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3380 I SÉRIE-NÚMERO 97

O Sr. Presidente: - Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Sr. Deputado José Silva Marques, pedi a palavra para defesa da honra e consideração porque considero esta figura regimental perfeitamente ajustada na medida em que eu falei em alhos e o senhor respondeu com bugalhos...

O Sr. Narana Coissoró (CDS): - É o verbalismo!

O Orador: - Exactamente, é o verbalismo!
O Sr. Deputado percebeu o que está a ser discutido? É que não deu resposta... Aliás, até percebo isso, porque o Sr. Deputado não é especialista nesta matéria, não estão cá os deputados Rui Alvarez Carp ou Rui Machete, e encomendaram-lhe esta «história»... Porém, o senhor enrolou-se, digamos assim, no tal verbalismo que o Sr. Deputado Narana Coissoró referiu, e prestou um mau serviço, porque eu tratei este assunto com seriedade, e gostava que ele fosse, da parte do PSD, tratado da mesma forma.
Já agora deixo-lhe no ar estas duas questões, e faço-o porque há pouco o Sr. Deputado Cuido Rodrigues, na intervenção que fez, também, de algum modo, tentou pessoalizar determinada situação.
O Sr. Deputado acha que não é grave - não estou a afirmar coisa alguma - que, havendo fortes suspeitas de irregularidades, por exemplo, na primeira fase da privatização do BPA, estando a ela associado, aí sim, um distintíssimo dirigente do vosso partido, vice-presidente da comissão política - não estou a dizer que há alguma irregularidade -, que se esclareça esse problema perante a opinião pública e a Assembleia da República? O Sr. Deputado pensa que esse problema não tem qualquer importância, que e verbalismo, que é guerrilha parlamentar? O Sr. Deputado vai deixar que continuemos a pensar - não é o senhor, mas o Grupo Parlamentar do PSD - até ao fim, até às eleições, que eventualmente esse processo possa estar inquinado de um favoritismo partidário, uma vez que o Sr. Doutor Magalhães Pinto, que foi o congeminador do processo da primeira fase de privatização do BPA, ó o distintíssimo vice-presidente do vosso partido? Os senhores vão deixar que se mantenha esta suspeita sobre este processo? Não querem esclarecer isto?
Foi a propósito disto que me referi «aos golos marcados na própria baliza».

O Sr. Presidente: - Para dar explicações, se assim o entender, tem a palavra o Sr. Deputado José Silva Marques.

O Sr. José Silva Marques (PSD): - O Sr. Deputado Manuel dos Santos só confirma o que há pouco eu disse, ou seja, que os senhores desejam estar a repetir, permanentemente, as mesmas coisas.
O Sr. Deputado é um especialista na matéria, mas eu não sou. Desejou invocar esse aspecto, mas eu não o invoco em situações inversas. Tem uma concepção diferente do debate parlamentar «até das relações políticas. O senhor tem a sua concepção e eu tenho a minha. Se está muito satisfeito por dominar a matéria e pensar que eu a não domino, pois continue com a sua satisfação...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Não tem nada a ver com isso!

O Orador: - Foi o senhor que fez o remoque. Sc está arrependido,... e acho que deve estar... Mas devo dizer-lhe que continuo com a mesma descontracção. Portanto, uma vez que o remoque está esclarecido, Sr. Deputado, devo dizer que referi, precisamente em consequência disso, o facto de o Sr. Deputado ter falado, numa boa parte do seu discurso, da política de privatizações, quando o que está agenciado são as irregularidades. E foi sobre as irregularidades...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - A política de privatizações também está agendada. Leia o projecto!

O Orador: - Não, não está. Li tudo, nem tinha sentido a política estar agendada.

O Sr Manuel dos Santos (PS): - Leia o projecto de deliberação!

O Orador: - Ó Sr. Deputado, tem sentido a política estar agendada?! A política já foi discutida várias vezes, já sabemos que os senhores não estão de acordo com ela e que já sabem que nós também não estamos de acordo com a vossa posição, que, aliás, nem sabemos bem qual é. E o senhor acha que devíamos voltar a discutir isso, para os senhores voltarem a dizer que não estão de acordo com a nossa política e nós que não estamos de acordo com a vossa! Como vê, tenho razão.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - Leia o projecto de deliberação!

O Orador: - Ó Sr. Deputado, o projecto de deliberação solicita a vinda do Sr. Ministro a fim de prestar mais esclarecimentos sobre o processo de privatizações, nomeadamente...

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - «Nomeadamente», cá está!

O Orador: -... sobre as condições em que decorreram, e os factos que rodearam, as privatizações da Bonança e do BESCL.

O Sr. Manuel dos Santos (PS): - «Nomeadamente»!

O Orador: - Sr. Deputado, estou a discutir com o senhor, claramente, lealmente e de boa fé, se me permite!...
Portanto, não estamos de acordo com este projecto de deliberação porque não nos parece adequado nas condições em que os senhores o apresentam. Os senhores têm meios de fiscalização que ainda não utilizaram e que devem utilizar uma vez que é esse o desenvolvimento normal dos meios de fiscalização parlamentares.
Se, por acaso, se verificar uma situação gravosa do ponto de vista da obstrução do Governo à vossa fiscalização, apresentem uma iniciativa de censura, ou semelhante, e aí sim poderíamos considerar outro meio. Mas os senhores têm requerimentos para fazer, que ainda não fizeram - os senhores ainda não fizeram qualquer requerimento, embora os comunistas digam que sim - e podem chamar o Sr. Ministro à Comissão...

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Isso é mera manobra de diversão!

O Orador: - Não é manobra de diversão. Não é! Chamem o Sr. Ministro à Comissão, façam os vossos

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