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12 DE JULHO DE 1983 721

possível. E aqui incluo, como é óbvio, o antigo Paço Episcopal e outros monumentos que infelizmente estão à mercê da degradação e que inexoravelmente serão perdidos se não se lhes deitar a mão o mais rapidamente possível.

Aplausos de alguns deputados do PS.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Marília Raimundo, há mais um orador inscrito. Pretende responder já ou no fim?

A Sr.ª Marília Raimundo (PSD): - Respondo no fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Vilhena de Carvalho.

O Sr. Vilhena de Carvalho (ASDI): - Sr.ª Deputada Marília Raimundo, é com muito prazer que a felicito pela sua brilhante intervenção trazida a esta Câmara.
Começo por salientar, o que não é da minha parte motivo de estranheza, a belíssima peça literária que de facto constitui a sua intervenção e naturalmente nunca é de mais dar a conhecer o que de valioso há em cada uma das regiões de onde cada um de nós é originário. E, como originário do distrito da Guarda, eu senti-me particularmente feliz por ver enaltecidas as qualidades das gentes do nosso distrito e, para além disso, o de trazer aqui à lembrança o património valioso que no distrito da Guarda se contém, de modo que as muitas felicitações são naturalmente devidas.
Em todo o caso, gostaria de, para além desta palavra de felicitações pelo tipo de intervenção que aqui produziu, fazer-lhe algumas observações e pedir a sua opinião e a sua disponibilidade para, um pouco mais alargadaramente, se trabalhar em favor de um distrito que tem sido objecto de tantos desfavores da parte da classe política.
V. Ex.ª afirmou, e muito bem, citando Miguel Torga que «naquelas terras existe uma obstinação de caruncho». De facto assim é. As pessoas obstinam-se num trabalho contínuo, dão permanentemente voz por Portugal - esta é até uma expressão histórica -, mas, servindo-me também do mesmo autor, lembrar-lhe-ia que é o próprio Miguel Torga que diz que «naquele distrito a vida parou a fazer meia».

Vozes da ASDI: - Muito bem!

O Orador: - Isto significa que os poderes públicos não têm sabido compreender o espírito altamente patriótico daquelas gentes. Seria bom frisar que, sendo verdade, como foi dito, que o distrito da Guarda tem dado grandes letrados, também é verdade, e com mágoa o digo, que, nomeadamente nos tempos das ditaduras que nos procederam, deu muitos políticos que nada fizeram pelo nosso distrito.

Uma voz do PS: - Muito bem!

O Orador: - É altura de reparar essas injustiças, é altura de efectivamente se pagar o tributo que se deve à interioridade do nosso distrito. Se é um distrito de boa gente, de gente trabalhadora, de gente que constituiu um repositório de grandes qualidades morais do nosso país, não podemos deixar que toda essa gente continue a viver aos níveis de baixo desenvolvimento, para não dizer de quase nulo desenvolvimento, como acontece.
Naturalmente que não foi preocupação da Sr.ª Deputada fazer considerações de natureza económica a que eu pretendia fazer algumas observações. Mas porque a sua intervenção se ateve sobretudo aos aspectos de natureza cultural e muito no sentido da preservação e protecção do património cultural extraordinariamente rico do nosso distrito, perguntar-lhe-ia, em relação a pontos concretos da sua intervenção -e para terminar, visto que não disponho de mais tempo-, qual seria a sua disponibilidade em contribuir para que alguns centros históricos que referiu e outros que omitiu, como por exemplo a judiaria no concelho de Pinhal fossem, a curto prazo, objecto de iniciativas nesta Assembleia.
O Sr. Deputado Abílio Curto já se referiu, por exemplo, ao Centro Histórico da Guarda e lamentou que poderes públicos não andem para a frente com os respectivos projectos. Eu iria um pouco mais longe e diria que seria de congregar esforços e, nesta Assembleia, avançarmos com iniciativas legislativas no sentido de obrigar o Governo àquilo que fosse a vontade e a deliberação desta Assembleia quanto à preservação dos diversos centros históricos que existem no distrito da Guarda, nomeadamente e muito em concreto, do Centro Histórico do distrito da Guarda e o dá judiaria no concelho de Pinhel.

Aplausos da ASDI, do PS e ao PSD.

O Sr. Veiga de Oliveira (PCP): - Viva a Guarda!

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada Amélia de Azevedo pediu há pouco a palavra. Pode dizer-me para que efeito?

A Sr.ª Amélia de Azevedo (PSD): - Sr. Presidente, em primeiro lugar era para também, na qualidade de deputada do Partido Social-Democrata e pelas raízes que me ligam ao distrito da Guarda, me congratular vivamente pela intervenção brilhante da Sr.ª Deputada Marília Raimundo e, ao mesmo tempo, para pedir um esclarecimento ao Sr. Deputado Abílio Curto.
Quanto à afirmação feita pelo Sr. Deputado Abílio Curto de que os monitores fazem a educação básica de adultos como no antigamente, desejaria que o Sr. Deputado explicitasse melhor o seu pensamento, uma vez que tenho vindo a preocupar-me, de há longo tempo, pelo problema da educação básica de adultos.
Era esse o pedido que eu formulava no sentido de poder fazer um juízo acerca dessa mesma afirmação.

O Sr. Presidente: - A Sr.ª Deputada vai djisculpar-me, mas presumo que não devia usar da palavra nos termos em que a usou. Ê que V. Ex.ª está a pedir um esclarecimento relativamente a um pedido de esclarecimento já feito. Se entramos nesse caminho, embrulhamo-nos nestas situações pelo que presumo não ser correcto, pelo menos regimentalmente, o pedido de palavra que formulou.

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