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E igual àquela já lida na Câmara dos Deputados, e, portanto, já do conhecimento dos Srs. Senadores. Todavia farei a sua leitura, explicando paralelamente a orientação que o Governo quere tomar.

Começa por dizer qual ó a estrutura do GovGruo.

Presidente: — O .Governo a que, . por incumbência do Sr. Presidente da República, tenho a honra de presidir, apresenta-se ao Parlamento numa hora grave da nossa vida nacional. Cônscio das pesadas responsabilidades que lhe impõe a excepcional situação criada ao País pela conflagração europeia e pela sua intervenção, já em considerável parte efectivada., na guerra que ensanguenta e assombra a História, ele encara-as corajosamente, com a firme resolução de vencer as dolorosas dificuldades da hora presente, e disposto a colocar, ao serviço da nobre causa por que combatemos, a inquebrantável energia da sua profunda fé nos altos destinos da Pátria e da República.

«A fórmula de política patriótica que serviu de aonna à constituição do Governo Nacional, presidido pelo prestigioso republicano Dr. António José de Almeida, e aprese atado ao Parlamento em 16 de Março de 1916, é ainda a que domina a organização do actual gabinete.

«O Ministério anterior, — cuja obra, invariavelmente inspirada nos mais sãos princípios de puro patriotismo, 'pôde, mesmo através . dos duros embaraços que actualmente dificultam a vida de todas as nações do mundo, prestar à Pátria os inesquecíveis serviços que lhe asseguraram já uma situação internacional, merecedora do respeito e ca admiração de todos os povos cultos, — traduziu, na sua estrutura e no processo da sua formação, a unânime aspiração do nosso povo, visionando, na união sagrada de todos os bons cidadãos em face da ameaça e do perigo, a garantia única, segura e firme, de salvação e triunfo para a Pátria.

«Evolucionistas e democráticos, unidos então no Governo por um espírito de patriótica conciliação que se destinou a aquietar as agitadas lutas das paixões partidárias, unidos continuam hoje no desígnio de manter a mesma norma de apaziguamento e de concórdia, e unidos continuarão até a final vitória, só segura-

Diário das Sessões do Senado

mente alcançável pela conservação da política nacional que tem caracterizado, desde o início da guerra europeia, tanto a constituição dos Gabinetes, do Partido Republicano Português, como a organização1 do Ministério da União Sagrada.

«Essa união nobilitante e salvadora, procuraremos nós, os democráticos, mante-la em tudo, acima de tudo e contra tudo.

Segue-se agora a exposição das circunstâncias da nossa situação internacional, e assim dizemos: .

«: As admiráveis resultantes da sua acção fecunda e patriótica acentuam-se já na' honrosa situação internacional que soubemos criar e que habilita o actual Governo a dizer-se certo de assegurar a© país, pela pasta dos Negócios Estrangeiros, todas as vantagens políticas a que essa mesma situação, alcaaçada pela nossa intervenção na guerra, lhe dá , pleno direito e a afirmar o desígnio de procurair preparar cuidadosamente a Nação para a hora da paz, sob. o ponto de vista económico, cooperando com os aliados na sua, acção de conjunto, e defendendo com cautela os nossos interesses especiais.

«Se é certo que Portugal tem mantido sempre, durante a República, e continua n manter, felizmente, as melhores relações-iaternacionais, certo ó também que o facto-da nossa intervenção na guerra contribuiu, poderosamente para provocar um conhecimento mais íntimo e uma aproximação mais perfeita entre nós e os Países Aliados, especialmente pelo que diz respeito à grande Nação Inglesa, cuja secular aliança sairá ainda mais robustecida da comunhão na, luta ein que pelejamos pela Liberdade e pelo Direito das nacionalidades, e pelo que se refere à grande Pátria Francesa, à qual nos prendem, pelas afinidades de raça, de civilização e de cultura, os mais fortes e afectuosos laços de liai amizade-e íntima estima.

«Destas assinaladas consequências saberá o Governo aproveitar zelosamente todas as naturais e insofismáveis vanta-

; gens, ao mesmo tempo que cuidará de manter as amigáveis relações que nos ligam a todas as nações não beligeran-

. tes.

«De entre estas, pela sua especial situa-