O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2356 I SÉRIE -NÚMERO 70

O Sr. Silva Marques (PSD): - Sr.ª Deputada Leonor Coutinho, uma personagem de Os Maias, de Eça de Queirós, dizia que o País mio existia fora de Lisboa, que nada existia, e que mesmo Lisboa ficava entre a Arcada e São Bento.

ra, gostaria de saber qual foi a motivação de fundo que levou o Partido Socialista a agendar no Plenário da Assembleia da República, órgão de soberania por excelência do Estado democrático e de Portugal, este tema "A Ponte 25 de Abril e a problemática do atravessamento do rio Tejo e das infra-estruturas regionais envolventes".
Por que é que os senhores não agendaram a questão da auto-estrada Lisboa-Porto, que começou há 40 anos e que foi este Governo que lhe introduziu um ritmo novo?
Por que é que os senhores não agendaram o estado da construção dos itinerários complementares e transversais que ligam o litoral ao interior?
Por que é que os senhores não agendaram estas questões fundamentais em relação a outras cidades que também existem, mas que ficam fora da Arcada e de São Bento, que se chamam Leiria, Viseu, Covilhã, Castelo Branco, Portalegre, enfim que fazem parte do resto do País?

A Sr.ª Edite Estrela (PS):-E Bragança?

O Orador: - Qual a razão profunda de tudo isto? Os senhores tiveram apenas como intenção vir aqui prestar ajuda ao Dr. Jorge Sampaio, que, segundo a própria versão de um jornal insuspeito de ontem, O Diário de Lisboa, "após 100 dias passou o teste, mas sem brilhantismo e com feridas"? Portanto, tratou-se de uma ajuda, ao fim de 100 dias e com algumas feridas, ao Dr. Jorge Sampaio ou foi, pura e simplesmente, uma estrita, irremediável e sem cura visão lisboeta do País?

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr.ª Deputada Leonor Coutinho, havendo mais oradores inscritos para pedidos de esclarecimento, V. Ex.ª deseja responder já ou no fim?

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - No fim, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Então, tem a palavra o Sr. Deputado Cardoso Ferreira.

O Sr. Cardoso Ferreira (PSD): - Sinceramente, Sr.ª Deputada, esperávamos mais da sua intervenção! Tal como disse o meu colega, Sr. Deputado Silva Marques, a circunstância de se ter agendado um tema destes para a Assembleia da República exigia, naturalmente, que V. Ex.ª e o seu partido tivessem trazido aqui algo mais do que uma série de lugares-comuns, que todos nós conhecemos.
O comboio é extremamente importante, o alargamento do tabuleiro rodoviário da ponte é fundamental, o trânsito processa-se com dificuldade, mas, como a Sr.ª Deputada sabe, pois é uma técnica nesta matéria, essas questões não se tiram, pura e simplesmente, da cartola. Quem está na oposição, como V. Ex.ª, tem a facilidade de vir aqui falar nesses termos, pois as situações apresentam-se de uma forma corripletamente diferente, são bem mais fáceis. Simplesmente, para aqueles que tem de governar, as questões tornam-se mais difíceis, pois tom de encontrar soluções, nomeadamente do ponto de vista técnico.
Portanto, é, de alguma forma, demagógico vir aqui agitar esta questão conhecendo-se a complexidade que envolve todos estes problemas!
Ficou-nos a sensação de que o que o Partido Socialista veio aqui fazer foi, de alguma forma, proporcionar ao Dr. Jorge Sampaio, ao presidente da Câmara de Lisboa, uma desculpa pelo estado caótico das vias de circulação e do funcionamento do trânsito.

O Sr. Eduardo Pereira (PS): - Outra vez?

O Orador: - Se realmente foi essa a ideia, devo dizer-lhe que esse é um assunto da Assembleia Municipal de Lisboa. Como tal o PS não o deveria ter trazido aqui!
Conhecemos as circunstâncias difíceis em que o seu líder de partido está a gerir a Câmara de Lisboa. No entanto, não venham, Srs. Deputados do PS, agendar um debate destes com a preocupação de atirar as culpas para este Governo, que não tem nada a ver com isso. As culpas suo do presidente da Câmara de Lisboa e da sua gestão, que já tem cinco meses.

Aplausos do PSD. Protestos do PS.

O Sr. Silva Marques (PSD): - Era bem melhor tapar os buracos que há por este País fora!

Vozes do PS: - Buracos tem o seu partido!

O Sr. Presidente: - Para responder, se assim o desejar, tem a palavra a Sr.º Deputada Leonor Coutinho.

A Sr.ª Leonor Coutinho (PS): - Srs. Deputados do PSD, os pedidos de esclarecimento que formularam provam que não tem nada a dizer sobre o assunto em questão.
O Partido Socialista tem o dever de fiscalizar a acção do Governo e a verdade é que na região da Grande Lisboa vive um quarto da população portuguesa! Não somos obrigados a agendar para discussão as asneiras do traçado da IPS, que foi feito à custa dos dinheiros europeus.

Aplausos do PS.

Sc há lugares-comuns não deixa de haver boas e más soluções. É pena que vocês só escolham as más!

Aplausos do PS.

Vozes do PSD: - Isto é que é uma resposta? Isto é uma vergonha!

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Amaral.

O Sr. João Amaral (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: Há um facto que podemos constatar que constitui uma premissa básica deste debate: vive-se mal na área da Grande Lisboa. A qualidade de vida da grande maioria da população degrada-se. Os transportes são um bloqueio diário nas deslocações para o local de trabalho e para a escola; há quem demore duas horas em cada deslocação, somando quatro horas diárias, o que dá a conta desesperante de meia hora de transportes por cada hora de trabalho!

Páginas Relacionadas
Página 2353:
4 DE MAIO DE 1990 2353 António Manuel de Oliveira Guterres. António Miguel de Mo
Pág.Página 2353
Página 2354:
2354 I SÉRIE-NÚMERO 70 O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, em resposta ao seu colega
Pág.Página 2354
Página 2362:
2362 I SÉRIE - NÚMERO 70 margem norte e também os centros fortemente de concentração
Pág.Página 2362
Página 2363:
4 DE MAIO DE 1990 2363 O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, está reaberta a sessão.
Pág.Página 2363
Página 2371:
4 DE MAIO DE 1990 2371 designadamente, com a construção da ponte sobre o Tejo, que p
Pág.Página 2371
Página 2372:
2372 I SÉRIE -NÚMERO 70 O Sr. João Corregedor da Fonseca (Indep:): - Peço a palavra
Pág.Página 2372
Página 2382:
2382 I SÉRIE -NÚMERO 70 O Sr. Eduardo Pereira (PS): - V. Ex.ª não falou da ponte!
Pág.Página 2382
Página 2383:
4 DE MAIO DE 1990 2383 O Sr. António Mota (PCP):-Para fazer uma interpelação à Mesa,
Pág.Página 2383
Página 2384:
2384 I SÉRIE - NÚMERO 70 A Sr.ª Elisa Damião (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados
Pág.Página 2384
Página 2385:
4 DE MAIO DE 1990 2385 Em relação ao voto n.º 148/V. apresentado pelo PS, de saudação
Pág.Página 2385
Página 2386:
2386 I SÉRIE - NÚMERO 70 trabalhos, através de alguns dos deputados que a integram
Pág.Página 2386
Página 2387:
4 DE MAIO DE 1990 2387 bispo resignatário anglicano de Nova Iorque, Paul Moore, e um
Pág.Página 2387