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16 | I Série - Número: 073 | 27 de Abril de 2009

E qual é o maior bem que uma geração pode legar às que se lhe sucedem? Precisamente aquele de que este Governo as quer privar: a liberdade!

Aplausos do PSD.

Com efeito, o custo acumulado das grandes obras públicas é verdadeiramente sufocante e proibitivo. Por entre as facturas das SCUT, das novas concessões de auto-estrada e do TGV, sem contar ainda com o aeroporto e a nova ponte, o Estado vai suportar uma insustentável renda anual de 1500 milhões de euros até 2040, durante 30 anos — três longas décadas, portanto.
É esta a factura que o actual Governo quer deixar à geração imediatamente seguinte e àquelas que lhe hão-de suceder. Que liberdade resta para essas gerações, que investimentos hão-de elas decidir, que opções poderão tomar se estão condenadas a trabalhar para pagar os desmandos de uma geração anterior que se julga não apenas gestora do presente mas também, arrogante e ilegitimamente, senhora do futuro? E qual é o maior legado que uma geração pode consignar a outra? A liberdade.

Aplausos do PSD.

A liberdade não é apenas um valor filosófico, concretizado na política, na liberdade de expressão, de consciência, de circulação. Ela é isso tudo, mas sabemos todos, por experiência vivida, que a liberdade tem também uma expressão económica.
Sem um mínimo de desafogo, sem um quantum de fundo de maneio, nenhuma das nossas vontades se pode realizar, nenhum dos nossos sonhos se pode concretizar. Sem esse reduto económico, não somos senhores do nosso destino, somos servos do nosso passado, somos simples escravos da dívida. E o mesmo se passa com os povos.
Aquilo que este Governo prepara, com essa factura financeira, é aprisionar o futuro dos portugueses, é restringir, condicionar, pôr em causa a liberdade das gerações futuras.
Neste contexto, e mais agudamente num quadro de gravíssima crise económico-financeira, a concretização desses projectos megalómanos não se limita a aumentar brutalmente o já insustentável endividamento externo, a condicionar o défice orçamental, a baixar o crescimento, a inviabilizar a hipótese de financiamento das pequenas e médias empresas competitivas, a agravar o rating da República, a anular o efeito benéfico da descida das taxas de juro. E a fazê-lo, sublinhe-se, em tempo de eleições europeias, contra tudo o que recomenda a União Europeia, que aconselha o desagravamento fiscal onde o Governo português quer investimento perdulário, que aconselha investimento público selectivo e criterioso onde o Governo português quer investimento tóxico.
Não. As grandes obras, esse investimento público tóxico vai muito mais longe e muito mais fundo: põe em causa a própria liberdade, a liberdade de escolha e de decisão das gerações futuras, escraviza-as, sequestraas, priva-as da liberdade, da liberdade que justificou Abril.
Para que o Governo português tenha hoje todo o arbítrio do mundo, até o de cometer erros colossais, hãode as gerações seguintes, que são carne da nossa carne e sangue do nosso sangue,»

Vozes do PS: — Ah!»

O Sr. Paulo Rangel (PSD): — » nossos filhos e nossos netos, ficar agrilhoadas a uma dívida monstruosa.
Que bem maior poderíamos deixar-lhes se não esse de os livrar da serventia financeira e de lhes reconhecer o direito fundamental, originário e inicial de poderem voltar a decidir o seu próprio destino?

Aplausos do PSD.

Protestos de Deputados do PS.