5 DE FEVEREIRO DE 2016
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Naturalmente, a singularidade e elevada qualidade do produto, acabou por torná-lo um atrativo turístico
para a região, fazendo crescer a dimensão económica da sua produção. Com o passar dos tempos, houve
transformações nos métodos e, hoje em dia, é produzido em modernas unidades industriais a par de
explorações tradicionais.
A dimensão turística da produção e consumo de alheiras só vem acentuar a sua relevante dimensão
económica, desta fileira para a região transmontana e para o País. Representa hoje um elevado volume de
faturação, assegurando várias centenas de postos de trabalho e os rendimentos de muitas famílias.
O surgimento de alguns problemas sanitários, episódicos, prontamente ultrapassados e num número
extremamente restrito de unidades de produção causou alarme temporário e retração dos mercados. Neste
contexto, importa salientar a generalizada qualidade das alheiras e ainda sublinhar a necessidade de salientar
esta fileira como expressão da enorme riqueza gastronómica portuguesa e como um relevante sector de
atividade económica.
Sr. Presidente e Sr.as
e Srs. Deputados, tendo em vista a proteção e desenvolvimento deste produto, é
necessário que os poderes públicos e privados adotem medidas que se considerem necessárias para
assegurarem permanentes padrões de qualidade na produção.
Além disto, é preciso, também, que se prossiga o trabalho de esclarecimento do mercado acerca das totais
garantias que a alheira oferece e desenvolver juntos dos operadores turísticos um trabalho na sua promoção,
como um valioso ex-líbris gastronómico da região de Trás-os-Montes.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Patrícia Oliveira.
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Começo por saudar os
produtores de alheira e de todos os produtos tradicionais, felicitando-os pela sua resiliência e capacidade de
inovação que têm demonstrado ao longo dos anos, e também por lamentar os motivos pelos quais hoje os
produtores não podem estar aqui presentes.
Há quatro meses, um episódio pontual provocou uma enorme retração do consumo de enchidos
tradicionais da região transmontana, com sérias consequências na economia do sector. Foi graças à pronta
atuação da administração que a opinião pública foi tranquilizada e, hoje, o sector está a recuperar e
normalizado, como os próprios agentes reconhecem e assim o afirmaram no passado fim de semana, na Feira
da Alheira de Mirandela.
O reconhecimento da alheira de Mirandela como indicação geográfica protegida pela União Europeia, no
início deste ano, será certamente mais um passo importante para afirmar não só este produto, mas também
todo o sector do fumeiro tradicional português. Este e outros produtos tradicionais representam um enorme
potencial de desenvolvimento económico do País e de dinamização de todo o mundo rural e constituem um
elemento agregador dos interesses dos vários sectores em torno da fileira agroalimentar nacional, da
produção à restauração, do comércio ao turismo, da educação à cultura.
O anterior Governo PSD/CDS deixou bem clara a aposta que fez no sector agroalimentar, como motor do
crescimento económico, ao contrário do que aqui foi hoje afirmado pelo PS. E nessa aposta que fez não
esqueceu, nem menorizou, os produtos tradicionais. Foi o anterior Governo, Sr. Presidente e Srs. Deputados,
que criou um conjunto de medidas de simplificação legislativa que vieram facilitar a vida aos pequenos
produtores e que favorecem a produção local e a venda em circuitos locais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Se fizerem às alheiras o que fizeram às pensões, estamos bem tramados!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Ao contrário do que os partidos da esquerda gostam de fazer passar
e do que ainda ontem aqui foi, mais uma vez, referido pelo Deputado João Paulo Correia, do PS, o CDS não é
partido dos agricultores só quando está na oposição. O CDS é o partido que defende a economia nacional e o
mundo rural.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!