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17 DE JUNHO DE 1993 2657

universitária, a representação digna a que os estudantes têm direito e de que não devem ser privados por alguns excessos cometidos por outros.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Lélis.

O Sr. Carlos Lélis (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Mário Tomé, V. Ex.ª começou por citar o que eu tinha dito de mais importante, mas julgo que o mais importante era o que acontecesse depois do que eu disse.
Afirmou também que eu não devia ir por aí... Mas, Sr. Deputado, irmos por aqui ou por ali,... o que importa é termos liberdade nos nossos actos e nas nossas intervenções.
Porém, agora vou responder da forma que há pouco não quis, por uma questão de correcção e de civismo que é necessário manter na convivência nesta Casa. É que a outra bancada, que não a sua, parece ter esquecido que o nome subjacente a toda a defesa que ali fiz era o do reitor Meira Soares, que conheço por ter trabalhado com ele no Ministério da Educação e com quem mantive uma relação de trabalho muito boa, independentemente das nossas divergências políticas. Portanto, não se trata de modo algum de um companheirismo - de um compagnon de route, digamos - com o reitor Meira Soares, em cuja reitoria estes factos aconteceram.
Fizeram-se hoje aqui várias intervenções como se a acção de estudantes, ontem, tivesse tido lugar na Avenida de 5 de Outubro no Gabinete do Ministro da Educação. Ora, julgo que há uma desfocagem das entidades visadas e do apoio que eu pretendia dar.
Sr. Deputado António Filipe, a si quero dizer-lhe que um debate sobre a lei das propinas não cabe, como sabe, no período de antes da ordem do dia; há outras figuras regimentais para o efeito. De facto, não se pode «meter o Rossio na Rua da Betesga» - não era possível, hoje, nos poucos minutos de que dispomos para intervir neste período, estar a discutir a lei das propinas, que tantas discussões tem gerado, sem levar a qualquer facto conclusivo.
Contudo, sinto que a ocasião faz a oportunidade e ó Sr. Deputado «agarrou» a oportunidade para falar da lei das propinas e do mais que lhe era propício.
Sr. Deputado Pedro Passos Coelho, compreendo perfeitamente a sua intervenção! Quanto à questão da legitimidade, se a há em actos de violência, evidentemente, julgo que não. A única coisa que legitima esses actos de violência é o nosso silêncio - é o silêncio dos outros que legitima os actos de - violência! Por isso, ergueu-se hoje aqui uma voz pouco acompanhada de outras vozes, a não ser para falarem de outras coisas!
O Sr. Deputado Pedro Passos Coelho colocou uma outra questão sobre se os reitores não serão eles próprios instigadores destes actos. Ouvi muitos protestos em relação a essa intervenção do meu companheiro, mas tenho, a impressão de que a vossa falta de solidariedade em relação ao reitor Meira Soares merece-me mais indignação do que essa referência, que, aliás, era uma pergunta.

Vozes do PSD: -Muito bem!

O Orador: - O Sr. Deputado perguntou-me ainda se os reitores merecem a minha proposta de solidariedade e de desagravo e se a mantenho. Respondo-lhe que sim, porque quando se fazem as coisas pela dignidade não é porque, é apesar de.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr.ª Presidente, peço a palavra para exercer o direito de defesa da consideração em relação à intervenção do Sr. Deputado António José Seguro.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, pôs o Sr. Deputado em causa os meus créditos de agitador emérito in illo tempore.

Risos:

Não poderia, assim, deixar de pedir a palavra para defender os meus méritos de 'agitador dessa época e para lhe prestar um pequeno esclarecimento: o de que a agitação é uma técnica, mas sobretudo uma causa.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Por muito melhor que seja a técnica, a agitação, se a causa não presta, irá muito pouco longe. Por que é que nós, naquela época, fizémos tremer uma ditadura, aliás com meios muito escassos de acção, nada tendo, a ver com a Uberdade de circular, nas estradas, com autocarros de comodidade, reconhecida,...

O Sr. António José Seguro (PS): - Nas festas do PSD!...

O Orador: - ... ainda por cima percorrendo novas estradas, as estradas do cavaquismo?

Risos do PSD.

O salazarismo, esse, nem Unha estradas nem nos deixava circular por elas. E, no entanto, fizemos tremer a ditadura. Porquê? Porque a nossa causa era uma causa de grande generosidade: O que é que pedíamos? Liberdade e responsabilidade, não apenas dos outros, mas também nossa e da parte dos professores, cuja larguíssima maioria estava ajoelhada face ao regime.
Em conclusão, pedíamos não comodidade, mas incomodidade, não facilidades, mas liberdade para nos afirmarmos. Nós, Sr. Deputado, tínhamos uma bandeira muito diferente.
Devo dizer-lhe que ás vezes, reflectindo sobre o assunto, concluímos sempre que não nos passaria pela ca-

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