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724 DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 199

chegaram depois de terem construído uma vida que atestava a independência de carácter, que atestava dedicação pela causa pública, uma vida que atestava - porque não dizê-lo? - um mínimo de possibilidades intelectuais para bem compreender e defender os altos interesses e destinos da Nação.
Aqui se encontram, na verdade, Sr. Presidente, alguns dos mais altos expoentes da vida mental portuguesa, do pensamento português. E poderemos dizer que aqui se encontram, em todos os homens que formam esta Assembleia, os valores morais apreciáveis para a vida da Nação. Era a este conjunto de homens, que aqui vinham desempenhar-se dum mandato, que V. Ex.ª tinha de presidir, os trabalhos desta Assembleia que V. Ex.ª tinha de orientar. E por tal forma V. Ex.ª deles se desempenhou, de tal forma exerceu essa função, que bem podemos dizer que a Nação lhe deve reconhecimento.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E creio poder afirmar também, com o consenso de todos os meus colegas, que todos nós e cada um de nós lhe deve, profundamente, o agradecimento pela forma como conduziu, pelo condicionalismo que criou nesta Casa, pela sua apurada sensibilidade, pela sua alta o larga compreensão, pela delicadeza do seu trato, pelo condicionalismo - repito - que criou para bem desempenharmos o nosso mandato, para não sermos diminuídos, mas. pelo menos, para sermos tão dignificados como o éramos quando aqui chegámos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Devemos-lhe reconhecimento por ter querido, por ter mantido estas condições de bem podermos desempenhar esse mandato.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Cada um do nós, Sr. Presidente, no exercício dele, deu à Nação o melhor do si próprio, da sua inteligência, da sua dignidade e da sua honradez. Cada um desempenhando na forma que lhe é peculiar, mas todos sempre unidos pelo melhor desejo de servir o interesse nacional.
Foi para testemunhar a V. Ex.ª toda a gama destes nossos sentimentos, para lhe afirmar a nossa maior consideração, a estima de que vamos possuídos por V. Ex.ª e todo o nosso reconhecimento que eu pedi a palavra no final do funcionamento do período normal da Assembleia Nacional.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Ulisses Cortês: - Sr. Presidente: algumas palavras apenas, muito breves, mas muito sinceras, para me associar às homenagens que a V. Ex.ª acaba de prestar o Sr. Deputado Artur Proença Duarte.
Termina hoje a presente legislatura. Ao concluir os seus trabalhos e ao fazer o seu exame de consciência, a Assembleia Nacional pode ter a certeza, consoladora e reconfortante, de que cumpriu sempre e integralmente o seu dever.
Para além do possíveis erros e de naturais exageros, nunca ninguém se inspirou nesta Casa noutro propósito que não fosse o de servir com verdadeira fidelidade os princípios da Revolução e os altos imperativos do interesse nacional.
Praticaria unia injustiça e incorreria numa omissão se neste momento não reconhecesse, de modo expresso e formal, que para o êxito, para a boa ordem e elevação dos nossos trabalhos contribuiu de maneira decisiva a acção prestigiosa de V. Ex.ª ...

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... a sua energia, que não exclui a bondade, a sua bondade e o seu equilíbrio.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Eu mio tenho mandato para interpretar os sentimentos desta Assembleia; mas suponho traduzi-los com exactidão apresentando a V. Ex.ª, Sr. Presidente, o testemunho da nossa consideração pelas suas eminentes qualidades e talentos.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas esta homenagem ficaria diminuída e não corresponderia à nossa intenção se eu não viesse apresentar a V. Ex.ª o nosso respeito e o nosso carinho.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Mário de Figueiredo: - Sr. Presidente: constitucionalmente é hoje a última sessão da legislatura normal.
Isso não significa, porém, que hoje acabe o mandato dos Deputados que compõem esta Assembleia, nem significa que depois desta não possa ainda haver outra sessão em, que terão de colaborar os actuais Deputados.
É, portanto, possível que não seja este o último dia em que tenhamos a honra de ser presididos por V. Ex.ª Se for, eu, dado o modo (pude verificá-lo e todos pudemos verificá-lo), dado o modo, repito, como V. Ex.ª soube conduzir os trabalhos da Assembleia, desejaria que na nova legislatura V. Ex.ª se encontrasse - estivessem aqui ou não estivessem os actuais Deputados, estivesse aqui ou não estivesse este servidor de VV. Ex.ªs e do Estado Novo - a dirigir os trabalhos desta Assembleia.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Tinha muito que dizer, porque acompanhei com a mais aturada atenção os trabalhos desta Assembleia; com mais do que atenção, porque foi mesmo com afecto por todos os meus camaradas, com simpática camaradagem, impregnada do bocado de rapazismo que me agrada sempre pôr na convivência das pessoas com quem gosto de conviver.
Mas não quero, Sr. Presidente, voltar ao que já fizeram os oradores que me precederam: voltar a referir o conjunto das qualidades de V. Ex.ª
Não sei se V. Ex.ª acha que todos nesta Casa foram disciplinados à voz de V. Ex.ª e à sua campainha.
Eu tenho a consciência de que nunca deixei de obedecer, mesmo quando V. Ex.ª, guiado pelos ditames da função e sem consideração de pessoas nem de situações, algumas vezes, não direi me retirou, mas me suspendeu a palavra.
Se refiro o facto, Sr. Presidente, ó só porque entendo marear ele o espírito de perfeita independência, o espirito de perfeita e igual justiça com que V. Ex.ª sempre procedeu, na alta posição em que está colocado, para bem de todos nós e para bem do País.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

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