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«os que lhes deram causa pelos seus actos, as quaes pesam •moral e legalmente sobre os srs. ministros, emquanto se não justificam perante o paiz.
Em conclusão: as obras que pede a digna camara municipal dc Agueda são de utilidade nacional, mas os cavalheiros representantes d'aquelle município, altento o seu desvelo c •solicitude pelos melhoramentos locaes, compromettem-se a ajudar a levar ao cabo o provimento de tão urgentes necessidades, apesar da exiguidade c pobreza dos recursos dos cofres municipaes.
O sr. Castro Ferrcri:—Mando para a mesa uma represen-:tação dc mais de novecentos cidadãos do concelho de Coura, que pedem, pelos motivos ponderosos na mesma allcgados, •que pela extineção dos juizes ordinários seja aquelle con--celho elevado á categoria de comarca. Aquelle concelho é muito importante, não só pela grandeza e fertilidade, como pela sua população. Tem do nascente ao poente 4 léguas, e do norte ao sul 3 léguas. Uma população de quasi 14:000 feabilanles, 3:000 fogos e 21 freguezias. Acresce a isto o ter lima posição topographica especial que o inhibe no inverno de ir procurar a justiça á comarca a que pertence, porque é circundado de montanhas que no inverno se cobrem de gelos que o tornam n'esla estação intransitável. Este concelho precisa de ler jusliça sua própria, e os povos reputam este beneficio como o unico que pôde concorrer para o seu bem estar. Peco que seja remettida á commissão de estatística para ser tomada na consideração que merecer.
O sr. Lopes Branco: — Mando para a mesa um requerimento.
Osr. Lobo d'Avila:—Mando para a mesa um requerimento de Manuel Baplisla Machado, 1.° sargento da 5." bateria do 3." regimento de artilheria, em que pede ser despachado 2.° tenente da mesma arma, em visla das suas circumslancias especiaes.
O sr. Barros e Sá: — Sr. presidenle, cu pedi a palavra para antes da ordem do dia a fim de rogar a v. ex.a c á mesa que lenha a bondade de continuar a seguir uma pratica que se usou aqui por muito lempo de que as ultimas redacções se imprimam no Diário da Camara, porque é este o unico modo mais conveniente de nós lodos podermos tomar conhecimento de qual é a ultima redacção dos projectos que passam para a outra camara. P,ogo porlanlo a v. ex.a a bondade de continuar a seguir esla pratica, no caso de que não haja inconveniente.
O sr. Presidente;—Não ha inconveniente se a camara assim o resolver.
O Orador:—Não é preciso resolução da camara; é estylo da casa, e este anno é que se infringiu esse estylo.
O sr. Presidente:—Sei perfeitamente que tem sido estylo da casa por muilo lempo, e não ha duvida alguma em que continue a sê-lo.
O sr. Affonso Botelho:—Sr. presidenle, mando para a mesa nma nola de interpellação que tenho tenção de fazer ao sr. ministro do reino. Quasi todos se queixam da demora das interpellaeões, no entretanto cu espero que isto terá um remédio, porque um dos meus illustres collegas que agora acabou de fallar, mostrou a inconveniência d'csta demora e a utilidade que resulta ao serviço publico da sua pontualidade. Blando porlanlo esta nota de interpellação que faço lenção de fazer a s. ex.a o sr. minislro do reino. Por esta occasião digo a v. ex.a, para que a camara o lome em consideração, que eu tenho vislo que se tem rejeitado a impressão das representações dos povos a respeito do novo syslema tributário. Eu não estou aqui senão como representante do povo, lenho muita honra n'isso e eslou intimamente legado aos interesses d'elle; e entendo que o povo tem o direito de ser altendido e ser ouvido por esla camara, e saber o que nós fazemos, porque não somos aqui senão mandatários do povo e nada mais.
