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1174 I SÉRIE - NÚMERO 35

Daqui resulta, como consequência óbvia, que se justificaria, por parte do Governo, o levantamento da situação económica difícil na empresa, o que, a concretizar-se, seria entendido por parte dos trabalhadores como um sinal claro do empenhamento e confiança do Governo Português na Transportadora Aérea Nacional - TAP-Air Portugal.

Aplausos do PRD.

O Sr. Presidente: - Para formular um pedido de esclarecimento, está inscrito o Sr. Deputado Fernando Figueiredo. No entanto, o PRD já não dispõe de tempo disponível, pelo que o Sr. Deputado Vasco Marques não poderá responder.

O Sr. Fernando Figueiredo (PSD): - Sr. Presidente, a minha bancada concede 2 minutos ao PRD para que o Sr. Deputado Vasco Marques possa responder, se assim o desejar.

O Sr. Presidente: - Assim sendo, para formular um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Figueiredo.

O Sr. Fernando Figueiredo (PSD): - Sr. Deputado Vasco Marques, ouvi com particular atenção a intervenção de V. Ex.ª que, do meu ponto de vista, está basicamente correcta. Aliás, outra coisa não seria de esperar, uma vez que V. Ex.ª faz parte de um sindicato muito activo nas negociações com a TAP, que é o sindicato dos Engenheiros da Região Sul. Pelo meu lado, sou presidente do Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial, pelo que desde há muitos anos temos colaborado na contratação colectiva desta empresa.
Existem, no entanto, três pontos que gostaria que V. Ex.ª considerasse.
O acordo da viabilização que foi atempadamente celebrado entre a TAP e o Governo não foi por si uma demonstração pública de que o próprio Governo Português se empenhou na recuperação da empresa? Os investimentos que a empresa tem feito noutras áreas, como sejam a de gestão hoteleira, a de companhias charters, companhias regionais, não são uma demonstração das possibilidades desta empresa em investir, justificando que a sua situação económica difícil está ultrapassada? O levantamento da situação económica difícil não é uma melhoria da imagem da empresa quer a nível nacional, quer internacional? Não garante a confiança dos agentes económicos e nomeadamente dos outros transportadores e dos agentes que nos fornecem o tráfego? Na realidade, não seria esse levantamento extraordinariamente importante para a melhoria da posição da TAP nos mercados nacional e internacional?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Também para formular pedidos de esclarecimento, inscreveu-se ainda o Sr. Deputado Soares Cruz.

O Sr. Soares Cruz (CDS): - Prescindo, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Nesse caso, para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Vasco Marques, dispondo de 2 minutos.

O Sr. Vasco Marques (PRD): - Sr. Deputado Fernando Figueiredo, agradeço a V. Ex.ª as palavras que proferiu. Relativamente às perguntas que me colocou, respondo-lhe afirmativamente.
Penso que o Sr. Deputado Fernando Figueiredo como membro do Grupo Parlamentar do PSD, o maior grupo parlamentar nesta Assembleia e no qual assenta o Governo Português, irá, com certeza, reunir esforços para atingir o objectivo que, através da minha prelecção, tentei introduzir.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Horácio Marçal.

O Sr. Horácio Marçal (CDS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em 3 de Dezembro de 1967, quase há 18 anos, um cirurgião - Christian Barnard - praticava na cidade do Cabo a primeira transplantação cardíaca.
Pois na noite do passado dia 18, uma equipa médica portuguesa, do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, chefiada pelo Dr. Queiroz de Melo atingiu o «Cabo da Boa Esperança» da cirurgia cardíaca lusitana, transplantando o primeiro coração em Portugal.
Dos Hospitais da Universidade de Coimbra, dos serviços do Prof. Linhares Furtado, também pioneiro entre nós, das transplantações renais, foi transportado em helicóptero da FAP o coração de um homem, um bairradino, que eu conheci em vida - Mário Maria Meles, de 48 anos - para a cavidade torácica de uma portuense, de nome Eva Pinto, que se encontrava em fase terminal, por sofrer de cardiomiopatia.
Este evento da medicina portuguesa, embora concretizado há poucas horas, já foi divulgado e comentado nos órgãos de comunicação social e mereceu até manifestações de regozijo, não só de profissionais da medicina, como do bastonário da Ordem dos Médicos, como da Ministra da Saúde, do Chefe do Governo, do Presidente da República eleito e Presidente da República em exercício.
O povo português ficou atónito e ao mesmo tempo rejubilou, quando na manhã de 19 teve conhecimento deste facto, que honra a ciência médica portuguesa.
Ora esta Assembleia da República, como órgão de soberania da Nação, não pode, quanto a nós, ficar calada, muda e queda, perante o acontecimento.
Nós, deputados, representantes legítimos do povo, temos o dever de nos congratular com o feito mais espectacular da nossa cirurgia e de concretizarmos que os médicos portugueses, quando lhe são proporcionadas condições mínimas, demonstram que têm capacidade de realizar das melhores coisas do Mundo, na sua área profissional.

Voz do CDS: - Muito bem!

O Orador: - Daí o nosso regozijo, não só como médico, não só como deputado, mas essencialmente, como português.
Permita-me assim, Sr. Presidente e Srs. Deputados, que envie daqui, desta tribuna, as minhas felicitações a toda a equipa médica e a todas as entidades que tornaram possível esta realidade.

Aplausos do CDS, PSD, PS e PRD.

Realidade tecnológica digna dos maiores encómios, onde a hipótese de longevidade da paciente, embora seja uma meta a atingir, não lhe deva augurar grandes

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