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27 DE FEVEREIRO DE 1991 (1523)

que o humanismo que falta ao PSD, e acompanha o CDS, nesta constante lembrança. É o humanismo laico que sempre foi timbre do Partido Socialista, ao lado do humanismo cristão que anima a minha bancada.

Aplausos do PS.

Bem haja, Sr. Deputado Armando Vara, pela intervenção que aqui trouxe!

Aplausos do CDS e do PS.

O Sr. Rui Alvarez Carp (PSD): - Sr.ª Presidente, peço a palavra para defesa da consideração da minha bancada, face às declarações que o Sr. Deputado Narana Coissoró acaba de proferir.

A Sr.ª Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Rui Alvarez Carp (PSD): - Sr.ª Presidente, só posso interpretar o que o Sr. Deputado Narana Coissoró acaba de afirmar como de menor atenção por aquilo que aqui se passou ou por uma dificuldade de leitura de afirmações que o Sr. Primeiro-Ministro produziu, e muito bem, nas sua deslocações para verificar in loco os problemas, as questões e os assuntos que têm a ver com as populações.
Ou seja, este 6 um Governo em que o Sr. Primeiro--Ministro se desloca a qualquer parte e, dialogando com os trabalhadores ou com os empregadores ou tendo em conta os diversos interesses sociais e económicos, procura auscultar in loco - e não do Terreiro do Paço, como era frequente no passado que desejamos que não volte - quais são as soluções mais eficientes, dentro dos recursos disponíveis, face à nossa grande ambição e objectivo de colocar Portugal na primeira linha do desenvolvimento europeu.

Aplausos do PSD.

É que o Sr. Deputado Narana Coissoró colocou na boca do Sr. Primeiro-Ministro afirmações que ele não produziu, porque ele nunca atirou trabalhadores contra empresários nem empresários contra trabalhadores. Isso é uma difamação e lamento que o Sr. Deputado Narana Coissoró, mesmo duma forma caricatural, que se admite no discurso político, tenha ultrapassado os limites do admissível.
O que o Sr. Primeiro-Ministro fez, e muito bem, foi transmitir um recado aos investidores e aos empresários para que fizessem investimentos produtivos e não aplicações ociosas - a tal manifestação de novo-riquismo, que, essa sim, é um insulto àqueles que ainda vivem num grau de pobreza que o Primeiro-Ministro tem admitido existir e que, infelizmente, ainda temos e teremos.
E, já agora, aconselho o Sr. Deputado Narana Coissoró, assim como o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, a visitar os périplos, os lumpens das cidades onde existem governos da sua coloração e vejam as misérias, as degradações que existem. Visitem Roma, Madrid, Moscovo ou Bucareste e vejam o que lá se passa!

Aplausos do PSD.

Uma autêntica vergonha!
Quanto ao problema do 14.º mês, o Sr. Deputado acha pouco! Talvez para si seja pouco, mas para aqueles que beneficiam dessas novas e justas regalias, a nível social, é muito. E é também muito para os contribuintes que, quer sejam da Segurança Social quer sejam do regime tributário geral, no fundo, vão ter de financiar, através dos impostos, esses mesmos aumentos, que, repito, em termos de crescimento real não têm comparação desde o 25 de Abril e, portanto, Sr. Deputado - desculpe porque só ofende quem pode e não quem quer -, as suas afirmações só as posso classificar de infelizes e fora do nível das suas intervenções habituais.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente: - Para dar explicações, tem a palavra o Sr. Deputado Narana Coissoró.

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - Sr. Deputado Rui Alvarez Carp, em primeiro lugar, devo congratular-me porque, pela primeira vez, um deputado defende o Sr. Primeiro-Ministro, sendo certo que este, sempre que se trata de assuntos da Assembleia ou de qualquer deputado diz: «Não é nada comigo, é com a Assembleia, é com o Grupo Parlamentar do PSD!»
Assim, já não é a Assembleia que trata só dos assuntos da Assembleia e o Governo que trata só dos assuntos do Governo. Pela primeira vez, vejo que há um entroncamento, até na honra da pessoa do Primeiro-Ministro que é defendida por um deputado. Espero que, de futuro, pelo menos, o Sr. Primeiro-Ministro comece a tratar da honra dos deputados e também dos assuntos urgentes que aos deputados dizem respeito.

Risos do PSD.

Portanto, muitos parabéns por esta nova prática de um deputado defender a honra do Governo como este deve, também, prestigiar os trabalhos da Assembleia.
Em segundo lugar, devo dizer que o que se passa em Roma não tem nada a ver comigo mas, sim, com o governo da Itália.

Risos do PS.

Agradeço, contudo, que diga que os partidos da minha família, bem como os da família socialista, estão representados em governos de vários países da Europa, ao .contrário do PSD, que não tem representação em parte alguma a não ser aqui, em Lisboa, e, por isso, só pode dar os exemplos de Lisboa.

O Sr. Alberto Martins (PS): - E transitoriamente!

O Orador: - Sr. Deputado Rui Alvarez Carp, V. Ex.ª, que é uma pessoa culta e inteligente, acha que é argumento de defesa contra as acusações da existência de pobreza em Portugal dizer que também existe pobreza em Moscovo ou Bucareste?

O Sr. Rui Alvarez Carp (PSD): - Eu não disse isso!

O Orador: - Então, para que é que se serviu da exemplificação ridícula, dizendo que não vamos tratar dos assuntos da pobreza em Portugal porque também há pobreza em Bucareste ou em Roma?

Risos do PS

Só se for piada a Sua Santidade, mas o Papa não governa a cidade de Roma.

Risos do PS.

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