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Diário das Sessões do Senado

Augusto César de Vasconcelos Correia.

Augusto Cimbron Borges de Sousa.

Carlos Ritcher.

Duarte Leite Pereira da Silva.

Elísio Pinto de Almeida e Castro.

Francisco do Pina Esteves Lopes.

Frederico António Pereira Sirnas.

João Lopes da Silva Martins Júnior.

João Ortigão Peres.

Joaquim José Sousa Fernandes..

Joaquim Leão Nogueira Meireles.

Joaquim Pedro Martins.

José António Arames Pedroso.

José de Castro/

José Eduardo de Calça e Pina Câmara Manuel.

José Estêvão de Vasconcelos.

José Guilherme Pereira Barreiros.

José Machado de Serpa.

José Pais de Vasconcelos Abranches.

Leão Magno Azedo.

Luís António de Vasconcelos Dias.

Manuel Soares de Melo e Simas.

Pedro do Amaral Boto Machado.

Remígio António Gil Spóola Barreto.

Eicardo Pais Gomes.

Simfio José.

Vasco Gonçalves Marques.

Pelas 14 horas e 15 minutos, o Sr. Presidente manda proceder à chamada.

Tendo-se verificado a presença de '26 Srs. Senadores, 8. Ex.a declara aberta a sessão.

Lida a acta da sessão anterior, foi aprovada sem reclamação.

Não houve expediente.

O Sr. Presidente: — Estou persuadido de que o Senado quererá prestar uma homenagem de respeito à memória do falecido Dr. Manuel de Arriaga, que tam largos e brilhantes serviços prestou ao país e especialmente à propaganda republicana.

O extinto deixa um nome honrado e respeitadíssimo por todos.

Quaisquer, que sejam as pequenas sombras que à sua memória possam trazer alguns dos últimos acontecimentos políticos, a sua figura fica sobranceira e o sol da sua inteligência, o esplendor do seu coração, o brilhantismo da sua sinceridade deixam daquele homem bemqnisto um nome imorredoiro e nobilíssimo.

Creio que o Senado, em homenagem a Manuel de Arriaga, quererá encerrar a sessão sobre as considerações que os representantes dos diferentes partidos irão pronunciar.

Proponho também que do voto de sentimento que se lançar na acta se" dê conhecimento à família do extinto.

O Sr. Agostinho Fortes:—Em nome da esquerda do Senado, cumpre o doloroso dever de manifestar uma sincera condolência pela perda que a República acaba de sofrer na pessoa de Manuel de Arriaga.

Não é aqui o lugar nem é agora ocasião para fazer o panegírico do extinto. As suas cinzas estão ainda quentes e não pode, por isso, fazer-se já uma análise serena, desapaixonada e justa de toda a sua obra; contudo, mal ficaria com a sua consciência de republicano e português se não pronunciasse algumas palavras de homenagem.

Nascido em 1840, Arriaga teve a embalar-lhe o berço não só as ondas, sempre alterosas, do mar que banha a sua terra natal, mas também as ondas do espírito humano, que estava então atravessando uma das épocas mais extraordinárias.

Arriaga abraçou com todo o entusiasmo e calor da sua alma a causa da emancipação humana, aquela .causa que havia de favorecer os deserdados da sorte.

Todos conhecem, os serviços que ele prestou à República, principalmente aqueles que de longa data vem acompanhando a marcha, sem dúvida gloriosa, das ideas republicanas, numa estrada cheia- de pedras, em cujos gumes muitas vezes os pés dos caminhantes se ensanguentam.

Arriaga tinha uma feição de lutador inconfundível. Nas praças públicas, nas associações, e até nas assembleas do Partido Republicano, por vezes levantava o estandarte da rebelião, quando entendia ojue assim salvaguardava a pureza e integridade das ideas republicanas.

O orador refere vários factos demonstrativos da integridade de sentimentos políticos do notável homem público.