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31 DE OUTUBRO DE 1990 161

de ideias, criticam-se as dos outros; têm dúvidas e então, por via das dúvidas que têm, os socialistas optam por criticar quem decide, ultrapassando hesitações de anos.
Entre outras atitudes, o Partido Socialista decidiu pôr em causa os técnicos e a administração do Metropolitano de Lisboa, em cuja proposta integral se baseou a decisão do Governo de aumentar a rede do metropolitano até ao Cais do Sodré, à Pontinha e ao Rato.
Confessamos alguma perplexidade para perceber o que é que o Partido Socialista quer será que para o Partido Socialista é discutível que o metropolitano deva chegar ao Cais do Sodré? É discutível que o "metro" deva chegar ao Rato? É discutível que o "metro" deva chegar à Pontinha? É discutível que estes prolongamentos devam ser seguidos de outros, o mais rapidamente possível? É discutível terem os técnicos da empresa pública do Metropolitano de Lisboa toda a capacidade técnica e os conhecimentos adequados para optarem pela melhor solução?
Pondo a questão de outra maneira: o Partido Socialista vem exigir ao Governo o impossível, isto é, que não se preocupe com todos aqueles que permanecem horas perdidas em bichas para chegar ao emprego e regressar a casa, enquanto se discute "o sexo dos anjos", ou a competência de técnicos capazes? Curiosamente pretende, como alternativa à solução aprovada pelo Metropolitano de Lisboa e pelo Governo para expansão da rede, uma hipótese técnica já estudada e afastada pela própria Administração do Metropolitano de Lisboa!...

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Raramente o Partido Socialista permitiu, de modo tão nítido, aos portugueses e, em particular, aos lisboetas, distinguirem tão claramente o PS do PSD. É que não há outra conclusão a tirar desta vergonha de vir criticar a expansão do metropolitano! Para o Partido Socialista, governar é um exercício de estilo, é um mero discurso sobre ideias mais ou menos assentes. O Partido Socialista enche o Paus com opiniões sobre todas as ideias -as dos outros, que próprias vai tendo poucas -, mas nunca nos diz como faria se tivesse poder para tal.

Aplausos do PSD.

Para o PSD, governar é decidir, resolver os problemas, é não adiar o progresso e o desenvolvimento económico, social e cultural do País!
A "aristocracia" do Partido Socialista procura sempre o perfeito, o utópico, o que seria bonito se fosse feito, só que nunca decide nada!...
Com o Partido Socialista, tudo é muito pensado e estudado, mas nada é feito!
O Partido Social-Democrata tem de governar o País; não pode dar-se ao luxo de excessos de indecisão; tem de ser responsável no planeamento e rápido a decidir e a executar!
O Governo, ao decidir fazer a expansão do metropolitano, não se preocupou com cálculos partidários de saber se a expansão do "metro" favorecia ou não p PS, o PCP, o CDS ou o PSD, nem cuidou das simpatias partidárias das administrações das empresas públicas envolvidas; antes confiou e responsabilizou, tomou a decisão que favorece os cidadãos, e isso basta!

Vozes do PSD:-Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Resta agora saber se o Partido Socialista (perdão, a Câmara Municipal de Lisboa...), por mero cálculo eleitoral, vai impedir o Governo de fazer a expansão do metropolitano até ao Rato, até à Pontinha e até ao Cais do Sodré, não autorizando as obras.

O Sr. Arménio Santos (PSD):-Capazes disso são eles!...

O Orador:-Está tudo na mão do Presidente da Câmara de Lisboa: se o Dr. Jorge Sampaio não tiver mais uma indecisão e autorizar desta feita as obras, o Governo faz a expansão da rede do metropolitano; sem a sua autorização não há expansão do metropolitano, por responsabilidade da Câmara de Lisboa!
Vale a pena percebermos o seguinte: o Partido Socialista, desde que chegou à Câmara de Lisboa, reclama que a Administração Central lhe deve cerca de 40 milhões de contos, pretendendo, com tal atitude, justificar a sua incompetência e indecisão em resolver os graves problemas da cidade de Lisboa; mas o Governo age de outro modo! Não atribui culpas, investe para obter resultados e só na expansão da rede do metropolitano quer investir mais de 88 milhões de contos em Lisboa.
O que quer a Câmara de Lisboa? Receber 40 milhões de contos, que, sem razão, imagina que lhe são devidos, e mais 88 milhões de contos com a expansão do metropolitano, quando, no conjunto dos transportes públicos urbanos ao longo do País, a Câmara de Lisboa já é privilegiada excepção, pois é a única que beneficia de investimentos deste nível em matéria de transportes urbanos? Ou será que a Câmara de Lisboa não quer melhores transportes e só quer mais dinheiro para criar mais comissões ou contratar mais assessores?...

Aplausos do PSD.

O Partido Socialista não é capaz, logo, reclama! Se está na junta de freguesia, as culpas são da Câmara; quando chega à Câmara, as culpas são do Governo; se chegasse ao Governo, as culpas seriam, provavelmente, do mundo e da má sorte, da conjuntura externa ou das "vacas magras"!...

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Para o Partido Socialista, o PSD, quando estuda, é demorado; o PSD, quando decide, é precipitado; o PSD, quando poupa, adia o progresso; o PSD, quando depois de poupar faz obras, é eleitoralista.
Pois é, este problema, sabemos todos nós, não se põe ao Partido Socialista, porque o Partido Socialista simplesmente não é! O Partido Socialista, durante a campanha eleitoral para a Câmara Municipal de Lisboa, fez várias promessas para o ano de 1990 e, no entanto, não é capaz de iniciar a construção do eixo fundamental (Norte-Sul) de acesso à ponte sobre o Tejo; não é capaz de iniciar as obras que lhe dizem respeito em relação à CRIL; não é capaz de iniciar a ligação do nó da Buraca à 2.1 circular, não é capaz de iniciar as obras do nó de Alcântara; não é capaz de fazer a ligação de dois troços na Avenida do Infante D. Henrique; não é capaz de melhorar o trânsito; não é capaz de melhorar o estacionamento; não é capaz de fazer o Livro Branco da Cidade de Lisboa- aliás, corrija-se!, foi capaz de fazer um despacho em que criava uma comissão para fazer um livro branco e outro despacho para extinguir a mesma comissão.

Aplausos do PSD.

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