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952 I SÉRIE-NÚMERO 28

beterraba sacarina, algodão e soja, culturas que podem reduzir drasticamente o déficit da balança comercial e incrementar o desenvolvimento agrícola, pecuário e industrial.
Irrigar e condição indispensável para produzir mais leite e outros produtos essenciais para a alimentação do nosso povo, de que estamos tão carenciados e que importamos em tão grande quantidade.
Os trabalhadores alentejanos estão certos de que muitas outras culturas devem ser desenvolvidas ou introduzidas nas áreas de regadio, como, por exemplo, as hortícolas. Se isto for feito, poder-se-á abastecer os mercados dos grandes centros urbanos, e assim a Reforma Agrária passará a beneficiar um maior número de portugueses.
Para isso, apelamos nós, trabalhadores agrícolas alentejanos, para que se mobilizem todas as forças interessadas no desenvolvimento agro-industrial do Alentejo e, num esforço conjunto, lutemos ombro com ombro para que a construção da barragem de Alqueva possa ser uma realidade.

Vozes do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E daqui, da bancada do Partido Comunista Português na Assembleia da República, saudamos os representantes do povo alentejano na Assembleia Distrital de Beja, que se têm dedicado abnegadamente e feito esforços para que as obras de Alqueva não paralisem e a barragem seja construída, como é aspiração do nosso povo.

Aplausos do PCP.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Além dos benefícios para a agricultura, a barragem de Alqueva também beneficiará outros sectores económicos e sociais, nomeadamente o abastecimento de água das populações, não só de todo o Alentejo, mas iam bem do Algarve. E a produção de energia eléctrica, embora possa ser considerada como um subproduto, não deve ser esquecida, principalmente tendo em vista o conjunto do empreendimento.
Parar o Alqueva significa praticar um crime contra a economia nacional e os interesses do povo português.
Ou os técnicos designados pelo Governo para repensar as obras do Alqueva vão primeiro tentar saber quanto custa o desemprego, quanto custa a fertilidade dos solos, quanto custa a independência nacional posta em causa, entre outros motivos, pelo déficit externo?

Uma voz do PCP: - Muito bem!

O Orador: - E àqueles que lutam contra a construção desta barragem a pretexto do seu impacte no meio ambiente, nós, trabalhadores das UCP e cooperativas, perguntamos: preocuparam-se esses senhores alguma vez com a degradação do ambiente por força da desertificação do Alentejo ou da degradação das condições de vida dos Alentejanos?

O Sr. Vítor Louro (PCP): - Muito bem!

O Orador: - É o que atrás fica dito que os trabalhadores agrícolas das UCP e cooperativas discutem nas reuniões e plenários. Será por tanto desejarmos que a barragem de Alqueva seja construída, será por tanto lutarmos para que o Alentejo deixe de ser terra ressequida e escaldante, que os senhores do MAP nos querem colocar a todos no desemprego?
Ou será por nós termos a ousadia de abolir a exploração do homem pelo homem em grande parte do Alentejo?

Uma voz do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Uma coisa, porém, e certa: o desenvolvimento de todo o Alentejo só pode ser obra dos trabalhadores e tem de ser feito para seu beneficio e de todo o Pais.

Uma voz do PCP: - Muito bem!

O Orador: - Os que estão contra a construção da barragem de Alqueva são contra o desenvolvimento, são contra o progresso, sonham com um passado de fome, de desemprego, de miséria.
Nós lutamos por um futuro melhor. Lutamos pelo direito ao trabalho, pelo fim da exploração, por uma profunda e radical transformação da agricultura de forma a beneficiar todo o povo português.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, igualmente para uma declaração política, o Sr. Deputado Ferreira Lima.

O Sr. Ferreira Lima (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: A dinamização do sector empresarial do Estado é fundamental para a recuperação económica nacional. Sem preconceitos, e necessário agir nesse sentido, sem criar distorções significativas entre empresas situadas em diferentes sectores de propriedade social.
Por isso se criaram, durante o l Governo Constitucional, em paralelo com a figura dos "contratos de viabilização" para as empresas privadas, os "acordos de saneamento económico-financeiro" para as empresas públicas.
Durante o 11 Governo Constitucional deu-se um forte impulso neste domínio, sem demagogia, com pragmatismo, com a consciência de que, quando não fosse possível encontrar desde logo a solução óptima, havia que criar bases para evitar o agravamento das situações de crise.
Para isso era obviamente necessário um diagnóstico correcto das dificuldades de cada empresa, sem cair em raciocínios mais ou menos primários e em declarações demagógicas, preferindo-se a serena análise e exposição dos verdadeiros problemas dessas empresas.
A sistemática tentativa que tem sido feita pelo IV Governo Constitucional, pelos mais diversos canais da comunicação social, particularmente em entrevistas a órgãos de importante expansão e audiência, de dar das empresas públicas uma imagem de degradação motivada por generalizada má gestão e mau comportamento dos trabalhadores tem provocado a maior preocupação quanto ao exacto conhecimento que o IV Governo Constitucional tem das situações e quanto à imagem que pretende dar junto da opi-

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