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29 DE JANEIRO DE 2015

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O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — E o Sr. Deputado, que, aliás, é economista, sabe que as

medidas de intervenção são tomadas para responder aos problemas quando eles acontecem e no tempo certo

para intervir.

Por isso, o Governo português e nós próprios apoiamos essa medida, como já tornámos claro.

Mas também é importante tornar claro que isso não significa que acabaram as regras. O conjunto de

intervenções que o BCE tem assumido — não é a primeira vez que Mario Draghi intervém sobre o mercado da

dívida e até nos limites do que o Tratado permite, e bem, já tinha tido uma intervenção anterior de grande

impacto — só é possível, porque acabou, passe a expressão, a desbunda orçamental e os Governos

passaram a cumprir regras, o que dá espaço para políticas mais atrevidas. É indispensável que os Governos

cumpram o seu lado da responsabilidade e assumam, portanto, políticas de rigor e equilíbrio orçamental.

Mas há aqui também um desafio importante, que é o de que os recursos que são agora injetados por esta

medida não sejam «comidos» pelos Estados, para voltarem a tempos de falta de rigor nas finanças públicas,

nem pelos bancos, para taparem buracos que acumularam por má gestão, e cheguem, efetivamente, à

economia.

O Sr. Vieira da Silva (PS): — Diga lá como é que chegam!

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Quanto ao lado errado da História, quem esteve do lado errado

da História, e nós sabemo-lo, foi o Partido Socialista, que nos conduziu ao precipício e justificou a intervenção

da troica. Nós estamos agora do lado certo da História, porque, com muito esforço e sacrifício, temos vindo a

equilibrar as contas e a reconstruir aos poucos e poucos a economia e o emprego.

O Sr. Deputado falou também das eleições gregas e o comentário que queria fazer é o de que o Syriza,

agora, parece uma espécie de «Sexta Internacional». Já foi a Quarta, a Quinta não teve sucesso, agora é a

«Sexta Internacional»! É que é o Bloco, é o PCP, é o PS: viva o Syriza! É a «Sexta Internacional»! Bom, e é

estranho. É estranho, porquê? Porque, no caso do PS, o êxito do Syriza é feito à custa da destruição do Pasok

e do desaparecimento do partido do antigo Primeiro-Ministro Papandreou, socialista. E pergunto: o PS, agora,

em Espanha, apoia o PSOE ou apoia o Podemos? Qual é o seu aliado? Gostava de saber.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Mas esta «Sexta Internacional» também é estranha, porque o

Syriza escolheu para parceiro não os camaradas do Partido Comunista grego, mas os gregos independentes

da direita radical. E nós assistimos, da parte da esquerda, a uma bênção extraordinária da extrema-direita.

Ninguém se escandaliza, porque Marine Le Pen desejou a vitória do Syriza! Há uns anos, quando o Haider fez

uma coligação, foi um aqui d’el-rei, porque era preciso destruir o Governo austríaco; que o Syriza se coligue

com alguém que tem declarações antissemitas na Grécia, não é problema nenhum, é uma alegria para a

esquerda! De facto, é uma coisa extraordinária!

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.

O Sr. José Ribeiro e Castro (CDS-PP): — Pergunto-lhe se acha isso bem.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Já agora: o Sr. Deputado falou em escombros e deixe-me dizer-lhe uma coisa: o futuro da Europa e de

Portugal não se faz sob os escombros das finanças públicas nem sob os escombros do valor da moeda. Isto é

que é essencial assegurar: finanças públicas equilibradas e uma moeda em que possamos confiar.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

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