Peço porlanlo ou que as representações que os povos dirigirem a esla casa sobreinteresses detanla importância como este, sejam impressas no Diário de Lisboa, e a camara tome sobre isso uma resolução, ou enlão que ellas sejam lidas na sua inlegra, e que os srs. lachygraphos tomem nota da lei-
tura de quem quizer ler a sua representação, c que vão incorporadas nos documentos públicos que o povo deve conhecer; porque eu aqui reputo a lodos nós como representantes e mandatários do povo. Estou persuadido quo o interesse, a vontade c a opinião de todos nós é que os negócios marchem regularmente, e os meus constituintes não se dão por bem servidos se não tiverem exacto conhecimento dos negócios em que elles são interessados.
O sr. Carlos Bento.—Mando para a mesa uma representação de cento e oitenta e tantos cidadãos das Caldas, contra as medidas financeiras apresentadas pelo governo.
O sr. Mousinho de Albuquerque:—Chamo a attenção da commissão de guerra sobre o projeclo por mim apresentado, relativo ao cirurgião-mór actual do hospital de Runa. A commissão de guerra da camara transacta já tinha dado o seu parecer, que mereceu a assignatura de muilos dos actuaes membros da commissão. O interessado é uma d'cssas preciosas relíquias da ilha Terceira e do cerco do Porto. A sua vida é um poema heróico. Espero que a commissão o atlen-derá; não quero fazer allusões offensivas, mas sabc-sc que ha fortes empenhos conlra o veterano; sei que a camara os não altenderá, mas espero que não demorarão a justa reparação.
O sr. Camara Leme:—Sr. presidente, a commissão de guerra está actualmente tratando de negócios importantíssimos, e sem que dè o seu parecer sobre elles não pôde oceu-par-se do negocio a que se referiu o illuslre deputado; mas logo que conclua esses negócios, ha de tralar d'aquelle a respeito do qual s. ex.a chamou a attenção da commissão e trazer á camara um parecer sobre elle.
O sr. Thiq,go Horta: — Pouco lenho a acrescentar ao que disse o meu collega da commissão; entretanto aposto que saiba perfeitamente a intenção com que o illustre deputado o sr. Mousinho soltou uma expressão a respeito de empenhos, sempre direi que elle sabe por experiência que a commissão dc guerra é a commissão dos empenhos, mas lambem por : experiência sabe que as commissões não costumam fazer caso i d'isso e que dão aos negócios a importância que merecem, i tenham ou não lenham muilos empenhos; por consequência • a circumslancia dc haver quem sc empenhe a favor ou contra qualquer individuo não influe cousa alguma na commissão, i nem na natureza do seu parecer. Quanlo á ordem que a commissão lem tenção de seguir para dar os seus pareceres, o meu collega já disse o que ha a esle respeilo. A commissão lem muitos assumptos a que dar allenção, precisa sobre todos elles consullar o governo, e todos sabem as circumslancias i em que se tem achado a pasta da guerra, que tem tido a sorte
de ter ministros doentes ou ausentes, i O sr. Mousinho de Albuquerque: — Parece-me que não ! preciso dizer aos illustres depulados que me precederam, que era incapaz de lhes dirigir insinuações e muilo mais á i commissão de guerra, que eu lenho a triste experiência que está sempre cercada de empenhos. E eslas insinuações — que > não são insinuações — não são minhas, são dos jornaes, porque
- houve tempo em que esta queslão foi tratada na imprensa.
¦ Dá-se a circumslancia especial de haver já um parecer sobre i este negocio assignado pela maior parte dos srs. deputados , que lambem hoje fazem parte da commissão de guerra, e lam-i bem se deve atlender a que o cidadão de que se trata está no i ultimo quartel da vida. Realmente basta ver os documentos , para se reconhecer que elle merece bem que a seu favor se
- faça alguma medida um pouco excepcional. O sr. Presidente: — Convido os srs. deputados, pela rasão
i qne já disse, a oceuparem-se de trabalhos nas respectivas ! commissões a que pertencerem, e declaro á camara que ám.i-i nhã a reunião ha de ser á mesma hora, abrir-se-ha a sessão
- e proceder-se-ha como hoje, se porventura sc der a mesma circumslancia; quer dizer, cmquanlo a ramara não for infor-
¦ mada em termos próprios e conslitucionaes da organisacão dn i ministério, a camara não funecionará senão n'estes primeiros ! actos. (Apoiados.)