Leu-se novamente a proposta do digno par D. Luiz da Camara Leme, apresentada na sessão de 19 de junho, acta n.° 153, e posta á votação foi rejeitada.

Lida e posta, em votação a proposta do digno par o sr. Franzini, foi approvada.

O sr. Presidente: — A seguinte sessão terá logar segunda feira, 2õ do corrente; a ordem do dia será a continuação da que estava dada, mais a discussão dos pareceres n.ºs 203 e 204.

Está levantada a sessão.

Eram sete horas da tarde.

Dignos pares presentes na sessão de 22 de junho de 1888

Exmos. srs.: Antonio José de Barros e Sá; Marquez de Vallada; Condes, de Alte, de Bertiandos, do Bomfim, de Campo Bello, de Ficalho, de Linhares, de Paraty, da Folgosa; Viscondes, de Bivar, de Carnide, de S. Januario, de Moreira de Rey, de Portocarrero, de Porto Formoso, da Arriaga; Ornellas, Adriano Machado, Agostinho Lou-renço, Braamcamp Freire, Pereira de Miranda, Antunes Guerreiro, Oliveira Monteiro, Costa Lobo, Barjona de Freitas, Augusto Cunha, Sequeira Pinto, Hintze Ribeiro, Fernando Palha, Ressano Garcia, Barros Gomes, Candido de Moraes, Holbeche, Andrada Pinto, Gusmão, Bandeira Coelho, Baptista de Andrade, Navarro de Paiva, Macedo Pinto, Castro, Silva Amado, Ponte Horta, Sá Carneiro, José Pereira, Mexia Salema, Silvestre Ribeiro, José Tiberio, Bocage, Camara Leme, Luiz Bivar, Villas Boas, Franzini, Costa e Silva, Miguel Osorio Cabral, D. Miguel Coutinho, Placido de Abreu, Vaz Preto, Silvestre Lima.

Redactor = Ulpio Veiga.