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4 Diário das Sessões do Senado

ral, por um modo digno e alto, mas que essa manifestação constitua, por assim dizer, o capitel ou cúpula da manifestação social e do monumento em mármore ou em bronze erguido e conservado através dos séculos.

Assim pensei, ao ser trazido ao Senado, o projecto de lei relativo ao bronze para o busto de Sousa Viterbo, e assim espero continuar a pensar.

É essencial que a nação, o povo, em suma, adquira o hábito de se interessar por êstes assuntos, e de os não deixar apenas ao cuidado do Govêrno e de Congresso.

Sala das Sessões do Senado, em 12 de Junho de 1913. = José Nunes da Mata.

Para a acta.

O Sr. José de Castro: - Aludindo ao monumento erigido em Paris a Luís de Camões, e que foi mandado destruir, deve dizer que êsse monumento não honrava nem a pátria portuguesa nem iam pouco o poeta. A resolução do Conselho Municipal de Paris, mandando retirar ou destruir o referido monumento, não teve intenção alguma de agravar Portugal ou de ter menos respeito pela memória do grande épico, pois acaba de receber do Sr. João Chagas o seguinte telegrama:

Leu.

O Conselho Municipal de Paris não teve, portanto, intenção alguma de agravar Portugal; pelo contrário, a intenção daquele Conselho foi o de exaltar o poeta e a pátria portuguesa, porquanto, tendo votado a importância de 1:000 francos para a erecção dum novo monumento, deu assim um nobre e alto significado de desejar ser agradável ao país e à República Portuguesa.

Sôbre êste assunto, que considera importante, manda para a mesa uma proposta.

Esta proposta não necessita de ser justificada, pois tem a certeza, de que ela está no espírito e no coração de todos os portugueses.

Ninguêm, crê, se recusará a louvar o procedimento do Conselho Municipal de Paris e dó Ministro de Portugal junto do Govêrno da República Francesa (Apoiados gerais); pela maneira gentil e patriótica como procederam.

O monumento erigido em Paris era, dizem, não um monumento, mas sim uma vergonha, sendo, conseguintemente, para louvar a resolução do Conselho Municipal de Paris; e êle, orador, faz votos para que, dentro em breve, se consiga um monumento condigno do grande poeta e que honre a pátria portuguesa.

Êste discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

Vozes: - Muito bem; muito bem.

O Sr. Presidente: - A proposta do Sr. José de Castro fica para segunda leitura.

O Sr. José de Castro: - Requeiro a urgência.

O Sr. Presidente: - Tenho a dizer a V. Exa. que não há número para se votar a urgência.

O Sr. Brandão de Vasconcelos: - Creio que há má interpretação, pois para se resolver o presente assunto não é necessário o número exigido para qualquer projecto de lei ou proposta ministerial.

O Sr. Presidente: - A proposta considero-a admitida, ficando para segunda leitura. De resto, se a Câmara assim entender, posso mandá-la já à respectiva comissão.

O Sr. Carlos Calisto: - Parece me que a proposta do Sr. José de Castro não carece do parecer de comissão alguma.

Trata-se duma proposta que exige uma resolução imediata por parte do Senado, pois o telegrama a que a mesma proposta se refere deve ser enviado hoje mesmo para Paris.

O Sr. José de Castro: - Tambêm me parece que a minha proposta não deve ir a comissão alguma.

Não faz despesa alguma, é um convite.

O Sr. Presidente: - Há nesta proposta do Sr. José de Castro cousas que entendo que não podemos resolver já (Apoiados).

Louvar o nosso Ministro pela sua forma de proceder nesta ocorrência não me parece muito próprio, mas isso é com o Senado; agora louvar já o Conselho Municipal de Paris por ter resolvido contri-