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culo, póde fazer-se uma economia de tresentos contos. Eu sou de parecer que ainda mesmo agora, se he possivel pagar aos corpos o pão e forragem, se extinga o commissariado.

O Sr. João Victorino: - Esta he uma das repartições onde se tem commettido grandes abusos. Para que fim, pergunto eu, tão tantas despezas que fazia o commissariado? Para que tantos sacrificios da parte dos povos? Não era para fornecer o pão aos soldados? Sem duvida. Pois aqui he que eu achei sempre as maiores prevaricagdes. Depois da paz com a Franga, abrirão-se os portos, abrirão-se as tulhas daquella Nação, que estavão reprezadas de grãos demuitas colheitas. Elles vinhão perfeitamente arruinados. Pois destes grãos, ouvi eu dizer por varias vezes ao honrado general Bacellar, que commandava as armas da provincia da Beira, vejo para Portugal uma grande quantidade, de que por muitos tempos se sustentou o exercito. O mesmo general me disse que linha motives para crer, que o alqueire daquelle; grão tinha sido comprado primitivamente a 20 réis. Todas as pessoas, que conhecião a intacta probidade do Visconde de Montalegre sabem que elle era summamente verdadeiro. Entretanto, porque prego não era contado a fazenda real? Escusadas erão as mais vivas representações, chegou-se a mandar afarinha, e o grão a Lisboa: a resposta sabida era - comião os soldados. Eu admirava, como elles sem bulla, o comião em dias da peixe, pela razão dos vermes que nella fervião. Não cessou desde então ou mais, ou menos este então até ha poucos tempos, e por isso de todas as punhaladas que se tem dado nesta administração, não supponho esta a menor. Entretanto esta, como diz o Sr. Ministro da guerra, he uma repartição, que não pode ser abolida sem ser substituida por outro qualquer arranjo em 24 horas, pois que o soldado não póde passar sem comer; e o erario presentemente não póde adiantar fundos, ou para pagar já o pão a dinheiro, ou para comprar os grãos necessarios. Como pois o commissariado não póde deixar de existir immediatamente, o que devemos fazer he diminuir os ordenados de alguns empregados. Qual he a razão porque ha de um Deputado do commissariado ter tão exorbitantes ordenados! Viver em tão grande luxo? ao mesmo tempo que um desembargador do paço tem só 600$ réis? Mas deixemos o commissariado. Acha-se mais abaixo a verba dos hospitaes: eu bem sei a razão porque isto entrou aqui. Esta repartição dos hospitaes he verdadeiramente (foi o orador interrompido pelo Sr. Presidente, o qual lhe disse que não era nesta logar que se devia tratar deste objecto) o orador continuou dizendo: eu pertendo só reflectir o que farei com a maior brevidade; he preciso ter-se muito em consideração este artigo 5.° A lei manda que as boticas dos hospitaes regimentaes sejão as boticas civis. Eu estou persuadido que quanto vier oboticario com o receituario levará á gloria todo o dinheiro da caixa, dos sobejos do hospital, e no anno seguinte, ou antes mesmo nada haverá com que se pague: isto não he uma cousa de pouca monta, talvez que a despeza de um hospital regimental pagas as receitas pelo regimento dos boticarios, não ande por menos de ires a quatro mil cruzados por cada anno, principalmente se os professores forem appaixonados de receitar; e o corpo soffrer grandes moslestis. Para economia pois, assentava eu que as boticas devião ser postas aconcurço para serem admitidos aquellas que o fizerem por menos; bem entendido com a restricta responsabilidade sobre a sua boa qualidade. Eu desejava dizer tambem alguma cousa a respeito dos medicos; porque verdadeiramente, attendendo á insignificancia das gratificações, que se lhe consignão, he melhor que elles sirvão de graça os hospitaes, tendo a patria o reconhecimento de que este benemeritos empregados servem, e se lhes não paga. Elles achão-se agora sobrecarregados com as inspecções semestraies nos hospitaes da sua provincia, assigna-se em paga 1600 réis diarios, em quanto andão nellas, de maneira que vera a gostar nestas penosas visitas as proprias gratificações, pois que esta diaria he impossivel supprir nem metade das despezas , que são obrigados a fazer. Em fim talvez isto seja fora da ordem, porem como sempre que se tem tratado do orçamento, tenho visto tolerarem-se estas digressões, e muito maiores, que as que eu costumo fazer, quero tambem para mim o direito de aproveitar-me deltas.

O Sr. Jorge de Avillez. requereu a palavra para falar acerca da verba dos hospitaes.

O Sr. Presidente: - Mas não se trata dos remedios; essa verba he do pão que se fornece para os hospitaes,

O Sr. Jorge de Avillez: - Era justamente o que queria dizer, mas requeiro que o Sr. Secretario d'Estado dê informações sobre que hospitaes são estes.

O Sr. Secretario dos negocios da guerra: - Esta verba he uma despeza que já está supprimida; isto era o que se dava de razão aos empregados.

O Sr. Xavier Monteiro: - Assaz tem sido numerados os abusos que ha no commissariado, mas não tem sido igualmente os remedios. Verdade he que para os remediar com acerto, e conhecimento de causa, necessario seria que se demorassem as Cortes alguns mezes mais, e destinassem muitas sessões para tratar unicamente deste assumpto. Entretanto direi que visto o Sr. Ministro da guerra manifestar que para sustentar 40$ homens, erão pouco mais ou menos necessarios 1000:000$ rs.; seria conveniente pôr esta somma á disposição do Governo, para este fim, autorizando-o ao mesmo tempo para reformar todos os abusos desta repartição, que chegarem ao seu conhecimento. Por esta occasião lembro que no commissariado não ha empregado algum que seja nomeado por decreto, quasi todos são interinamente por simples nomeação do chefe, o que não constitue perpeluidade no emprego. Deve pois ficar o Governo na intelligencia que essas nomeações podem revogar-se sem prejudicar a direitos alguns adquiridos. O que he conveniente saber-se, para proceder á refórma das pessoas, que nesta repartição he tão essencial como a das cousas.

O Sr. Secretario dos negocios da guerra: - Este orçamento he simplesmente do que importão as rações, que são 665:477$ rs. (leu o mappa em que

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