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10 Diário da Câmara dos Deputados

último livro de Leroy Beaulieu pôs o problema à França, - não sob o ponto de vista católico, porque não o punha nesse ponto - mas sob o ponto de vista nacional.

Fez-se uma larga amnistia para crimes políticos. £ Porque se não há-de igualmente fazer uma amnistia para os expulsos por motivos religiosos? É absolutamente necessário que isto se faça, porque êles não praticaram crimes. A demagogia é que fez tudo quanto quis para os perseguir. Chegou-se à infâmia de invadir-lhes as casas e publicar-lhes as suas cartas particulares, revelando a sua vida. Pregunto: Que crimes se demonstraram nesta altura? O seu único crime era servir a pátria cristãmente, ensinando, e o regime proibiu-os disso e foi buscar as colecções scientíficas aos seus colégios para as dar ao ensino leigo.

O único ponto que vou tratar é a liberdade de ensino e para êle chamo a atenção do Govêrno. Há uma monstruosidade na nossa legislação.

Já não quero falar na acção da escola neutra, porque a neutralidade religiosa no ensino é uma mentira.

Como é possível a um professor conservar a neutralidade ao ensinar doutrinas filosóficas? (Apoiados).

Constancio-me que se destinam 5:000 contos para espalhar escolas no país, preguntarei: O que é que o Govêrno republicano vai ensinar na escola, como normal? Que moral vai ensinar?

Portanto, em vez de se não ensinar nenhuma moral nas escolas, deixe ao menos que se ensine êsse belo catolicismo que fez a grandeza do nosso país e que encerra tanta beleza.

E se não conseguir o ensino do catolicismo nas escolas do Estado que ao menos se não proíba o ensino religioso aos colégios particulares, o que se não faz em país algum da Europa, e, quando tal se faça, é uma verdadeira iniquidade, um atropelo aos direitos dos pais.

Peço, pois, ao Govêrno que em nome dos pais aflitos e amargurados, se esclareça a situação imediatamente, e se mande dizer que nas escolas particulares, alêm dos cursos literários, poderá haver curso de religião, como existe em toda a parte.

Eu peço ao Govêrno que permita nas escolas particulares o ensino religioso.

Vou terminar lembrando o que há pouco disse o presidente Wilson no Senado da América, em que pedia ao povo para que todos os dias, durante um minuto, invocasse Deus em favor das armas aliadas. Sr. Presidente: eu queria que não se perdesse êste preceito, e que se invocasse: essa providencia que sempre nos tem acompanhado nos momentos mais difíceis da nossa vida, que nos tem inspirado aos rasgos mais brilhantes da nossa história.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Podem dizer que eu sou reaccionário; mas se reaccionário é querer o interesse público, a manutenção da ordem, da liberdade e do direito, é querer o respeito de todas as crenças; eu aceito êsse epíteto e serei reaccionário.

Vozes: - Muito bem.

O Orador: - Esse epíteto será para mim um título de glória.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: - O Regimento marca uma hora para assuntos antes da ordem do dia; peço pois os Srs. Deputados que usarem da palavra que o façam tomando isto em consideração.

O Sr. Cunha Lial: - Eu sei que o Regimento marca um determinado tempo para trabalhos antes da ordem do dia, mas V. Exa. poderá consultar a Câmara para que todos os Srs. Deputados que quiserem falar, para definir a sua atitude, o pudessem fazer, com prejuízo da ordem do dia, para assim poder sacudir a água do meu capote, permita-me V. Exa. e a Câmara esta expressão.

O Sr. Presidente: - A hora vai muito adiantada e, portanto, eu consulto a Câmara sôbre o pedido do Sr. Deputado Cunha Lial.

Consultada a Câmara, foi de parecer que continuasse a discussão.

O Sr. Cunha Lial: - Sr. Presidente: é audácia da parte do mais humilde dos representantes da Nação nesta Câmara, vir falar depois dos ilustres oradores, os três

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