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29 DE FEVEREIRO DE 1992 1053

Será que V. Ex.ª também não se apercebeu dos novos centros de dia e lares de terceira idade espalhados por todo o distrito graças à acção do Governo e das instituições particulares de solidariedade social que apoiam a população idosa, que, como sabe, constitui uma larga camada da população do distrito?
Será que V. Ex.ª também não deu conta da construção do moderno e funcional Centro de Emprego e Formação Profissional de Seia e da futura construção, que já consta do PIDDAC, do Centro de Emprego e Formação Profissional da Guarda?
É que estas eram as estruturas que faziam falta ao distrito e que estão equacionadas.
Por outro lado, muito gostaria que V. Ex.ª, tal como eu nascido e habitante do distrito da Guarda, me pudesse esclarecer de qual o conceito que tem de Beira Interior, porque na Guarda não sabemos bem o que isso significa.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Também para um pedido de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado António Morgado.

O Sr. António Morgado (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Carlos Luís, meu caro amigo e quase conterrâneo: Fiquei surpreendido com o dramatismo de V. Ex.ª acerca do distrito da Guarda, se bem que o meu amigo falou na Beira Interior, que é muito mais vasta, pois abrange, como sabe, os distritos da Guarda e de Castelo Branco. No entanto, o nosso distrito, aquele que mais assiduamente teremos de defender, é o distrito da Guarda.
Com certeza que o Sr. Deputado - e a Sr.ª Deputada Marília Raimundo já o referiu - deve ter andado por algum lado - não sei por onde -, mas não andou pelo distrito da Guarda, porque senão apercebia-se das grandes obras que aí foram feitas. É verdade que há muita coisa para fazer, e nesse ponto estamos com certeza concordantes, mas muita coisa já foi feita.
No sector da agricultura, por exemplo, e uma vez que não vou repetir aquilo que a Sr.ª Deputada Marília Raimundo já referiu, se quiser posso acompanhá-lo em visita aos vários concelhos do distrito, pois em quase todos eles foram feitos regadios tradicionais, caminhos rurais, electrificações rurais, existindo já, em alguns, centros de formação profissional para agricultores, uns já concluídos e inaugurados, outros em fase de adjudicação e um, que é o do nosso concelho, em Martim Rei, em fase de conclusão.
Já foram dados muitos cursos em alguns centros e em relação a outros não existem os centros mas existe a boa vontade dos técnicos e do Ministério da Agricultura. Assim, não havendo instalações muito condignas e próprias para leccionar esses cursos, recorremos às associações de agricultores e, nessa medida, alguns foram facultados. Esta é a prova de que, de facto, as coisas estão a acontecer, embora não seja com o sucesso que desejaríamos, mas com tempo lá iremos.
Posso também dizer-lhe que em todos os concelhos do distrito da Guarda estão a funcionar os agrupamentos de defesa sanitária, o que é uma grande prova de que o Ministério está a querer resolver os problemas dos agricultores. Não se pode fazer tudo de uma vez, é preciso tempo.
O que é que o Partido Socialista fez na nossa região até há seis anos? Gostava que me apresentasse exemplos.
Poderia referir-lhe muito mais coisas, mas fica para uma próxima oportunidade.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para responder, se o desejar, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Luís.

O Sr. Carlos Luís (PS): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, meus ilustres amigos e conterrâneos: Começaria pela última pergunta que o Sr. Deputado António Morgado me colocou, ou seja, a de saber o que é que o Partido Socialista fez nestes últimos seis anos no distrito da Guarda. É evidente que o Partido Socialista não teve o poder nos últimos seis anos na Guarda, mas o poder que tem em algumas câmaras municipais está bem patente na realidade concreta do dia-a-dia.

A Sr.ª Marília Raimundo (PSD): - É uma desgraça do ponto de vista autárquico.

O Orador: - As condições de vida alteraram-se significativamente nas aldeias onde o Partido Socialista é poder de facto, nomeadamente no concelho da Guarda, em Manteigas e em Figueira de Castelo Rodrigo, como sabem.
Mas, enfim, não sou assim tão pessimista como a Sr.ª Deputada Marília Raimundo pretendeu afirmar com a sua pergunta. Reconheço que, de facto, o IPG é uma escola que faz falta à Guarda e à região. O Partido Socialista não refere que o IPG e a Escola Superior de Educação não são elementos fundamentais para o desenvolvimento do distrito da Guarda, mas questiona quantos dos licenciados pelo IPG e pela Escola Superior lá ficam e tom condições de trabalho para aí poderem viver, porque a realidade é bem diferente.

A Sr.ª Marília Raimundo (PSD): - A maior parte, Sr. Deputado!

O Orador: - Não queremos injecção de capitais pontuais, queremos crescimento económico sustentado a nível do distrito, e essa realidade não existe.
Os últimos censos são a melhor resposta às vossas questões, mas o certo é que 20 000 pessoas tiveram de abandonar aquela região, a chamada Beira Interior, que não defino em termos morfológicos, pois, para mim, a Beira Interior vai desde a Beira Transmontana, passando pelo interior do Alentejo, até ao Sul de Portugal, que, como sabem, tem sido esquecido pelo poder central.
Sr. Deputado António Morgado, para lhe responder também, no domínio da agricultura a realidade é bem dramática: o vinho não é escoado, os cercais não são escoados e a batata continua ainda por vender. Esta é a realidade e, se quiser, convido-o para neste próximo fim-de-semana visitarmos o distrito, que conheço muito bem.
De facto, se há distritos que têm sido esquecidos e marginalizados, este é um deles.

A Sr.ª Marília Raimundo (PSD): - Não é verdade, Sr. Deputado!

O Orador: - Tem um tecido tecnológico altamente empobrecido e obsoleto, como sabe, e a curto ou médio

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