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II SÉRIE-A — NÚMERO 155 20

II. Maior consciência ecológica e novas perceções de bem-estar

O aquecimento global e a consciência da importância da proteção do ambiente e da biodiversidade estão a

criar uma nova consciência ecológica. Assim, questionam-se os atuais modelos socioeconómicos, procuram-

se novos padrões de bem-estar, discute-se a injustiça social e contesta-se a insuficiente resiliência

ambiental e económica.

III. Uma sociedade mais multipolar e participativa

O mundo é cada vez mais globalizado, policêntrico e interconectado, estando a emergir uma multiplicidade

de novos atores com poder de decisão e de atuação no atual contexto socioeconómico. Os discursos

populistas, decorrentes da crise social e financeira e da desconfiança dos cidadãos nas instituições, colocam

os governos sob pressão. Por outro lado, há cada vez mais cidadãos informados e com vontade de se

envolverem na conceção de estratégias, nos processos de decisão ou no desenho e desenvolvimento de ações

públicas.

Impactos

I. Desigualdades aumentam e emergem modelos económicos alternativos

Os ganhos da globalização e da financeirização das economias nacionais possivelmente não serão

distribuídos de uma forma equitativa. Assim, as desigualdades não só não irão desaparecer como

correm o risco de se acentuarem, à medida que a globalização prossegue. A perda relativa de rendimentos

obriga à procura de formas alternativas de criação de riqueza. À escala da vivência real das comunidades locais,

as alternativas que emergem assentam em modelos de economia diferenciada, favorecendo uma maior

proximidade entre os sistemas de produção e consumo, a recirculação de bens, e a troca e partilha de produtos

e serviços – produção peer-to-peer, economia circular, economias de troca e partilha, entre outras.

II. Uma sociedade mais saudável e sustentável

Os desafios socioecológicos vão implicar mudanças ao nível dos estilos vida dos cidadãos a

diferentes níveis, nomeadamente na habitação, na alimentação, na mobilidade, nos hábitos de consumo e de

lazer, e na saúde. Neste sentido, as habitações terão de ser mais eficientes energeticamente, os hábitos

alimentares passarão a ser mais saudáveis, a mobilidade terá de ser mais suave, as práticas de consumo e de

lazer evoluirão para práticas mais sustentáveis e on-line (e-commerce), o teletrabalho aumentará e a saúde

deverá ser mais preventiva.

III. Uma sociedade mais colaborativa e resiliente

A tendência futura sugere um maior envolvimento das organizações e da sociedade civil nos

processos de decisão. Neste contexto, o setor público e os processos de governança assumirão importantes

papéis na facilitação. Os processos de mudança vão requerer capacidade de resposta e instituições

transparentes, fortes e legitimadas. Os cidadãos serão chamados a intervir e a envolver-se no poder de decisão

em prol de uma sociedade mais resiliente e com maior capacidade de resposta.

Tendências Territoriais

A tendência de desenvolvimento territorial global até 2030 mostra uma Europa com diferenças económicas

e sociais pronunciadas que tenderão a aumentar as disparidades espaciais existentes. Assim, perspetiva-se

que no futuro o território europeu será caracterizado por fortes desigualdades socioeconómicas e níveis

diferenciados de coesão.