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220 I SÉRIE - NÚMERO 10

Por outro lado, assistiu-se e continua a assistir-se a um significativo investimento no domínio do ensino superior politécnico, contando o actual Instituto Politécnico de Viseu com duas escolas, a Escola Superior de Educação e a Escola Superior de Tecnologia, além de cursos recentemente criados que constituem o embrião de uma escola superior agrária.
Deste modo, a formação neste Instituto encontra-se hoje diversificada, com cursos virados para as necessidades da infra-estrutura económica regional, em áreas como a gestão, a electricidade, a electrónica e a tecnologia das madeiras, entre outras, fundamentais para o tecido empresarial local, que - estamos certos - daqui retirará infindáveis benefícios, possuindo ainda um segundo pólo na cidade de Lamego, que lhe dá uma dimensão regional.
Por outro lado, o Instituto Politécnico de Viseu encontra-se a ser alvo de investimentos de largas centenas de milhar de contos em instalações modernas e amplas que dignificarão a região. É assim que se encontram em fase de conclusão os edifícios da Escola Superior de Educação e o primeiro pavilhão da Escola Superior de Tecnologia, para a área da engenharia das madeiras, tendo ainda sido abertos os concursos internacionais para algumas das fases que se seguirão - o edifício central do Instituto Politécnico e da Escola Superior de Tecnologia e as infra-estruturas sociais e desportivas que lhe são inerentes.
Penso, aliás, que será através de uma aposta absoluta no desenvolvimento deste Instituto, que já hoje concede várias licenciaturas, que poderemos, de uma forma realista e não demagógica, atingir uma das mais antigas pretensões de Viseu - a criação da sua universidade, a qual não poderá nascer de um qualquer decreto ou lei mas, sim, de uma instituição desejavelmente cada vez mais prestigiada e respeitada no contexto educativo e científico nacional. Tal reivindicação, que assumo de uma forma clara, ganhará ainda maior consistência se atendermos ao facto de Viseu ter hoje cerca de 3500 alunos nas suas diversas escolas do ensino superior, o que revela aqui a vitalidade e a dimensão da região.
Aliás, cometeria uma grave injustiça se não referisse aqui o papel hoje desempenhado pela secção de Viseu da Universidade Católica, que tem prestado um serviço ímpar à região, tendo só muito recentemente sido alvo de alguns significativos apoios governamentais através do PRODEP.
Porém, se muitos passos têm sido dados no sentido da transformação da região, que não se fique a pensar que Viseu é um «mar de rosas», pois muitas carências se mantêm, às quais urge fazer face de forma frontal. De entre tais questões, permito-me destacar alguns problemas essenciais a nível quer da cidade de Viseu, quer de todo o vasto distrito.
Em primeiro lugar, destaco a problemática da segurança e da justiça, que começa a ganhar uma nova dimensão sobretudo a nível das novas metrópoles urbanas, como Viseu, impondo-se hoje a criação de uma segunda esquadra da Polícia de Segurança Pública, aumentando-se assim decisivamente o número de efectivos com vista a uma eficaz cobertura de toda a zona urbana, além da construção de um novo quartel para a GNR e da instalação de uma secção da Polícia Judiciária e um novo edifício para o tribunal judicial.
No plano das vias de comunicação, várias são as necessidades, sem esquecermos, porém, que este é um dos sectores em que indubitavelmente mais se fez nos últimos tempos, destacando-se as seguintes: ligação do IP-3 ao IP-5, junto a Viseu; conclusão do IP-3, com destaque para os troços Viseu-Lamego-Vila Real, Fail-variante de Tondela e variante de Tondela-Santa Comba Dão; conclusão da estrada nacional n.º 229 (Viseu-São João da Pesqueira); construção e rectificação da estrada Viseu-Vila Nova de Paiva-Moimenta da Beira; conclusão da construção das áreas de serviço do IP-5 e do IP-3 e dos respectivos sistemas de SOS.
Por outro lado, e voltando ao domínio da educação, julgo dever salientar mais algumas necessidades dignas de especial relevo: a criação de novas residências para estudantes do ensino secundário e do ensino superior; a construção de novas escolas C+S no Viso e em Mundão, no concelho de Viseu; o desenvolvimento de uma nova rede de escolas básicas integradas no espírito da nova reforma educativa; a construção de novas infra-estruturas desportivas nas escolas da região, com destaque para tanques de aprendizagem de natação e polivalentes desportivos cobertos e descobertos, para além da conclusão da rede de escolas C+S e secundárias nos concelhos periféricos de Viseu e na globalidade do distrito.
Sr. Presidente, Srs. Deputados: Sabemos que muitos problemas existem nesta região em muitos outros domínios, que, por óbvias razões de escassez de tempo, não poderemos aqui abordar hoje, mas quereríamos sobretudo fazer soar alto o nome de Viseu nesta nobre Assembleia, procurando contribuir para um seu mais completo conhecimento e alertar esta e outras instituições do poder político para a vontade e os anseios dos beirões.
Espero assim poder contribuir, de uma forma não demagógica, para um esforço colectivo, que não poderá ser apenas deste ou daquele deputado, deste ou daquele partido, do poder central ou do poder local, isoladamente, mas sim de todos, de uma forma concertada, privilegiando o que nos une em detrimento do que nos separa.
É assim, em nome de uma análise objectiva e justa de todas as questões expostas, que termino, reconhecendo o evidente e inequívoco esforço dos governos liderados pelo Prof. Cavaco Silva em prol do desenvolvimento da região de Viseu, mas desejando igualmente que tal labor não cesse, pois muito há ainda por fazer conciliando as acções do Estado com a iniciativa privada local.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Manuel Queiró.

O Sr. Manuel Queiró (CDS): - Sr. Deputado José Cesário, quero colocar-lhe uma questão que se prende com a sua afirmação de que, para bem da população do concelho de Viseu, o Governo e a actual Câmara Municipal de Viseu desbloquearam muitas situações que em anteriores mandatos da mesma câmara municipal não foram resolvidas.
Tendo em atenção a cor política da anterior Câmara Municipal de Viseu, pergunto-lhe se essa sua observação se traduz, em termos genéricos, numa censura à anterior câmara municipal ou, antes, numa censura à actuação do Governo.

O Sr. Presidente (Ferraz de Abreu): - Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Cesário.

O Sr. José Cesário (PSD): - Sr. Deputado Manuel Queiró, é evidente que a minha afirmação se traduz numa inequívoca e clara crítica ao anterior executivo municipal de Viseu, liderado, como bem sabe, pelo CDS.

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