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não perde por estas desfavoraveis circumstancias a sua importancia e a sua justiça. As razões que exponho hão de ser apreciadas lá fóra; o senso commum ha de achar-me razão. Não discorro assim para merecer a popularidade; oxalá que eu a merecesse. Esta camara, sr. presidente, para em tudo ser differente dos outros parlamentos, até rejeita a popularidade; a cada passo levantam-se os srs. ministros, e declaram que não querem armar á popularidade! Pois eu desejo, e muito, ser popular, não me envergonho do apoio das massas. A camara avaliará o motivo por que o sr. ministro não póde responder ás minhas perguntas. Em quanto ao projecto relativo ao empregado que deve ír para a ilha da Madeira, se elle póde servir de alguma utilidade, o que duvido, o governo devia faze-lo passar na outra camara. Póde acontecer que me engane, mas dizem por ahi á bocca aberta que não passa; a Madeira fica portanto sem esse precursor, sem o seu João Baptista.

O sr. Marçal — Sr. presidente, mando para a mesa uma representação da camara municipal de Elvas, em que pede lhe seja entregue uma propriedade de casas que indica, e está incorporada nos proprio? nacionaes, para nella estabelecer um quartel permanente para os officiaes militares, que forem áquella praça destacados, ou em diligencia, a fim de assim alliviar aquella povoação do onus dos aboletamentos, com que são repetidas vezes incommodados os moradores da mesma cidade.

Mando mais duas representações da camara municipal de Alter do Chão, que em uma pede que, no caso de se abolir o monopolio do sabão, se não suppra o deficit da receita publica, que esta medida ha de occasionar, por tributo addicional á decima predial; porque mais justo lhe parece um tributo sobre o consumo do sabão: paguem todos, que a todos aproveita'. E em outra representação, além de pedir que se converta em lei o projecto que existe na camara, para que as rendas municipaes se cobrem como as da fazenda nacional, recommenda que se tomem providencias para a melhor administração da justiça; e faz algumas considerações sobre o projecto para a abolição dos vinculos, cujo projecto recommenda.

O sr. Carneiro: — Sr. presidente, em junho do anno passado entreguei uma nota ao sr. ministro da marinha, na qual pedia que procedesse na ilha de S. Thomé e Principe a differentes trabalhos estatisticos. Em fevereiro deste anno recebo cartas dalli, em que me dizem que absolutamente nada se tem feito, e expondo que nenhuma ordem do governo foi para se proceder a esses trabalhos; por conseguinte, eu queria perguntar a s. ex.ª se mandou para lá alguma ordem, ou se o governador não a quiz cumprir: senão a mandou, eu tenho de mandar o requerimento no sentido dos mesmos dados estatisticos que pedi ao sr. ministro da marinha.

O sr. Ministro da marinha (Visconde de Athoguia): — Acho que o mais regular e curial é mandar o seu requerimento para a mesa, e o governo depois se explicará. Desde já declaro que, na generalidade, todos os governadores do ultramar tem disposições positivas para mandarem fazer esses trabalhos estatisticos; e o nobre deputado sabe que esses trabalhos não são mui faceis de fazer, porque não ha as pessoas habilitadas para isso; desejo que todos esses trabalhos appareçam.

Em quanto á ilha de S. Thomé e Principe, não posso dizer nada a esse respeito; mas como a pergunta do illustre deputado tem um caracter de interpellação, intendo que na posição de ministro não devo dizer coisa alguma, sem que vá para a mesa a proposta, para então informar a camara do que houver a este respeito.

O sr. Carneiro: — Referia-me a uma nota que mandei em fevereiro do anno passado; accedendo, porém, ao que disse o sr. ministro, mando para a mesa uns poucos de requerimentos, que se referem á mesma nota que mandei a s. ex.ª

Ficaram para segunda leitura.

O sr. Gomes e Lima: — Sr. presidente, é para remetter para a mesa duas representações dos moradores das freguezias de Cellàes e sua annexa, e Bairro e sua annexa, e da freguezia de S. Miguel das Aves pertencentes ao concelho de Villa-Nova de Famalicão, que pedem ser desannexados deste concelho, e passados para o de Negrellos, porque as suas conveniencias e commodidades assim o exigem, pela visinhança em que estão com a séde do concelho de Negrellos, e distancia para a de Villa-Nova. Pela alteração ultimamente feita na divisão territorial, foram passadas algumas freguezias do concelho de Negrellos para o de S. Thyrso, consultando nisto as conveniencias e commodidades dos povos; mas com esta desannexação foi reduzido o concelho de Negrellos, o qual, devendo ser conservado por as conveniencias que isto reclamam, não deverá ser reduzido a um ponto, que se torne summamente pesado aos habitantes do mesmo; e para acautelar isto, creio que já a camara deste concelho representou, pedindo o ser-lhe annexada a freguezia de S. Miguel das Aves e outras, que certamente serão as que agora reclamam e pedem isto mesmo. Os pequenos concilios não só são tropeços na administração, mas um peso incommodo para os habitantes dos mesmos; e é por isto que a camara de Negrellos, promovendo os interesses dos seus administrados, pediu ser resarcido o concelho do desfalque que soffreu, annexando-se-lhe as freguezias que indicava; e quando a camara e os povos pedem uma determinada collocação, por conveniencia e commodidade destes, e tal pretenção não tem inconvenientes, não deviam ser desattendidos. O concelho de Villa-Nova é grande, e não ha inconveniente em lhe serem desannexadas as freguezias que isto pedem; mando portanto para a mesa as duas representações assignadas por grande numero dos seus habitantes, talvez por todos os que sabem escrever, a fim de lhes ser dado o devido destino, e serem devidamente attendidos.

O sr. Silvestre Ribeiro: — Sr. presidente, como está presente o sr. ministro dos negocios estrangeiros, eu desejava ter a honra de endereçar uma pergunta a s. ex.ª; mas como essa pergunta versa sobre um objecto melindroso, careço de a fazer preceder de uma declaração formal, e é, de que tenho a convicção de que a actual administração, pelo que toca á subscripção que o governo mandou promover a favor dos infelizes habitantes da Madeira, tem andado com muita lealdade, e não tenho a mais leve desconfiança de que houvesse o menor desvio na applicação do producto dessas subscripções.

Feita esta profissão de fé, tomo a liberdade de perguntar a s. ex.ª o sr. ministro da marinha, se todo o producto daquellas subscripções, em beneficio dos desgraçados habitantes da Ilha da Madeira, tem sido