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Sessão de 12 de Janeiro de 1915 15

Inglaterra para tudo e, só no caso dela dispensar os nossos serviços, é que recolheríamos à neutralidade.

Quando viu que era necessário afirmar bem alto e terminantemente que Portugal não hesitaria em ir até aos últimos sacrifícios para honrar os seus tratados e significar que defenderia em toda a parte a sua integridade contra a opressão, não perdeu um momento, levantando, assim, a figura de Portugal, para que aparecesse à face do estrangeiro com todo o valor da sua grande personalidade histórica.

Está convencido de que fazem mal todos os que lançam em tal assunto palavras tempestuosas. Não fica bem a republicanos falar, a êsse respeito, em crimes e em traições.

Se os republicanos falam assim uns dos outros, como se há-de reprimir a linguagem empregada por aqueles que falam contra as instituições?

Façam, mas é todos uma obra de conciliação, que a perturbação que se tem produzido no espírito público e se reflecte lá fora, desaparecerá.

Eis as palavras que entende dever proferir.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Ministro do Interior (Alexandre Braga): - Depois do brilhantíssimo, do admirável e esmagador discurso que foi pronunciado por Afonso Costa, todas as palavras são supérfluas e todas as expressões inúteis.

Nada tem, pois, a acrescentar; mas é forçado a tomar a palavra para não cometer uma incorrecção grosseira e para cumprir gostosamente um dever de delicadeza e de atenção que deve ao Sr. José de Pádua.

S. Exa. manifestou desejos de ser esclarecido quanto aos desígnios do Govêrno. Preguntou se o Govêrno ficava ou se ia ao Sr. Presidente da República pedir a demissão; se o Govêrno, ficando, ia exercer a ditadura.

Sossegue o Sr. José de Pádua. Quem tinha de sair dêstes lugares já saiu. O Govêrno conserva-se no pôsto que lhe foi indicado. Não o abandonará, não desertará, não sairá das suas trincheiras de honra onde queimará os últimos cartuchos juntamente com as suas últimas gotas de sangue.

O Govêrno ficará onde está, no seu lugar, que lhe foi assinalado pelo dever.

Quanto a exercer a ditadura, praticar-se hão únicamente os actos indispensáveis para, dentro da autorização que lhe foi dada, cumprir honradamente o seu programa, programa que não é de partido, mas um programa essencialmente patriótico.

Pelo que toca às eleições, já pronunciou as palavras precisas e sôbre as quais ninguêm tem o direito de levantar suspeitas.

De resto, que estranha, que peregrina doutrina se sustenta de que só um Govêrno extra-partidário pode fazer eleições!?

Que absurda doutrina é essa que tem feito caminho?!

A acção do Govêrno, limita-se, honradamente, ao programa que foi formulado; manterá a ordem pública; cumprirá rigorosamente os compromissos tomados e congrassará a Pátria.

Se isto é ditadura, abençoada ditadura que o Govêrno foi chamado a exercer!

O discurso será publicado na íntegra quando o orador restituir as notas taquigráficas.

O Sr. Presidente: - Peço aos Srs. Congressistas que tomem o seu lugar.

Vai ler-se a moção apresentada pelo Sr. Congressista Afonso Costa.

Leu-se.

O Sr. Presidente: - Os Srs. Congressistas que aprovam a moção que acaba de ser lida tenham a bondade de se levantar.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Está aprovada. Vai ler-se a proposta de adiamento apresentada pelo Sr. Afonso Costa.

Lida na Mesa, foi aprovada.

O Sr. Afonso Costa: - Antes de terminar a sessão permita-me V. Exa. que eu proponha que se lance na acta da sessão de hoje um voto de louvor às Mesas das duas Câmaras (Muitos apoiados).

Posta à votação esta proposta, foi aprovada por aclamação.