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18 | I Série - Número: 073 | 27 de Abril de 2009

» e do compromisso que ele representou, e continua a representar, para todos aqueles que acreditam que é necessário concretizar o sonho e a utopia que esse dia trouxe a Portugal e a muitos países do mundo.
Devemos, por isso, recordar, para tornar presente, a madrugada em que o povo português acordou de um pesadelo de quase 50 anos, com a Revolução na rua.
Devemos recordar, para não esquecer, a ausência de liberdade, as prisões políticas, a tortura, a censura, a guerra e o isolamento internacional em que Portugal vivia.
Devemos recordar, para homenagear, todos aqueles, homens e mulheres, que deram a vida pela liberdade, os jovens estudantes que nas universidades desenvolveram as suas lutas estudantis (alguns dos quais estão presentes no Hemiciclo e que, daqui, tambçm quero saudar e cumprimentar),»

Aplausos do PS.

» os artistas, os cantores de intervenção e toda a população que participou nessa madrugada em que aconteceu a liberdade.
Devemos ainda recordar, para elogiar, aqueles militares de Abril que já nos deixaram e os que, não se conhecendo nem o rosto nem o nome, regressaram aos quartéis sem que alguma vez tenham sido objecto de qualquer distinção,»

Aplausos do PS.

» havendo ainda hoje, incompreensivelmente, militares a aguardar a reconstituição das suas carreiras prejudicadas, vejam lá, pela sua participação no 25 de Abril de 1974.
Falar de Abril é, por tudo isto, compreender e tornar presente o dia em que o povo sonhou ser possível alcançar as conquistas e as esperanças que foram a luta de uma vida.
Falar de Abril é não esquecer os sonhos e as utopias, tendo presente as dificuldades da concretização de tais sonhos.
Falar de Abril é, também, reconhecer as diferentes concepções e modelos de sociedade que imediatamente se apresentaram e desenvolveram e que, embora com os mesmos objectivos de procura de uma sociedade mais fraterna, provocaram, nos primeiros anos da Revolução, momentos muito próximos da guerra civil. É verdade. Falar e recordar Abril é ter consciência do quanto custou a liberdade.
Falar de Abril é recordar o fim do isolamento a que estávamos votados encontrando o nosso espaço natural na Europa, em que o Partido Socialista teve um papel fundamental e determinante, e é afirmar esta Europa como um actor na política internacional reconhecendo os seus valores como referências universais.
Falar de Abril é falar do fim da guerra, sem esquecer os milhares de mortos e feridos que, durante 13 anos, enlutaram muitas famílias portuguesas.
Falar de Abril é ter presente os novos países que conquistaram a sua independência e sublinhar a importância da lusofonia e da língua portuguesa num projecto que se desenvolve na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) como forma de novo relacionamento com os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e o Brasil.
Falar de Abril é falar dos filhos dessa geração que, vivendo hoje em liberdade e democracia, se confrontam, passados 35 anos, com novos problemas e dificuldades trazidos pela globalização e pela alteração do paradigma de vida.
Falar de Abril é reconhecer, hoje, que a vida não tem sido fácil, nomeadamente para os mais desfavorecidos, e que o futuro se apresenta incerto, apesar do esforço que ao longo destes 35 anos os vários governos têm vindo a desenvolver.
Falar de Abril é, enfim, saudar o povo português, tantas vezes esquecido e sacrificado ao longo do tempo, protagonista e verdadeiro herói da nossa história, incluindo do 25 de Abril, quando de novo assumiu o destino nas suas mãos.
O 25 de Abril é de todos os portugueses, é um património colectivo, já histórico, que nada e ninguém pode destruir. Entre ventos e marés, entre ousadias e acertos ou erros e desvios, evitáveis ou inevitáveis, mas sempre, no fundamental, de uma forma que fez da revolução dos cravos a menos violenta e a mais generosa