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5126 I SÉRIE - NÚMERO 105

penso que a apologia intransigente e intolerante da tolerância é a pior das intolerâncias.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder à defesa da honra exercida pelo Sr. Deputado Silva Marques e depois aos pedidos de esclarecimento, se assim o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Adriano Moreira.

O Sr. Adriano Moreira (CDS): - Dada a hora, se o Sr. Presidente mo permitir, respondo a tudo de uma só vez.
Fm primeiro lugar, Sr. Deputado Silva Marques, ninguém tocou na sua honorabilidade, na sua honra ou no seu passado. A única coisa que não admito nem nunca admitirei é que, em relação aos professores e à atitude que tomam, se use a palavra «chantagem».

O Sr. Silva Marques (PSD): - Expliquei esse ponto, Si. Deputado!

C) Orador: - Palavra que V. Ex.ª usou e que não admito, porque não é nem uma linguagem parlamentar nem universitária. Só me referi a isso, mas se dela V. Ex.ª tira toda essa dedução, sobre o seu passado e a sua honorabilidade, devo dizer-lhe que me surpreende, pois não me supunha tão «inspirador»!... Mias, não é a primeira pessoa que usa a expressão referindo-se a professores universitários e, certamente, Ex.ª e o primeiro a concordar que não posso admiti-la como aplicável aos professores universitários ... Por muito que lhe pareça a si que deva usá-la, não posso admiti-la! É disso que se trata, os ofendidos somos nós, e, por consequência, nós é que devemos pedir a palavra para defesa da honra e consideração do corpo de professores que, nessa memorável noite sofreu aqui a sua primeira humilhação por inicial a do PSD, porque era um projecto do actual Presidente da Assembleia que estava em discussão. De modo que fica V. Ex.ª tranquilo porque ninguém tentou, desta bancada e com as minhas palavras, tocar na sua honorabilidade, que todos respeitamos.
Em relação ao Sr. Deputado Carlos Encarnação, queria dizer-lhe o seguinte: o Sr. Ministro da Educação declarou ao país que nada tem a ver com esta questão. De maneira que, quando V. Ex.ª se preocupa com o facto de estes comentários poderem atingir os projectos, a acção de intervenção, do único ministro deste Governo que apresentou um projecto que emocionou o País, V. Ex.ª está extremamente enganado, porque ele próprio foi à televisão dizer ao povo português que não era nada com ele e que também esperava ser informado. Ele não teve a menor intervenção neste acontecimento.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Muito bem!

O Orador: - Isto é que é fazer justiça, isto é que e respeitar os factos e tratar os assuntos com o respeito que os factos merecem. O Sr. Ministro da Educação não teve em tudo isto a menor intervenção.
Portanto, o que acontece é que num processo que diz respeito ao futuro, à estabilidade emocional da juventude que este ano quer entrar na universidade, o seu ministro responsável vê a sua acção afectada por uma acção de que ele não tem conhecimento, em que não intervém nem é responsável. Isto não é coisa que se possa aplaudir, suponho eu, e o Sr. Deputado concordará comigo.
Por consequência, não é o ministro da Educação que está em causa mas, sim, o processo geral da Administração, que, pelo seu desencontro de linhas, levou a este resultado, que nenhum de nós deseja, mas que é dolorosíssimo e que, portanto, todos queremos ver remediado. Está nas mãos do Governo remediá-lo antes do próximo dia das novas provas na universidade, assim como também está nas mãos da universidade fazê-lo, independentemente da renúncia à greve. Porém, tenho dúvidas de que a universidade o faça e V. Ex.ª, certamente, já percebeu como é que ela poderia fazê-lo e não o quer fazer.
Este problema interessa a todos s tem de ser resolvido. E não é o facto de haver outras gerações que foram sacrificadas com reformas que não deram os melhores resultados - estou a lembrar-me da reforma pombalina...

O Sr. Silva Marques (PSD): - Houve outras reformas. Houve outras bastante mais recentes, Sr. Deputado!

O Orador: - ... - que nos dispensa de olhar para os que estão vivos, para as «dores» que eles sofrem e para os objectivos que temos de lhes proporcionar. É isso que nos absolve! A comparação com esse passado só deve servir para inspirar reformas mais úteis, mais eficazes, não para desculpar os erros e as omissões do presente, e penso que estamos também de acordo.
Por outro lado, desejava dizer que agradeço muito o facto de o Sr. Deputado Carlos Encarnação estar habituado a achar que são muito bem fundamentais as minhas intervenções. Vou dar-lhe uma informação: esta também é. Esta também é e é por ser profissional, que sou, por ser pai, que sou, e é por completa dedicação aos estudantes com quem passo a vida, que estou a dizer-lhe isto, que diz respeito ao interesse nacional de uma maneira profunda, inegável e inadiável.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Dá-me licença que o interrompa, Sr. Deputado?

O Orador: - Tenha a bondade

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - V. Ex.ª admite, com certeza, que há comunhão de razões da nossa parte.

O Orador: - E há.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Comunhão de razões e coincidência.

O Orador: - Com certeza, Sr. Deputado. Penso que esta conversa não pode ser mais construtiva.
Finalmente, responderei ao Sr. Deputado António Barreto, que sabe melhor do que eu os anseios da nova geração, porque lhe pertence e que eu apenas vi crescer. Portanto, sou responsável pelo que ela é, não sou já tão responsável por aquilo que será - isso já lhe pertence -, mas quero estar até ao fim, com «as mãos na massa», enquanto me deixarem.

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