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DIÁRIO DO SENADO

Presidência do Ex,mo Sr, Francisco Ensébio Lourenco Leão

Secretários os Ex.mos Srs.

Artur Rovisco Garcia Bernardo Paes de Almeida

Em virtude de resolução do Senado, tomada na sessão imediata, como consta do respectivo «Sumário», não se marcaram as faltas nesta sessão.

As 14 horas e 60 minutos, o Sr. Presidente mandou proceder à chamada.

Tendo-se verificado a presença de 34 Srs. Senadores? S. Ex.3- declarou aberta a sessão.

Foi lida, e. aprovada sem reclamação, a acta da sessão anterior.

Achando-se presentes, finda a leitura da acta, 36 Srs. Senadores, mencionou-se o seguinte

EXPEDIENTE

Ofícios

Em que o governador civil de Viana do Castelo, remete uma representação da Câmara Municipal daquele concelho, a qual pede a regulamentação do jogo.

Para a Secretaria.

Em que a Secretaria Geral do Ministério do Fomento satisfaz o requerimento do Sr. Senador Antão Fernandes de Carvalho.

Para a Secretaria.

Em que a mesma Secretaria satisfaz o requerimento do Sr. Senador Domingos Tasso de Figueiredo.

Para a Secretaria.

Em que a^mesma Secretaria satisfaz o requerimento do Sr. Senador António da Silva Cunha.

Para a Secretaria.

Justificação de faltas

Em que o Sr. Senador Manuel José de Oliveira participa que tem faltado às sessões por motivo de doença e pede que lhe sejam relevadas as faltas para o efeito do subsídio.

Para a comissão de faltas e administrativa do Congresso.

Em que o Sr. Senador Antão de Carvalho participa que o Sr. Senador Carlos Richter tem faltado às sessões por motivo de doença.

Relevadas.

O Sr. Presidente (Eusébio Leão): — Por telegramas recebidos sabe-se que faleceu o nosso ilustre colega o Sr. Dr. Eduardo Abreu, que foi sempre um espírito levantado.

Quando um dia cie se convenceu de que a monarquia era absolutamente insuficiente para proporcionar ao nosso país os elementos necessários para o levantamento moral e intelectual, teve o gesto nobilissimo de abandonar os arraiais monárquicos e passar para o partido republicano, onde foi um combatente destemido.

Todos se lembram de Eduardo Abreu, que, como membro da comisssio da grande subscrição nacional, foi a alma dessa comissão onde trabalhou .com dedicação e zelo absolutamente inexcedíveis.

Depois disso, continuou a dar ao partido republicano a sua grande inteligência e espírito combativo.

O que é certo, é que foi um republicano dedicadíssimo.

Desde muito que sofria tenazmente, e eu fui um dos primeiros, .se não o primeiro médico, que, tendo tido a honra de ser ouvido no começo da doença de rins de que desde muito sofria atrozmente, fez o respectivo diagnóstico.

Essa doença tam longa e pertinaz foi forçando-o a não tomar parte tam activa nos trabalhos do partido republicano, como nos primeiros tempos.

Antes mesmo de ser proclamada a República, ele muitas veze'3 me disse, que a sua vida, se tanto fosse preciso, estava ao dispor do partido.

Pareca-me, pois, que o Senado quererá que nas actas das suas. sessões se lance um voto de profundo sentimento pela morte deste ilustre democrata e nosso companheiro no Sanado. (Apoiados).

Tinha tenção de propor que se levantasse a sessão em sinal de sentimento, (Apoiados) mas como alguns Srs. Senadores manifestaram desejo de se associar a este voto de sentimento, por isso não consulto a Câmara desde já, reservando-me para o fazer, depois dos Srs. Senadores falarem.

O Sr. Abílio Barreto: —Como amigo e condiscípulo do grande orador Eduardo Abreu, eu me associo do fundo da minha alma ao voto de sentimento, que V. Ex.a acaba de apresentar.

Eu conheci muito bem aquele espírito agudo, vivo e original, e ao mesmo tempo de trabalhador infatigável, aliado ao grande carácter dum homem extremamente honesto, muito recto e correcto em todos os seus actos.

Ainda trabalhei em cousas de sciência médica e em vários assuntos com aquele grande espírito, cuja viveza erainexcedívele cujas qualidades de trabalho eram enormes.

Teve na sua época de estudante a maior aura e, como estudante, apresentou trabalhos originais na cadeira de histologia.

Como amigo e admirador do grande republicano, que foi Eduardo de Abreu, compreende-se que eu me associe do fundo da alma aos sentimentos de condolência que V. Ex.a, Sr. Presidente, acaba de propor.

O Sr. Machado de Serpa: — Sr. Presidente: para tracejar o perfil de Eduardo Abreu, fora mester possuir a eloquência que ele tinha.

O nosso ilustre colega não era em política um figurante era uma figura de pronunciado relevo; não foi preciso que nós o conhecêssemos aqui para aquilatar do seu merecimento e valor real.