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I SÉRIE — NÚMERO 84

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O Sr. Adão Silva (PSD): — Bem dito!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Mais uma mentira do Governo, mais uma vergonha inaceitável de

quem não honra a sua palavra: palavra dada, palavra borrifada, e os doentes que se aguentem!

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Qual foi o seu contributo?

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Tudo isto acontece passados dois anos e meio de governação,

passados dois anos e meio de este Governo estar em funções. E tudo isto é, simplesmente, inaceitável!

A falta de médicos, principalmente no interior do País, é gritante. A crónica falta de enfermeiros, de técnicos

e de assistentes continua, apesar das promessas, e a verdade é que os profissionais contratados até à data são

insuficientes para cobrir os novos contratos de 35 horas, ao que se somam as promessas de reforço salarial dos

profissionais, que são uma mera ilusão.

Um médico recém-especialista, depois de 15 anos de formação, recebe como salário, a título de exemplo,

um valor inferior ao simples subsídio de deslocação que um Deputado, eleito pela Assembleia Legislativa da

Região Autónoma dos Açores, recebe desta Assembleia da República. É uma situação totalmente inaceitável!

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Por que é que não vai tratar doentes?!

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Perante este descalabro, a greve acaba por ser o último reduto, o

último recurso desesperado de milhares de profissionais de saúde. O Ministro da Saúde já não existe, como

ainda hoje as notícias comprovam. E o Ministro das Finanças, que tomou o Ministério da Saúde de assalto, está

focado, apenas e só, em cumprir um défice abaixo do que está estipulado pela Europa — como parte da sua

campanha pessoal para atingir o lugar de comissário —, em reduzir o défice custe o que custar, à conta da

saúde dos portugueses.

O Sr. Ministro da Saúde é hoje um mero delegado das finanças e se o Ministro das Finanças tem rédea solta

para ir destruindo diariamente o Serviço Nacional de Saúde é porque temos um Primeiro-Ministro irresponsável

que o permite, que assiste impávido e sorridente à degradação progressiva dos serviços e à insatisfação dos

profissionais, sem nada dizer, sem nada fazer.

A Sr.ª Maria Antónia Almeida Santos (PS): — Irresponsável é o Sr. Deputado!

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, peço-lhe para concluir.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

É hoje claro que para o Primeiro-Ministro António Costa a saúde não é uma prioridade.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para terminar, queria dizer que, a quase um ano do fim da Legislatura,

por mais que faça, é já tarde para este Governo inverter o seu legado de degradação do Serviço Nacional de

Saúde.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, já lhe fiz um apelo.

O Sr. Ricardo Baptista Leite (PSD): — Vou terminar, Sr. Presidente.

É por isso tempo de preparar o futuro, um futuro em que o nosso País possa ter um governo que valorize os

profissionais, que aposte verdadeiramente na prevenção, que aposte nos cuidados de saúde de proximidade e

qualidade.

O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr. Deputado, não pode continuar, porque temos uma agenda muito

extensa e a tolerância da Mesa já foi significativa.