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600 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 166

atingido a seguir a última guerra e no conjunto representa, uma baixa de 16$ por garrafa de vinho do Porto, valor já apreciável e que certamente virá a reflectir-se no alimento do consumo.
A nossa participação na Associação Europeia do Comércio Livre, de que o Reino Unido também faz parte, e as sólidas e tradicionais relações de amizade com a nossa velha aliada muito devem ter contribuído para lista redução de direitos, que, embora extensiva a vinhos generosos de outros países, não deixou de constituir uma vitória diplomática do nosso Governo, como referiu o chanceler do Tesouro na Câmara dos Comuns, ao declarar que tal concessão era feita a podido do Governo Português.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Cabe aqui uma palavra de agradecimento e louvor no ilustre Secretário de Estado do Comércio, Dr. Correia de Oliveira, que assim viu coroados de êxito os seus esforços exaustivos em benefício do nosso comércio exportador, designadamente em relação ao sector do vinho do Porto, que tanto interesse lhe merece, como o demonstrou recentemente na sua visita ao Instituto do Vinho do Porto e a Casa do Douro.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Nesta foram apreciados localmente problemas da lavoura duriense e naquele expôs ao País. em notável discurso, os problemas relacionados com o fomento das exportações, ao dar posse à nova direcção daquele organismo de coordenação económica, de que é presidente o nosso ilustre colega Eng.º Brito e Cunha, de cuja inteligência, iniciativa e qualidades de trabalho muito têm a esperar os sectores ligados ao vinho do Porto.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: -E ao falar na redução de direitos ingleses sobre a importarão do vinho do Porto não devemos esquecer o ilustre Ministro dos Negócios Estrangeiros, Doutor Marcello Mathias. a quem este problema, do maior interesse para a economia nacional, deve ter merecido a melhor atenção na sua recente visita a Londres, a convite do Governo Inglês.
Não se tenha. no entanto, a ilusão de que esta baixa de direitos possa, vir a resolver só por si o problema da exportação do vinho do Porto. Para o solucionar e indispensável que esta e todas as outras oportunidades sejam bem aproveitadas e acompanhadas, não só naquele mercado como nos outros, por um aumento da pressão do comércio exportador, pela melhoria da nossa estratégia comercial e por uma propaganda activa e variada, pelo ouvido, pela vista o pelo paladar, aproveitando as melhores oportunidades para tornar conhecido e lembrado este produto, propaganda que: seja inteligentemente conduzida e na qual colaborem, com o forte desejo do obter os melhores resultados, o Fundo de Fomento de Exportação e o Grémio dos Exportadores de Vinho do Porto.
Portugal poderá vir a ocupar dentro du zona dos Sete, se robustecer a organização e cooperação interna, uma posição excepcional como fornecedor de vinhos.
Precisamos de ir ao encontro dos compradores, estudar as suas tendências e preferências, para nos adaptarmos em qualidade, apresentação e preço às suas exigências.

O Sr. Águedo de Oliveira: - As premissas em que assenta a solução dos problemas do vinho do Porto são, há largo tempo, conhecidas. Os tipos caros, carregados e
untuosos foram batidos no mercado internacional pelos vinhos generosos, secos e mais baratos ...
Assim, a evolução prestada no gosto, a orientação nova dada ao consumo, pareço que é assunto já devidamente arrumado, e há muito que não devia haver hesitações sobre a orientação a dar à prática.

O Orador: -Agradeço o estou de acordo com V. Exa. mas há necessidade em prosseguir e alargar a orientação nesse sentido, como corajosamente o tem reconhecido o Sr. Secretário de Estado do Comércio nas suas declarações públicas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:-Temos de conseguir quo o diálogo entre o exportador e o importador só realizo sempre com oportunidade e nas melhores condições, para quo resulte um êxito para ambos.
Parece ter chegado o momento em que novos horizontes se abrem à expansão comercial do vinho do Porto. que, apesar da crise que atravessa, ainda hoje ocupa um lugar de real relevo na nossa balança comercial.
Da sua expansão muito terá a beneficiar no conjunto a economia vinícola nacional e, especialmente, o comércio exportador de Vila Nova de Gaia e os sacrificados e laboriosos lavradores do Douro.
Sr. Presidente o Srs. Deputados: os direitos aduaneiros ingleses sobre a importação do vinho do Porto foram reduzidos.
E preciso que u propaganda bem orientada e bem articulada com a acção comercial, aliada a uma boa organização das empresas exportadoras, saiba aproveitar todas as facilidades e preferências e faca o resto.
Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem !
O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Alberto de Araújo: - Sr. Presidente: quero apenas associar-me às palavras do Sr. Deputado Virgílio Cruz. palavras que S. Exa. acaba de proferir sobre a redução de direitos de que vai beneficiar o vinho do Porto na Inglaterra. É evidente que essa redução só aplica também a um dos mais afamados vinhos portugueses: o vinho da Madeira.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador:- É-me sempre muito grato constatar que quando em Portugal se desenha qualquer medida ou orientação no sentido de proteger os vinhos do Porto não se esquecem os vinhos da Madeira, de valor tradicional também.
Muito me congratulo com as palavras do Sr. Deputado Virgílio Cruz, porque a recente modificação do direitos representa a continuação dos esforços que há muito tempo vêm sendo desenvolvidos na Inglaterra no sentido de serem diminuídos os direitos aduaneiros sobre vinhos generosos, esforços que vêm sobretudo desde que foi embaixador em Londres o Sr. Dr. Pedro Teotónio Pereira.
Quero ainda afirmar a absoluta confiança no trabalho do Fundo de Fomento de Exportação, que vem agindo no sentido de desenvolver uma propaganda eficiente dos vinhos do Porto e da Madeira naquele país, actividade que tão proveitosa tem sido para as nossas perspectivas de exportação de vinhos generosos para Inglaterra, país que anda agora associado connosco na Associação Europeia do Comércio Livre.
Reafirmo os meus sentimentos de reconhecimento pelos benefícios quo vão ser assegurados a uma das