O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão d$ 9 de Abril de 1926

Aí o nome português escreveu mais um poema glorioso.

Foi uma infelicidade, mas a mesma idealização que levou os portugueses a todas essas gloriosas conquistas que ficaram assinaladas na Mauritânia, nos tem tórios adjacentes e insulares, foram esses mesmos princípios que aí reinaram: a luta do pequeno número contra o grande número.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O Orador: — Depois tivemos as guerras da restauração. Fomos inexcedíveis!

O grande herói João de Áustria foi batido unias poucas de vezes pelas tropas portuguesas.

Depois tivemos essa divisão que foi comandada pelo Marquês das Minas, a guerra da sucessão em Espanha. Ali fizemos feitos brilhantíssimos.

Mais tarde, ao lado dos ingleses, soubemos repelir as águias napoleónicas.

Ainda depois, no reinado de D. Maria, na Espanha, a chamada «divisão auxiliar» obrou prodígios.

Eu conheci ainda um dos heróis do esquadrão de Carlos Mascarenhas, soldado condecorado. com a medalha de prata do valor militar, e a de ouro dos 50 anos de serviço exemplar.

Ainda nos últimos tempos em África os portugueses cobriram-se mais uma vez de glória.

E eu tenho a honra de ter aqui a meu lado um homem que ali prestou serviços eminentes. - .

Vozes : — Muito bem.

Apoiados de todos os lados da Câmara.

O Orador: — Os soldados que foram a França mantiveram a mesma tradição, e com poucos recursos, com limitadíssima instrução, apesar de tudo isso, não envergonharam o nome português, e disseram à Europa que os portugueses, quando lhe mexem no coração e lhe falam no sentimento da Pátria, ainda são capazes de a fazer respeitar.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem, muito bem. Muitos apoiados. O orador não reviu.

.0 Sr. Caldeira Queiroz: — Sr. Presidente: associo-me de todo o coração à homenagem prestada aos nossos mortos na Grande Guerra.

Limito-me, porém, a dizer que a maior homenagem que lhes podemos prestar será conjugarmos todos os nossos esforços, empregarmos toda a nossa boa vontade e toda a nossa atenção para.bem servirmos a Pátria pola qual eles morreram.

Quer em África quer na Flandres, foi pela Pátria que eles morreram.

Não faz sentido que tendo eles sacrificado a sua vida, que tendo ficado enlutadas tantas famílias, nós estejamos em lutas políticas, inglórias e mesquinhas, num jogo de ambições, numa luta de vai-dadcs, não só não servindo a nossa Pá tria, mas, mais ainda, procurando enterrá-la.

O Sr. Espírito Santo Machado : — Sr. Presidente: pela primeira vez, desde que sou parlamentar, eu sinto na minha consciência iím mandado imperativo. Ji 'o mandado daqueles que estão lá longe, daqueles que são os portugueses das colónias, daqueles que consideram a sua Pátria o prolongamento das colónias em que nasceram, e se assoreiam profundamente comovidos à comemoração que ora se celebra.

É o que a minha consciência me dita.

Vós, na Pátria Portuguesa, na metrópole, considerais as colónias como um prolongamento dela. Nós, na nossa Pátria, umas vezes pequenina, como a minha, outras vezes grande como Moçambique e Angola, consideramos Portugal como prolongamento da nossa Pátria. Assim, todos juntos, portugueses da metrópole e portugueses das colónias, fazemos parte de uma Pátria una, íntegra, indivisível e inalienável.

Como obscuro membro das < colónias neste Parlamento, eu associo-me comovidamente à comemoração que acaba de se celebrar.