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Sessão de 23 de Julho de 1918 5

para a humanidade, nós podemos estar orgulhosos de que cumprimos o nosso dever como poucos o sabem cumprir. (Apoiados).

Para os nossos valorosos soldados a minha saudação mais entusiástica. Diante dos mortos eu me ajoelho, reverentemente, cheio de veneração, por tam alto êles terem sabido levantar o nome português;, perante os vivos a nossa saudação e a nossa homenagem mais respeitosa. (Apoiados).

or. Presidente; estamos aqui em virtude do movimento revolucionário de 5 de Dezembro.

Um punhado de soldados e de valorosos oficiais, alguns dos quais nos dão a honra de ser nossos companheiros nesta Câmara, puderam estrangular a demagogia, que tudo queria perverter e destruir nesta boa terra portuguesa.

Essa revolução, Sr. Presidente, foi conduzida pela mão férrea e inteligente dum homem que merece o respeito de todos os portugueses. (Apoiados).

Êsse homem, êsse revolucionário ilustre, chama-se Sidónio Pais.

Não me refiro neste momento ao Presidente da República, mas ao revolucionário valoroso que fez operar uma mutação de scena na vida política portuguesa.

Refiro-me ao grande organizador da revolução, ao soldado ilustre que durante dias e noites consecutivas soube manter-se no seu posto, levando a cabo a obra sagrada que todos, nós temos por dever continuar. (Muitos apoiados).

Sr. Presidente: a revolução de Dezembro não marca um incidente político. Seria ridículo considerá-la como tal.- Foi mais do que uma mudança de Govêrno, ou mesmo de Chefe de Estado, a dentro do regime republicano. Foi como que uma mudança de regime - e assim o entenderam as potências estrangeiras que tiveram de reconhecer o novo estado de cousas e o fizeram pela forma mais bizarra, pelo que tambêm as saúdo.

É necessário que êste novo estado de cousas represente uma nova era de progresso, de ordem e de trabalho para Portugal e que todos os esforços se congreguem para que se não dispersem e se indisciplinem as forças do país, bem como que, duma vez para sempre, se acabe nesta pobre terra portuguesa com o sistema a que estamos habituados de solver cair os Govêrnos a tiro de canhão. E indispensável que todos se convençam, cru primeiro lugar, de que a fôrça do Poder não permite a continuação de tal sistema e, em segundo lugar, de que aqueles que estão adjuntos ao Poder desejam que se regularizem as situações de maneira que, a dentro do regime republicano, que firmemente queremos manter, todos possam ser Govêrno sem recorrer a violências. (Apoiados).

Estou a afastar-me um pouco do meu propósito e, se fiz esta digressão, foi única e exclusivamente para saudar êsses bravos soldados e oficiais que, tam valorosamente, no Parque Eduardo VII levantaram bem alto a causa da Liberdade que tam ofendida estava em Portugal. Foi tambêm para fazer a minha saudação a êsses valentes soldados e oficiais, alguns dos quais temos a honra de contar como companheiros nesta Câmara, achando-se alguns outros derramando o seu sangue em França e África, que eu pedi a V. Exa. que me concedesse a palavra.

Com respeito aos propósitos da maioria, devo dizer que a melhor demonstração da forma como desejamos que caminhem os trabalhos parlamentares, a dentro desta Câmara, já por nós foi dado às oposições, elevando V. Exa. ao alto lugar de Presidente, lugar que ninguêm teria mais direito a ocupar do que V. Exa., pelo seu passado, pelo seu carácter, pela sua ponderação e até pela qualidade rara, na frase dum ilustre membro desta Câmara, de ser um poema pela sua bondade. (Apoiados).

V. Exa., Sr. Presidente, é a melhor garantia da forma por que nós, Deputados da maioria, desejamos que decorram os trabalhos desta casa do Parlamento.

Não poderão nunca as razões invocadas levar-nos a violências.

Havemos de combater por certo; estamos em campos bem extremados e bem distanciados (Apoiados), mas cada um, dentro das suas doutrinas, há-de manter bem alto os princípios parlamentares.

E cito um facto da minha vida política, tendo em determinada altura de abandonar o Parlamento, aquilo a que, tinha criado tanto amor na minha vida.

Terminando, saúdo V. Exa. (Apoiados).

O orador não reviu.

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